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O atual rendimento da poupança é o pior entre todos os tipos de investimento! Sua rentabilidade é tão baixa que algumas vezes o dinheiro aplicado perde seu poder de compra ao não obter juros que superem o efeito da inflação.

Ainda assim, essa é a aplicação mais popular do Brasil, dada a facilidade de fazer aportes, a liquidez imediata do valor e a possibilidade de investir sem a necessidade de uma aplicação mínima!

Mas será que ainda faz sentido investir na poupança? O que você precisa saber sobre o rendimento da poupança para escolher melhores formas de investimento?

Neste post, você encontrará a resposta para todas as suas principais dúvidas sobre a caderneta de poupança e se ela deve ou não ter um espaço em sua estratégia e portfólio de investimentos. Confira!

A poupança é o investimento mais popular do Brasil. Qual a razão disso?

Existem 3 fatores que tornam a caderneta de poupança o investimentos mais popular: tradição, segurança e facilidade.

1. Tradição:

A poupança foi criada em 1.861 pelo imperador Dom Pedro II. Ela foi o primeiro produto de investimento oferecido pelo primeiro banco nacional, a Caixa Econômica Federal, fundada alguns meses antes da poupança.

Objetivo da caderneta era permitir que pessoas de baixa renda pudessem guardar o seu dinheiro no banco e, ao final de um ano, ganhar juros de 6% sobre o valor aplicado. Ao mesmo tempo, ela ajudava o banco a obter capital para fazer empréstimos a empresas e pessoas de alta renda, o que ajudava a aquecer a economia.

Perceba que esse histórico não mudou até hoje. A poupança ainda é uma das melhores formas dos bancos conseguirem dinheiro a baixos juros para emprestar a juros mais altos.

Outro histórico que reforça a tradição e importância da poupança é que durante os anos 90, ela serviu como uma boa proteção do dinheiro dos trabalhadores. Só para termos uma ideia, em 1994 a inflação foi de 1.093,8%, enquanto a poupança rendeu 1.383,98%.

Ou seja, quem guardava dinheiro em casa, viu seu capital virar pó. Já quem aplicava na poupança, viu suas moedas renderem algumas centenas de vezes acima da inflação.

É importante notar que desde 2012 o cálculo do rendimento da popança mudou completamente e ela nunca mais remunerará como antigamente. Já falaremos sobre isso!

2. Segurança:

Em sua fundação, o governo imperial era quem garantia o pagamento da taxa de 6% ao ano para os investidores. Depois, os próprios bancos passaram a se responsabilizar por isso. Contudo, no imaginário popular, fica a sensação de segurança por causa da forte regulamentação do governo sobre a caderneta de poupança.

Aqui vale fazer uma observação: Em 1990, o governo Collor confiscou os valores aplicados na poupança. Depois disso, o governo federal criou uma lei que proíbe esse tipo de manobra.

Também há uma curiosidade que você precisa saber: O nome caderneta de poupança vem da época do Brasil Imperial. As pessoas tinham um caderninho onde eram anotadas as datas de suas aplicações e resgates para facilitar o controle do banco quanto aos juros obtidos. Se você vivesse naquela época e perdesse a caderneta, também perderia o valor aplicado na poupança.

3. Facilidade:

Investir na poupança é extremamente cômodo. Atualmente, todos os grandes bancos oferecem uma conta poupança integrada com a conta corrente. Para aplicar ou resgatar, basta transferir os recursos de um tipo de conta para outro, imediatamente o dinheiro aparecerá no local de destino.

Também existe um padrão sobre o rendimento oferecido por todos os bancos, pois é regulamentado por lei federal. Não existem taxas, nem há a incidência do imposto de renda sobre os ganhos.

Ou seja, a pessoa não precisa escolher corretora, observar as taxas cobradas, aguardar a liquidação do título na compra ou na venda, dentre outras comodidades.

O custo desse conforto é obter o pior rendimento para seus aportes!

Como a rentabilidade da poupança passou a ser calculada?

Em 2012, o governo federal definiu novas regras para o cálculo da rentabilidade mensal da poupança. Essa regra está em vigor atualmente e calcula os juros com base em duas taxas.

A primeira é a Taxa Referencial (TR), considerada como a remuneração básicas da poupança. Ou seja, o valor aplicado deve ser corrigido pelo valor integral (100%) dessa taxa. O problema é que essa taxa é muito baixa, dificilmente atinge 0,015% ao mês.

A segunda é a Taxa Selic, indicada como remuneração adicional e de onde vem a verdadeira rentabilidade da poupança. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e pode variar ao final de cada trimestre. Essa taxa pode ser consultada no site do Banco Central.

Logo, você precisará observar essas duas taxas para saber o quanto sua aplicação vao render. Mas não é só isso, existem alguns outros critérios que você precisa considerar!

Como é calculada a rentabilidade da minha poupança?

A regulamentação do governo dividiu a rentabilidade em dois grupos e com duas situações distintas:

Grupo 1: Aplicações feitas depois de maio de 2012

Essa é a regra válida para os atuais aportes na poupança.

– Cenário 1: Se a taxa Selic for igual ou inferior a 8,50% a.a., a rentabilidade da poupança será de 70% da SELIC. Por exemplo, se a Selic estiver em 8,15%, a rentabilidade da poupança será 5,7% a.a + TR.

– Cenário 2: Caso a Selic esteja superior a 8,50% a.a., a poupança renderá 0,5 ao mês + TR. Neste caso, o rendimento será de 6,17% a.a. + TR.

Grupo 2: Aplicações feitas antes de Maio de 2012.

Para quem possuía dinheiro aplicado na poupança até o dia 03/05/2012, o cálculo garantia uma rentabilidade mínima de 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial (TR). Ou seja, independentemente variação da Selic, o rendimento anual seria de 6,17% a.a + TR.

Então a poupança antiga ainda é um bom negócio?

A poupança antiga só será um bom investimento quando a Selic estiver abaixo de 8,50%. Fora isso, ela é igual à poupança nova.

Lembrando que você não consegue fazer aportes na poupança antiga. Para qualquer aplicação, independentemente de quando você tenha aberto sua conta, só valem as regras atuais

Com relação à comparação da poupança com os demais investimentos, ela SEMPRE será uma alternativa ruim.

Por exemplo, você poderia investir no Tesouro Selic e obter 100% da taxa remunerando suas aplicações. Poderia ainda aplicar no CDB de algum banco e receber mais de 110% do CDI. Em ambos os casos, ganharia mais que deixando o dinheiro na Poupança.

A poupança é o investimento mais seguro?

É um dos mais seguros. Contudo, você precisa ponderar algumas situações:

  1. Ao investir na Poupança, você está emprestando seu dinheiro para um banco. Caso ele vá a falência, existe o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) que vai devolver até 250 mil reais que você tenha aplicado na conta corrente, poupança, CDB, LCI, LCA e RDBs. Ou seja, o mesmo nível de segurança oferecido pela poupança é encontrado em outras opções mais rentáveis de investimentos.
  2. Títulos Públicos são pagos pelo Tesouro Nacional. Logo, é o governo federal quem garante seu pagamento. Caso ele dê o calote da dívida, certamente a economia estará em colapso e a poupança não estará imune.

Gosto de saber o quanto terei após o período da aplicação. Nesse caso, a poupança é o melhor investimento?

Se você investe na poupança apenas pelo conforto de saber o quanto ganhará com os juros, após determinado período, perceba que com a redução da taxa Selic para menos de 8,5% ao ano, o rendimento adicional da poupança vai oscilar.

Uma alternativa seria investir em títulos pré-fixados, onde a taxa anual é combinada no momento da compra do papel, por exemplo.

Podemos dizer que a poupança é o investimento mais fácil, mais antigo e cômodo de ser feito. Porém, ela não é a aplicação MAIS segura e nem a mais fácil e previsível. Além disso, ela dificilmente deixará de ser o pior dentre os diversos tipos de aplicações.

Você conhece alguém que ainda fala sobre o rendimento da poupança ainda ser bom? Que considera esse um dos melhores tipos de investimento?

Então compartilhe este texto nas suas redes sociais e ajude seus amigos a dominarem o assunto e saírem agora mesmo da caderneta de poupança!

 

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André Bona possui mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro, tendo auxiliado milhares de investidores a investir melhor seus recursos e é o criador do Portal André Bona - site de educação financeira independente.

8 Comentários

  1. Ola André! Mesmo a poupança não sendo um bom investimento, de modo geral, gostaria de calcular eu mesma e ver, na prática a aplicação destas regras (da poupança). Mas quando faço as contas na regra mudada em 2012 para uma situação de selic abaixo de 8,5% meus valores não batem com os que encontro em tabelas para rendimento de poupança! Estou usando os valores de 2012 msm, por ser época em que a meta da selic estava abaixo dos 8,5% e não consigo bater os valores. Aplicando a regra de TR + 0,5%, ok. Sempre dá certo. Mas 70% da selic + TR não… Pq? Poderia me explicar ou mostrar algum mês em que isso ocorreu? Desde já, obrigada! E parabéns pelo trabalho!

  2. Na página http://www4.bcb.gov.br/pec/poupanca/poupanca.asp do BACEN, você pode ver uma tabela com a remuneração básica, que seria a TR e com a remuneração adicional de 0,5%. Você poderia explicar o cálculo feito para se chegar no valor da coluna remuneração total, já que não parece ser simplesmente adicionar os dois valores?

    Obrigado desde já pela atenção.

    • Olá Ruan, como vai?
      O objetivo aqui é explicar aproximadamente o rendimento da poupança e não exatamente, até porque, a poupança é a pior alternativa que existe e nosso público quer saber das outras melhores alternativas, entendeu? Nossa proposta é falar das melhores alternativas em detalhes e não da pior, que é a poupança. Assim, realmente, não dedicaremos muito tempo explicando essa modalidade. Beleza amigão? Espero que goste do restante do conteúdo.
      Mas especificamente sobre essa questão que você levantou, funciona assim: primeiro você aplica a remuneração básica ao montante e DEPOIS você aplica o 0,5% sobre o resultado da operação anterior. Então é bem facinho.
      Abs,
      A.B.

      • Oi André,

        Eu acabei entrando em contato com o próprio Banco Central e tive duas experiências diferentes: na primeira tentativa, telefonei pra eles e obtive uma resposta seca de que era matemática financeira e não apenas somar. Isso eu já sabia. Na segunda tentativa, mandei uma mensagem pelo site de atendimento deles e obtive uma resposta muito detalhada, com vários links sobre a regulamentação da Poupança. Fiquei portanto primeiramente decepcionado e em seguida surpreso e feliz com a resposta escrita do BACEN.
        Na verdade eu estou escrevendo um material sobre investimentos e você certamente foi uma inspiração para essa empreitada, por isso perguntei primeiro pra você.
        De qualquer forma, obrigado pela resposta aqui e pelo vídeo.
        A Poupança é ruim, eu sei disso, mas queria entender e ajudar outras pessoas a entender o porquê.

        Grande abraço !

  3. Mas sim, claro, esqueci de dizer que concordo com o bojo do texto. Acho a remuneração da poupança muito show de bola para quem aplica hoje nela (maioria da população), mas que será necessário uma nova mentalidade financeira no futuro próximo.

  4. “Me enganei na ordem das coisas e acho que a medida do governo foi muito acertada.”

    Não estou tão certo quanto ao acerto por parte do governo. Pra mim, reduções na SELIC seriam mais “corretas”. O mercado naturalmente converge para a meta da taxa oficial.
    E quem fez simulações de financiamentos antes e depois dessa propagandada toda da Caixa e BB, viu que pouco mudou.

    Não atribuo ao país o status de “desenvolvido” ou “subdesenvolvido” pelo nível da taxa de juros. O próprio USA teve juros de 11% quando a inflação bateu na bunda no final da década de 1980, início dos 90s. E recentemente, agora a pouco, antes do subprime, o Fed Fund oscilava em torno de 6%. Pra mim essa taxa de ZERO que é artificial. Vamos ver os desdobramentos.

    Qual é o nível “certo”? Bom… a Dilma disse que quer um nível de 3% de juro real. Se a inflação por aqui continuar nessa faixa de 5%, então a Selic ficará por volta de 8% mesmo.

    • O governo tem que começar a resolver o problema da inflação trabalhando para ampliar a capacidade produtiva com investimentos sólidos em infra-estrutura.

      Caso contrário, a cada crise, vão ficar enfiando crédito nas famílias e rapidamente alcançando a capacidade instalada. E fica nesse dilema… juros x inflação… Tá certo que menor juros gera inflação… Mas será que a capacidade instalada do país é adequada?

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