De que maneira você realiza seus pagamentos? Você se enquadra na revolução digital com moedas alternativas e smartwatch? Ou prefere as notas do dinheiro físico e moedas?
Essas perguntas, em primeira análise, parecem ser estranhas, mas à medida que o mundo vai ficando cada vez mais digital a desmonetização começa a ser um assunto presente.
A desmonetização
O termo desmonetização é usado na economia para designar o efeito da diminuição da moeda com relação ao total de ativos financeiros existentes. Aplicando no dia-a-dia, seria a diminuição do dinheiro, em espécie, para a utilização de cartões de crédito, bitcoins e até mesmo smartwatch.
Com o avanço da tecnologia foi inevitável a mudança de comportamento das pessoas e as formas como elas interagem entre si. Não obstante, surge dentro da esfera digital a possibilidade de pagamentos online com cashback, diminuindo ainda mais a circulação do dinheiro em cédula.
O cashback é um termo em inglês que significa, de forma literal, “dinheiro de volta”. Ao fazer uma compra online em lojas parceiras o usuário tem como vantagem a devolução de uma parte do valor gasto, representando uma economia que pode ser investida no final do mês.
A desmonetização está acontecendo de forma gradual. Mas seria mesmo o fim das cédulas no longo prazo?
Depois de mais de 300 anos usando o papel moeda e caixas eletrônicos em bancos, alguns especialistas estimam que a sociedade será desmonetizada primeiramente em alguns países europeus já nos próximos 30 anos. É como pensa John Brosnan, Diretor da Aon, empresa de Serviços Financeiros.
Esta mudança para uma sociedade desmonetizada produzirá uma maior quantidade de dados dos usuários das plataformas digitais e mais ainda para o setor bancário, que conseguirá aprimorar os serviços e produtos para os clientes. No entanto, os riscos para um ataque cibernético aumentam consideravelmente nas contas digitais
Quais seriam as vantagens da desmonetização?
Redução de custos
Para que as cédulas continuem em circulação há um custo para essa administração. No Brasil, são gastos bilhões anualmente para manter as notas em nosso dia-a-dia, no entanto possuem uma durabilidade de 14 meses, de acordo com o Banco Central.
Já nos EUA, há um custo de US$200 bilhões para que as notas estejam em bancos, caixas eletrônicos e outros locais. Interessante notar que para cada 1 centavo são gastos um centavo e meio para ser fabricado. Desta forma, a desmonetização ajudaria a diminuir esses gastos da máquina pública.
Aumento do Cashback
Ao passo que vamos nos tornando uma sociedade digital surgirá mais plataformas que oferecerão o cashback, de modo que quanto mais comprarmos online maior será a porcentagem do dinheiro que receberemos de volta. Tudo isso será possível devido ao aumento da concorrência entre as empresas que acarretará em mais vantagens para os clientes.
Diminuição de crimes
A maioria dos crimes financeiros como corrupção e lavagem de dinheiro são realizados com cédulas. Por consequência, um programa de desmonetização seria uma alternativa para acabar com as atividades ilegais, pois por meios digitais é possível fazer um rastreamento dos criminosos.
Ademais, sonegação de impostos e grandes esquemas de corrupção se tornam mais difíceis.
E quais seriam as desvantagens da desmonetização?
Apesar de trazer grandes vantagens a diminuição do papel moeda também pode trazer problemas. Um dos entraves que faz o processo de desmonetização avançar de maneira gradual são os riscos que este novo estilo de vida pode trazer à nossa segurança.
Crimes cibernéticos
Os crimes cibernéticos, em uma economia totalmente digital, pode colocar os dados pessoais e de empresas, em mãos erradas. Mesmo em menor escala alguns hackers já desenvolveram métodos para roubar digitalmente pessoas que usam cartão de crédito.
Desigualdade
Outra desvantagem de acabar com o papel moeda é a desigualdade. Muitas pessoas ainda não possuem acesso à internet para acessar contas bancárias digitais, de modo que sofrerão com a falta de ferramentas para efetuar qualquer tipo de transações.
No mundo, de acordo com a Unicef, no mundo, há cerca de 29% de jovens de 15 a 24 anos ainda não possuem acesso à web. Um total de 346 milhões de jovens.
Em países subdesenvolvidos como a África esse indicador consegue aumentar drasticamente para 60%. Estes dados mostram como há um contraste entre nativos digitais e pessoas sem acesso.
Este foi mais um artigo feito para lhe ajudar no mundo das finanças. Se você gosta deste tipo de conteúdo, continue acompanhando nossas publicações!
Bons investimentos e até a próxima!
*Este artigo foi produzido pelo App Renda Fixa com exclusividade para o Portal André Bona.