O que era para ser um alívio para o consumidor se transformou em um grande incômodo para o bolso do brasileiro. Um ano depois do início da cobrança por despacho de bagagens em voos nacionais e internacionais – que tinha como promessa reduzir o preço dos bilhetes aéreos, o preço das passagens aéreas e o valor da taxa para transporte de malas subiram.
De acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em junho do ano passado, o preço reajustado médio das tarifas aéreas para voos domésticos no Brasil era de R$ 333,35. No levantamento mais recente da agência, realizado em fevereiro deste ano, o preço médio das passagens aéreas para viagens domésticas era de R$ 354,02 – um avanço real de 6%.
E não era para ser assim. A cobrança por despacho de bagagens, que começou a valer em junho de 2017, tinha como principal promessa reduzir os preços das passagens aéreas. A justificativa das aéreas era a de que todos os passageiros – até mesmo aqueles que não despachavam bagagem – rateavam as despesas oriundas do transporte de malas nas aeronaves.
Para permitir uma cobrança “mais justa”, portanto, a solução encontrada seria a cobrança de uma taxa por cada mala despachada pelo usuário. O que ocorreu em um ano, no entanto, foi o aumento real não apenas do preço dos bilhetes aéreos, mais também dos valores das taxas cobradas pelas companhias aéreas que atuam no Brasil.
Despacho de bagagens mais caro
A Azul Linhas Aéreas foi a primeira empresa a adotar a cobrança da taxa por despacho de bagagem, em 1º de junho de 2018. Na época, a taxa única era de R$ 30,00 por mala de 23 quilos – valor que também foi adotado por outras companhias aéreas.
Atualmente, no entanto, a taxa mais barata para despacho de bagagens em voos da Azul é de R$ 50,00 (podendo chegar a até R$ 130,00) – um avanço de quase 67% no valor da taxa mais em conta em apenas um ano. A inflação acumulada no período de junho de 2017 e abril de 2018, por outro lado, foi de apenas 2,45%.
O mesmo acontece com outras aéreas: a Latam e a Avianca cobram de R$ 40,00 a R$ 80,00 pelo despacho da primeira mala de até 23 quilos, e de R$ 60,00 a R$ 120,00 pelo despacho da segunda mala de mesmo peso. Destas, apenas a Gol Linhas Aéreas manteve a taxa a partir de R$ 30,00 para despacho de bagagens em voos nacionais.
Preço das passagens sob suspeita
Em outubro do ano passado, o Ministério da Justiça abriu uma investigação para averiguar se, de fato, os preços das passagens aéreas haviam caído no Brasil, como informou na época a Associação Brasileira de Empresas Aéreas. A apuração do Governo – fundamentada no código de Defesa do Consumidor (CDC), no entanto, não parece ter trazido ainda qualquer resultado ao consumidor.
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1 comentário
Só se esqueceu que o dólar subiu de 1 ano para cá, o preço do querosene também.