A gigante de alimentos BRF não tem tido motivos para comemorar. Após divulgar um prejuízo líquido de R$ 1,099 bilhão em 2017 e um quarto trimestre para se esquecer, a companhia – que tem Abílio Diniz como presidente do conselho de administração – teve suas ações rebaixadas pelo banco de investimento BTG Pactual.
A BRF amargou um prejuízo líquido de R$ 784 milhões no quarto trimestre de 2017, ante um prejuízo de R$ 442 milhões no mesmo período de 2016. De acordo com a BRF, o prejuízo foi resultado do “lançamento de diversas provisões operacionais excepcionais”.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) caiu 13,4% na comparação com o ano passado, para R$ 499 milhões. Já o prejuízo líquido da companhia em 2017 atingiu o patamar de R$ 1,099 bilhão, ante um prejuízo de R$ 367 milhões em 2016.
BRF: ação rebaixada para “neutra”
Devido aos fracos resultados do quarto trimestre do ano passado, o BTG Pactual optou por rebaixar para “neutra” as ações da BRF (BRFS3). Em relatório divulgado aos clientes na semana passada, o banco de investimento informou que os resultados da companhia alimentícia foram “um banquete para os ursos” – fazendo menção ao mercado bearish, para uma queda no preço dos papéis da empresa.
O documento, assinado por Thiago Duarte e Vito Ferreira, citou a melhora nos resultados da BRF no Brasil – apesar do portfólio mais fraco. “No Brasil vimos o volume melhorando, mas com o portfólio ainda muito ruim (preço médio caindo 4% na base anual e preços processados em queda de 6%)”, disseram os analistas do BTG.
Apesar de uma leve recuperação no mercado nacional, o relatório ressalta o ciclo de deterioração dos negócios da companhia no exterior. Enquanto a OneFoods apresentou melhora nos resultados no período, a Banvit teve resultados negativos.
Segundo o BTG, a deterioração do ciclo no exterior pode impactar negativamente o negócio internacional da companhia no futuro, e resultar em novos balanços desfavoráveis. “A desvalorização múltipla da BRF permanecerá até que os investidores tenham clareza no ritmo e na sustentabilidade da recuperação da margem (Ebitda)”, finalizam os analistas.
Mudanças a caminho?
Diante da pressão dos acionistas da BRF após mais um ano decepcionante, o presidente do conselho de administração da empresa, Abílio Diniz, convocou uma reunião de conselho para a próxima segunda-feira (5), a fim de debater sua destituição.
A expectativa dos acionistas da gigante do setor alimentício é de que Diniz deixe a presidência do conselho – cargo o qual ocupa desde 2013.
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