Terminar ou começar o ano com dívidas é uma péssima ideia, não é mesmo? Para fugir dessa realidade, só há um jeito: controle financeiro. É bem verdade que, para muita gente, o conselho de gastar menos do que se ganha nem sempre é fácil de se colocar em prática, já que envolve mudanças de comportamento, como economizar nas compras de presentes para familiares e amigos e como planejar as férias.
Da mesma forma que uma série de ações contribui para o endividamento crônico, um conjunto de atos também pode favorecer o equilíbrio do orçamento. Para tanto, você deve consumir conteúdos de educação financeira para aprender a como quitar dívidas e, assim, ter uma virada de ano com o saldo das contas “no azul”.
Veja, a seguir, várias dicas para colocar as suas finanças em dia e poder usufruir da tranquilidade de virar o ano sem débitos.
Como quitar dívidas?
A economia é, muitas vezes, definida como a “ciência da escassez”. Na prática, sempre faltarão recursos para as necessidades e os desejos das pessoas, das famílias, das empresas e dos governos.
Diante da impossibilidade de adquirir bens e serviços no presente, os chamados “agentes econômicos” citados anteriormente têm duas opções: economizar para acumular a quantia necessária para a realização de um objetivo no futuro ou obter crédito para conquistar o que se quer imediatamente.
Muitas vezes os indivíduos preferem consumir agora, mesmo que não tenham o dinheiro suficiente para bancar os próprios desejos. Dessa forma, abre-se a porta para o endividamento. Como antecipar as compras tem um custo, já que se paga a mais pela quantia, por meio dos juros, muita gente passa a ter débitos que superam bastante o orçamento doméstico.
Se você está em uma situação semelhante a essa, antes de pensar em como quitar dívidas, é importante refletir a respeito das causas que lhe levaram a chegar a tal estágio financeiro. Questione-se sobre os fatos que fizeram com que você gastasse além da sua renda. Por exemplo, você apenas queria aproveitar uma promoção, sem uma urgência pelo produto ou pelo serviço, ou quis adquirir determinado bem somente para impressionar alguém e ter status social?
Note que, mesmo com um alto salário, pode ocorrer endividamento. Nesse caso, como a pessoa acha que ganha o suficiente para as próprias necessidades, começa a fazer a chamada “contabilidade mental”. Contudo, quando chega a hora de pagar os débitos, percebe que gastou mais do que podia e, então, apela para linhas de crédito muito caras, como o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito.
Após analisar de forma racional como houve o endividamento, é necessária uma mudança de mentalidade e de comportamento em relação ao consumo. Lembre-se de que, para saber como economizar nas compras, você deve colocar como critério principal na tomada de decisão a real necessidade do produto ou do serviço.
Busque desenvolver uma mente voltada para os negócios. Não tenha preconceito de estudar matemática financeira e de economizar alguns centavos. Afinal, se você consegue economizar 1% em uma aquisição, já ganhou mais do que a porcentagem média de rendimento mensal da caderneta de poupança.
Por exemplo, se uma mercadoria custa R$ 500, o desconto de 1% representa R$ 5. Para algumas pessoas essa quantia pode parecer sem importância. Contudo, se esses mesmos R$ 500 reais rendem uma taxa de juros de 0,75% na caderneta (rentabilidade nem sempre fácil de se alcançar), o ganho seria de R$ 3,75. Como você pode ver, o desconto “banal” de 1% representa mais vantagem para você do que deixar a mesma quantia na caderneta de poupança.
É claro que existem aplicações financeiras mais rentáveis do que essa. Logo, não se trata aqui de um incentivo à gastança com pechincha, mas sim de um alerta de como economizar nas compras pode também gerar ganhos no longo prazo.
Desenvolver um plano de ação para buscar o controle financeiro
Se a pessoa está acima do peso, com falta de ar, com colesterol alto e com risco de diabetes, é sinal de que a condição de saúde é grave, concorda? Nesse caso, a pessoa necessita de uma mudança de vida completa, para se tornar alguém mais saudável. De preferência, o processo de transformação da condição física deve ser acompanhado por um médico.
Agora, imagine quem está “doente” financeiramente, com contas atrasadas, limite do cheque especial estourado, falta de crédito na praça, entre outros sintomas. Da mesma forma que na saúde do corpo, a pessoa deve buscar urgentemente uma mudança. Nesse caso, é aconselhável ir atrás da ajuda de profissionais especializados em controle financeiro para saber como quitar dívidas e, mais tarde, depois da situação normalizada, procurar auxílio para pensar em investimentos.
O processo de saída do endividamento passa por um diagnóstico da própria condição financeira. O ideal é que você tenha uma visão global das suas finanças e, sempre que possível, analise o seu patrimônio líquido e não eventuais bens.
Lembre-se de que o balanço patrimonial abrange os ativos, que são direitos e bens, e os passivos, que são as obrigações. Um erro comum na interpretação das finanças é achar que, por se ter apartamento e carro financiados, têm-se ativos. Na verdade, qualquer tipo de obrigação, como prestações a vencer, faz parte do passivo.
Por isso, na hora de avaliar o seu orçamento, para identificar a melhor forma de como quitar dívidas, você deve descobrir qual é o seu patrimônio líquido, ou seja, a diferença entre ativos e passivos. Por exemplo, há pessoas que, mesmo com aplicações financeiras, possuem patrimônio líquido negativo. Se alguém possui R$ 20 mil aplicados em um investimento, embora tenha um financiamento de um apartamento no valor R$ 500 mil, feito em “suaves prestações”, na verdade, teria um patrimônio líquido negativo de R$ 480 mil, já que o pagamento do bem representa uma obrigação.
Depois de saber exatamente quanto você deve e também o perfil de endividamento, como o prazo dos débitos, você deve traçar metas para sair dessa situação. Inicialmente, é necessário se livrar das dívidas mais caras, isto é, daquelas que possuem os juros mais altos, como o cartão de crédito e o cheque especial.
Se for o caso, avalie trocar dívidas caras por outras mais baratas, por exemplo, por meio de um empréstimo pessoal, que tende a possuir juros mais baixos. Ao refinanciar dívidas, é importante também que você pare de contrair novos débitos. Saiba que, por vezes, a busca por como quitar dívidas requer uma atitude forte do indivíduo, de modo a frear de vez os gastos e ter custos somente essenciais.
Uma vez que você identificou o endividamento, deve trabalhar de forma efetiva para eliminá-lo. Por isso, não tenha medo de conhecer a fundo cada conta. Deixar essa avaliação de lado, só para não se preocupar, não vai lhe ajudar a como quitar dívidas. Encarar o problema de frente é uma maneira mais rápida de se buscar uma solução.
Avalie valor da prestação, juros, eventuais multas e saldo total de cada conta. Se possível, crie uma tabela com todos esses dados, para facilitar a comparação entre os débitos e, assim, saber qual deve ter o pagamento priorizado.
Às vezes, ao “colocar a casa em dia”, você consegue diminuir os gastos supérfluos e, mês a mês, acaba com eventuais atrasos e quita as dívidas. Já em outros é necessário fazer uma renegociação. Se isso for necessário, não adie o contato com a empresa, para evitar a cobrança de juros abusivos.
Ao negociar as contas atrasadas, você pode até conquistar descontos vantajosos. Além disso, com valores fixos, fica mais fácil pagar o que se deve, não é mesmo? Dessa maneira, você cria as condições para passar uma virada de ano sem dívidas.
Elaborar o seu orçamento pessoal
Paralelo ao aprendizado sobre como quitar dívidas, você deve ter a previsão de ganhos e de gastos de cada período, geralmente mensal. Ao estipular com antecedência uma quantia para cada área de consumo, como educação, saúde, moradia, transporte, lazer etc., você previne despesas além do que foi programado.
Numa virada de ano, por exemplo, em que é comum se ganhar o décimo terceiro salário, muitas pessoas correm o risco de extrapolar no consumo e criar condições para o endividamento. Porém, se você tem as suas despesas programadas, fica mais fácil “dizer não” a eventuais promoções de final de ano.
Ao planejar as suas finanças, você pode usar termos comumente usados por empresas, como “orçado” e “realizado”. No início do uso desse mecanismo de controle financeiro, pode ocorrer de as suas estimativas ficarem abaixo ou acima dos valores realmente efetivados. Contudo, você pode atualizá-los no ciclo seguinte do orçamento ou, então, encontrar alternativas de manter o que foi programado. Nesse último caso, talvez tenha que cortar gastos ou substituir marcas, para cumprir as próprias metas financeiras.
A vantagem de se seguir um orçamento pessoal é que você tem um norte para direcionar as suas finanças, o que, por si só, previne a contabilidade mental. Se você e sua família sabem que só se pode gastar uma quantia X na virada do ano, vão fazer o possível para adequar as compras ao valor previamente estabelecido. Dessa forma, preserva-se o controle financeiro e assegura-se que a família não viverá um ano cheio de dívidas para pagar, principalmente, aquelas feitas no mês de dezembro.
Registrar o seu fluxo de caixa
No mundo empresarial, é comum os negócios anotarem os dados de receitas e de despesas, para terem sempre à mão a própria movimentação financeira. Dessa forma, eles conseguem monitorar os ganhos e os gastos e, assim, realizar eventuais correções.
Se você também quer conquistar o controle financeiro, é indispensável que você conheça a fundo não só os seus recebimentos como também os seus débitos. Para não se perder nas contas ao longo de um mês, pode ser muito vantajoso o uso de aplicativos. Jamais caia na tentação de fazer contas de cabeça, pois essa atitude é um passo curto para o endividamento.
Na hora de dirigir, você fica de olho no painel de instrumentos do carro, para checar nível de combustível, velocímetro, conta-giros, odômetro etc., para tomar decisões corretas na estrada, não é mesmo? Já imaginou o risco de não consultar a velocidade do automóvel ao passar por um radar? Pois, na gestão das próprias finanças, você deve agir com a mesma atenção, inclusive, há aplicativos que emitem alertas quando a pessoa atinge um limite de gastos previamente estabelecido.
Ao registrar o seu fluxo de caixa por várias vezes, você terá uma noção clara de onde vem os seus ganhos e para onde vão os seus gastos. Dessa forma, aquela antiga ideia de que não se sabe como se chegou às dívidas deixa de existir, afinal, com um controle financeiro efetivo, você terá as suas receitas e despesas na palma da mão. Com essas informações, você poderá tomar decisões mais embasadas, como deixar de adquirir determinados bens que pesam no seu orçamento e que não oferecem um bom custo-benefício.
Como planejar as férias e cortar gastos?
Talvez você não esteja endividado, mas tema perder o equilíbrio financeiro na virada do ano e, mais tarde, nas férias. Como você deve saber, o período entre dezembro e março é bastante propício para que uma família contraia dívidas, seja por causa das festas de Natal e de Ano Novo, das viagens, do pagamento de tributos como IPVA e IPTU, das matrículas escolares etc.
Para não cair nessa armadilha, você precisa aprender a como planejar as férias. O ideal é que você e sua família programem esse período ao longo do ano. Por exemplo, vocês poderiam definir o roteiro com bastante antecedência. Dessa forma, poderiam juntar recursos no decorrer dos meses para a conquista desse objetivo.
Em muitos casos, em vez de pagar uma viagem em várias prestações e, assim, comprometer todo um ano com a quitação do principal e dos juros da compra a prazo, as pessoas investem a quantia “que seria da parcela” em aplicações financeiras. É bem verdade que elas escolhem produtos financeiros que possuam alta liquidez (facilidade para se retirar o dinheiro).
Para não perder o controle financeiro na virada do ano, na hora de pensar em como planejar as férias você não pode se esquecer dos detalhes. No momento da escolha do roteiro de viagem, se esse for o seu caso, é necessário fazer uma checklist de possíveis custos que você e sua família terão.
Por vezes, as pessoas só pensam na passagem e no hotel, mas se esquecem dos outros gastos, como compra de malas, alimentação, gorjetas, guias, aluguel de automóvel, lembranças de viagem, eventuais passeios pagos na cidade escolhida etc. Para não ter surpresas desagradáveis durante as férias, é recomendável que você faça uma previsão realista dos gastos. Dessa forma, não terá que apelar para o crédito fácil (e caro) na virada do ano, por falta de planejamento.
No caso de viagens, pode ser muito útil usar eventuais milhas de cartões ou, então, utilizar uma plataforma digital de cotação de preços, para conseguir os bilhetes mais baratos. Há sites, por exemplo, que enviam alertas quando há promoções. Se você vai viajar no fim do ano e pretende juntar dinheiro desde janeiro, acostume-se a ver os preços das passagens periodicamente, para ter uma noção real do valor de mercado e, assim, ter como avaliar se determinado preço está barato, na média ou caro.
Quem pretende alugar uma casa no campo ou na praia, também precisa saber como planejar as férias. Lembre-se de considerar a lei da oferta e da procura na hora de estimar um valor para locar determinado imóvel. De preferência, na hora de juntar o dinheiro para alugar o local para o período de descanso, tenha uma margem de segurança de sobra para não ter que fazer dívidas na virada do ano.
Se possível, é interessante que você até efetue a locação na época de baixa temporada, para poder aproveitar um preço mais vantajoso. Assim, além de garantir um local agradável para passar as férias, pois terá maior liberdade de escolha, você ainda poupará nos gastos com lazer.
Como economizar nas compras de fim de ano?
Depois de aprender a como quitar dívidas e, finalmente, ficar no azul no saldo bancário, você deve desenvolver mentalidade e atitudes que proporcionem uma vida financeira saudável no longo prazo. Afinal, pouco vai adiantar apertar os cintos por um curto período e, quando a situação melhorar, voltar a consumir sem controle.
Para saber como economizar nas compras, adquira o costume de programar as suas aquisições. Dessa maneira, você não só evita a formação de dívidas como também tem um maior poder de barganha na hora de negociar descontos. Afinal, com o dinheiro “na mão” fica mais fácil convencer os vendedores a abater parte do preço de um produto ou serviço.
Antes de fazer as compras de final de ano, também é recomendável que você faça uma lista com todos os itens que devem ser comprados, como os tradicionais presentes de Natal. Se possível, também pesquise os preços na internet, mas fique atento aos prazos de entrega, para não correr o risco de as mercadorias não chegaram a tempo.
Caso você prefira ir até lojas físicas, de preferência, não leve as crianças. Elas geralmente fazem os pais comprarem itens que não estavam na lista previamente estabelecida. Ainda assim, cuide para que você mesmo não fique tentado a levar determinados produtos que não faziam parte do seu planejamento inicial.
Principalmente na virada do ano, é comum as pessoas comprarem mercadorias que “acham” que vão precisar no decorrer dos meses seguintes. Por estarem na loja, muitas vezes com uma quantia significativa nas mãos, alguns indivíduos não veem problema em aproveitar promoções só para garantir o estoque de um produto. Entretanto, esse tipo de atitude só aumenta os gastos das compras de final de ano. O pior é quando a pessoa precisa tirar dinheiro de outra destinação para cobrir “o rombo” dos gastos a mais ou, ainda, pegar crédito facilitado para isso.
Tenha consciência de que boa parte das dívidas envolve questões psicológicas e comportamentais. Por exemplo, há gente que teve muitas privações na infância, principalmente no Natal, e quando adulto tenta compensar as carências da época de criança. Para tanto, faz compras demasiadas para preencher um vazio existencial. Note que esse tipo de situação deve ser tratada por meio do autoconhecimento ou do auxílio de profissionais especializados e não “solucionada” com aquisições além da conta.
Na virada do ano, ajude também a sua família a saber como economizar nas compras. O ideal é que esse assunto faça parte das conversas de casa. Ensine os seus parentes a fazer prioridades na hora de realizar aquisições. Se a família tem uma meta, como viajar nas férias, não é interessante gastar demais nas festas de final de ano. Uma vez que haja um acordo entre todos da residência, fica mais fácil reduzir as despesas.
Caso contrário, se cada um quer “puxar a sardinha para o seu lado”, fica mais difícil economizar. Portanto, o controle financeiro nessa importante época do ano depende do comprometimento de todos os envolvidos na execução do orçamento doméstico.
Como você pôde perceber neste post, quitar dívidas é uma condição essencial para uma vida financeira saudável. Débitos em atraso comprometem a capacidade de pagamento de uma pessoa ou de uma família, já que os juros pagos retiram uma parte considerável da renda habitual. Como você também viu, muita gente acredita que tem um grande patrimônio, porém, não leva em conta as obrigações, como o financiamento de bens, que na verdade fazem parte do passivo e não do ativo do balanço patrimonial.
Quando há planejamento dos gastos, por exemplo, por meio de um orçamento pessoal ou doméstico, e ainda existe o controle efetivo das finanças, com o auxílio do fluxo de caixa, o indivíduo cria as condições para que haja excedente no final do mês. Dessa forma, com essa sobra ele pode programar certos anseios, como realizar compras ou fazer viagens, além de aplicar recursos no mercado financeiro, para plantar as sementes da tranquilidade e poder colhê-la no futuro.
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Grande abraço!
André Bona
1 comentário
Andre, tenho 3 meses de estudos sobre investimentos: renda fixa, corretoras, leituras de livros e seu blog…
Quero partir pra acoes. Qual sua sugestão para adentrar nesse campo de renda variavel? Vi q eeria interessante comprar fundos de acoes. O q vc poderia me dizer?
Obg e Um excelente 2017!