Rafael Bender e André Bona
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Falaremos nesse artigo sobre a previdência social e a pirâmide etária. E principalmente como isso está diretamente ligado ao futuro dos aposentados no Brasil.
A Previdência Social é um seguro no qual o trabalhador paga parte do seu salário durante zentos anos ao governo para, quando parar de trabalhar, o governo “devolver” tal renda para o cidadão continuar vivendo.
Existem muitos autores e especialistas que estudam o tema. Há divergências diversas entre eles. Cada um tem uma corrente de pensamento para a solução (ou tentativa de) da questão. O objetivo aqui, por enquanto, é apenas expor.
Como diversos assuntos, a estrutura etária é apresentada no colégio nas aulas de geografia para moleques que querem jogar bola e curtir um som. Porém, o estudo de tal estrutura e sua evolução é importante para a análise da população de determinada região. No nosso caso, o Brasil.
São 2 grandes grupos apresentados:
– Ativos
– Inativos
O primeiro é composto por adultos. Idade aproximadamente entre 16 e 64 anos. Esses são a força de trabalho de uma economia. Geralmente denominados de PEA – população economicamente ativa. O segundo é composto por jovens abaixo dos 15 anos e idosos acima dos 65 anos. Esses não compõem a PEA. Em tese, não possuem renda e vivem da produção dos ativos.
A construção e o estudo da dinâmica das pirâmides podem mostrar que caminho seguir. Se há tendência para o aumento do número de jovens, seria necessário construir mais maternidades, escolas. No caso de se verificar o envelhecimento da população, seria preciso mais lares para a terceira idade, clínicas, médicos. Em ambos os casos, existe a questão da busca pelo equilíbrio previdenciário.
Na escola, anos 1990, nos apresentaram a Pirâmide Etária brasileira, conforme figura a seguir. Nos anos 2000, já com a estabilização do país consolidada, a redução da natalidade acentuou mudança da pirâmide brasileira. O grupo dos ativos está entre as linhas tracejadas.
Nos anos 2010 a população brasileira já se encontra com mais ativos que inativos (bônus demográfico). Tal bônus favorece o Brasil por pouco mais de 20 anos com auge previsto para meados dos anos 2020. A projeção para esse período é de que a pirâmide assuma forma de “pêra”.
Já em meados dos anos 2030, a janela de oportunidades começará a se fechar, caso não haja significativas alterações nas tendências. Nos anos 2040, a alta proporção de idosos será um desafio para o país e, consequentemente, para a Previdência Social. Nos anos 2050, a pirâmide etária brasileira começa a tomar a forma invertida, apesar de ainda contar com mais ativos que inativos.
O Brasil está deixando de ter uma pirâmide típica de países menos desenvolvidos com alta natalidade – base larga – e passando para uma pirâmide mais estreita na base, com expansão no grupo dos adultos, pelo aumento da expectativa de vida – característica dos chamados “países centrais”. A verificação mostra que o país está em processo de desenvolvimento.
Para o longo prazo, as estimativas são cada vez mais pessimistas, já que o envelhecimento da população na medida em que um país se desenvolve é um fato.
Haverá redução da quantidade dos contribuintes e aumento da quantidade dos que recebem o “benefício”, ou seja, a Previdência receberá ainda menos do que hoje e terá que pagar cada vez mais.
Nesse cenário inequívoco a questão que deve permear a cabeça de todos nós é: quais alterações a previdência terá que fazer nos programas de aposentadoria? Aumento da idade, certamente em algum momento. Redução do benefício? Também, certamente em algum momento.
Por isso, ao pensar na sua aposentadoria, sinta-se OBRIGADO a construir um plano paralelo cuja dependência futura não esteja UNICAMENTE alicerçada no guarda-chuvas da previdência pública. Pois esse guarda-chuva vai se abrir facilmente como aquelas tempestades que nos surpreendem no meio do dia nas cidades. E é preciso ter outra forma de abrigo, mais parecida com a casa de tijolos da história dos 3 porquinhos.
Grande abraço,
Rafael Bender e André Bona