Chegar à independência financeira implica, normalmente, em ter várias fontes de renda. Sejam elas decorrentes de uma atividade econômica, direitos autorais, programas de afiliados, ou de juros, lucros e dividendos, são essas entradas que permitirão cobrir as suas despesas e prover mais recursos para investimentos.
E uma das modalidades de investimento mais escolhidas pelos investidores é aquela composta por investimentos isentos de Imposto de Renda. Tendo isso em mente, a estratégia a ser utilizada para se obter renda de investimentos isentos de IR se baseia nos seguintes pilares:
- Receitas recorrentes;
- Não tributadas ou deduzidas;
- Cujos recursos são novamente investidos em mais investimentos isentos de IR (imposto de renda).
Considerando uma taxa Selic estacionada em 6,50% ao ano (rentabilidade bruta), veja no artigo de hoje quais os instrumentos que podem alavancar o seu retorno.
Os investimentos isentos de imposto
Excluindo-se a poupança, aplicação preferida do investidor brasileiro, normalmente os produtos isentos são de pouca familiaridade do público em geral. A ausência de imposto vem justamente como um incentivo para fomentar uma nova modalidade de investimento, criar a sua própria demanda e reduzir a relutância inicial dos investidores.
Esse movimento dá-se por meio das emissões de grandes grupos empresariais, visto que já possuem experiência na captação de recursos e relacionamento com bancos de investimento. Esse relacionamento, por sua vez, funciona como uma via de mão dupla – pois os bancos, ao orquestrarem a oferta e a distribuição desses papéis, se comprometem oferecendo a chamada “garantia firme”.
Essa garantia nada mais é do que o compromisso das instituições financeiras em ficarem com os papéis que não forem vendidos. Dessa forma, as chances de uma emissão bem-sucedida são maiores.
Conforme esses investimentos se tornam mais populares, eles passam a ser negociados com mais facilidade por meio das plataformas das instituições financeiras, permitindo ao investidor sair antes do prazo de vencimento. Qualquer lucro na negociação; ou seja, no ganho de capital, também é isento de taxas e impostos.
Isenção de imposto na renda fixa
Os papéis isentos de imposto na renda fixa se destinam especificamente aos seguintes setores:
- Infraestrutura (de acordo com o que determina a Lei 431/11):
- Construção civil;
- Agronegócios.
Mediante os seus respectivos instrumentos de formalização:
- Debêntures de infraestrutura;
- Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) / Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), quando emitidas por bancos;
- Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) / Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), também emitidas pelos bancos.
Como características em comum a todos esses produtos financeiros, temos:
- Emissor: quem está captando os recursos;
- Vencimento: data prevista para a devolução do principal, juntamente com a última parcela de juros;
- Taxa (reflete tanto o risco do emissor como as condições de mercado no momento da operação):
- Atrelada ao IPCA, além de uma remuneração fixa adicional (única forma de juros permitida às debêntures de infraestrutura);
- CDI, além de uma remuneração adicional;
- Percentual do CDI.
- Pagamento de juros: data em que os juros são creditados (1 ou 2 vezes ao ano);
- Amortização: parte do principal que é devolvido ao investidor antes do vencimento;
- Rating: classificação de risco do emissor;
- Preço: R$ 1.000,00 por unidade, como praxe.
Debêntures de Infraestrutura
Essa opção está assumindo um papel cada vez maior no mercado de capitais ao atender a lacuna deixada pela redução dos financiamentos por parte do BNDES.
O próprio banco de fomento está estruturando um fundo de investimentos de R$ 500 milhões para abrigar as várias debêntures de infraestrutura que estão em sua carteira. Como fazem parte de projetos de investimento já operacionais, têm o intuito de serem vendidos para investidores que não desejam correr os riscos de projetos ainda em fase de execução.
Esse tipo de investimento ganhará destaque adicional com os projetos de privatização previstos pelo novo governo. Os setores mais promissores são:
- Energia;
- Saneamento;
- Logística e transportes;
- Telecomunicações;
- Mobilidade urbana.
Títulos lastreados em atividades imobiliárias e do agronegócio
Apesar de serem mais seguras por conta do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), as LCIs e LCAs escassearam por conta da redução das carteiras de crédito dos bancos. Como alternativa, restaram os CRIs e CRAs. Entretanto, eles são estruturados com prazos de vencimento mais longos, podendo ultrapassar 3 anos.
Esses produtos exigem um estudo mais aprofundado, dada a sua estrutura de originação por meio de uma instituição conhecida como securitizadora. Adicionalmente, não contam com o mecanismo do FGC.
Um maior volume de ofertas relacionadas às atividades de incorporação imobiliária depende de melhores condições de emprego e renda. Já o setor de agronegócios captou no passado boa parte dos recursos para o financiamento de suas safras (plantio de cana de açúcar e produção de álcool, por exemplo).
Isenção de imposto na renda variável
Empresas do Bovespa Mais
O Bovespa Mais foi pensado para as empresas que queriam um acesso ao mercado de capitais, mas mediante exigências menores. Uma das formas encontradas foi por meio de ofertas iniciais de ações sem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nesses casos, conduz-se uma oferta onde apenas 50 investidores podem aderir.
O fato de uma oferta restrita não exigir registro ou prospecto possibilita à emissora se aproveitar de oportunidades de mercado que podem se fechar rapidamente.Após um período de 18 meses, as empresas integrantes do Bovespa Mais podem migrar para um outro grupo de listagem e obter maior liquidez para as suas ações.
Neste ínterim, as condições de negociação são reduzidas mas, por outro lado, não existe tributação para vendas acima de R$ 20.000,00 por mês.
O plano para uma renda crescente
Dadas as opções de investimento, criar uma estratégia de fluxo recorrente de rendimentos isentos e obter renda de produtos isentos de IR exige, muitas vezes, optar primeiramente pelas debêntures de infraestrutura, visto que o seu mercado é maior e mais líquido.
A escolha dos seus investimentos pode ser feita de 2 formas:
- Mercado primário – são os papéis que ainda serão ofertados por uma instituição financeira. Para aplicar, é necessário ter algum recurso disponível já que não é possível comprar um único título;
- Mercado secundário – são os ativos negociados pelas corretoras, podendo ser comprados individualmente
No primeiro caso, o investidor obtém a melhor taxa possível enquanto que no segundo caso, as taxas e preços são definidos diariamente, tal como ocorre com os títulos públicos.
É no mercado secundário onde você diversificará os seus investimentos. Informe-se sobre os papéis dos principais emissores. Lembre-se de escolher mensalmente entre diferentes setores de atuação, taxas, meses de pagamento de juros e vencimentos. Nos meses em que ocorrer um crédito de juros, some-o ao que reserva normalmente para investir e compre mais papéis.
Conhecendo as características de cada um dos títulos, é possível obter lucros decorrentes da própria oscilação do mercado, permitindo ganhos de capital também isentos, além dos juros contratados.
Como já dizia Thomas Edison, “oportunidades são perdidas pela maioria das pessoas porque ela vem vestida de forma comum e parece-se com trabalho”. Por isso, se você deseja obter renda de produtos isentos de IR, talvez seja este o momento de arregaçar as mangas, estudar sobre o assunto e começar a investir para não mais perder boas oportunidades de formar patrimônio e conquistar sua independência financeira.
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Adriano Freitas
Investidor e Trader, Adriano Freitas atua no mercado financeiro há mais de seis anos. Formado em Ciência da Computação e Pós graduado em Arquitetura e Engenharia de Software, apaixonou-se pelo mercado financeiro quando viu o que a Inteligência Artificial poderia fazer neste ramo.