O vazamento de dados pessoais de 220 milhões de brasileiros, descoberto pelo laboratório de segurança DFNDR Lab, em 19 de janeiro, levantou debates sobre a proteção de dados virtuais no Brasil. O mesmo vazamento de dados supostamente expôs também dados detalhados sobre mais de 100 milhões de veículos e de 40 milhões de empresas.
O cruzamento de informações pessoais pode facilitar o roubo de identidade e as fraudes. A descoberta de vulnerabilidades numa base de dados pública também acende um alerta vermelho para a possibilidade de invasões e perdas privadas de dados em ambiente virtual.
Os dados pessoais mais visados no mundo virtual certamente são os financeiros. Embora muitas pessoas não se deem conta, podem abrir brechas ao realizar simples transações online sem nem ao menos perceber.
Apresentaremos a seguir algumas boas práticas e ferramentas básicas para dificultar que invasores virtuais tenham acesso a seu dinheiro enquanto navega online. Acompanhe!
Pagamentos virtuais
Pagamentos feitos virtualmente são perigosos alvos em potencial de invasores. O risco principal está na plataforma de comércio eletrônico da escolha do comprador. E isso é um problema, pois remove o controle sobre os dados pessoais da mão do cliente.
Nesse contexto, a escolha do lugar de compra é o momento principal da escolha de segurança do cliente: optar por uma página com protocolos de criptografia de segurança protege a navegação entre internautas e a loja online. Geralmente, é possível verificar se a criptografia existe ao verificar um ícone de cadeado na barra de endereço do site.
Além da escolha de uma loja de confiança e com criptografia, uma boa prática é evitar deixar salvos os dados de cartão de crédito na loja virtual. Se possível, configure em seu banco o envio de uma mensagem SMS notificando compras feitas digitalmente por cartão.
Uma camada extra de segurança é o investimento em um bom programa de VPN. A VPN é uma conexão virtual privada, que protege a navegação digital e proporciona anonimato.
O cliente poderá se conectar a servidores de diversos lugares do mundo, sem ter sua localização e máquina identificadas e feitas de alvo, utilizando uma conexão protegida.
Criptomoedas
Criptomoedas são sinônimo de moeda virtual – literalmente. Esses ativos atraem muita controvérsia quanto a seu real potencial como valor de troca e reserva de valor.
Por mais instáveis que sejam as cotações do Bitcoin, por exemplo, é inegável que eles vêm se potencializando enormemente há mais de uma década. No momento, muitos bancos centrais nacionais estudam lançar seus próprios criptoativos, revelando que o dinheiro digital vem sendo levado a sério em muitas situações.
Algumas grandes empresas e ativistas têm prestado atenção a esse ganho de confiança do público. Eles aproveitam a oportunidade para lançar seus próprios ativos digitais. No momento, há dezenas de opções abertas à compra e venda de investidores, cada um com uma regra de emissão e com a precificação vinculada a uma variável diferente.
Diante dessa grande diversidade, o primeiro passo para proteger o patrimônio ao investir em criptomoedas é informar-se sobre o emissor. Entender como funciona o processo de emissão e se o ativo é lastreado em algum ativo físico é o primeiro passo.
Uma alternativa é investir via fundos de investimento com foco em criptomoedas. No Brasil, por exemplo, essa é a maneira regulamentada e mais segura de fazer aportes em moedas digitais.
Se você investe diretamente nessa alternativa, entretanto, é importante saber que o anonimato da transação de Bitcoin e de algumas outras moedas digitais depende de os donos dos ativos não compartilharem dados que os identifiquem no mundo virtual.
Todas as transações do Bitcoin ficam registradas em livros públicos e o cruzamento de dados pessoais com esses registros podem revelar toda a movimentação financeira de alguém que se supõe um investidor anônimo.
Atenção ao phishing
As práticas de phishing são fraudes virtuais que merecem a atenção dos usuários de internet porque os meliantes conseguem transpor antivírus e conexões seguras por meio da manipulação dos internautas, convencendo-os a compartilhar dados voluntariamente ou acessar endereços suspeitos.
Os e-mails com endereços similares aos de bancos, lojas virtuais e outras empresas são os principais vetores de phishing e fraudes no e-commerce . No entanto, aplicativos e redes sociais como o LinkedIn também têm aberto espaço para falsos empregadores e usuários interagirem com internautas e coletarem informações sensíveis.
O remédio para esse caso é redobrar sempre a atenção nas interações virtuais, cliques em links de e-mails ou redes sociais e até mesmo na resposta de e-mails. Antes de qualquer investimento em programas, a atitude mental protetiva é a alternativa mais relevante para se proteger no ambiente virtual.
Seja qual for o caso, lembre-se de que, em um ambiente cada vez mais digital, é fundamental se atentar à segurança. Mantendo seus dados seguros e escolhendo plataformas sólidas e que lhe ofereçam tranquilidade para suas operações ficará muito mais fácil evitar problemas relacionados aos perigos digitais.