A taxa básica de juros Selic foi reduzida ao percentual de 13% ao ano pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) no início de 2017 e seguirá por todo o ano e também o próximo, em trajetória de queda, segundo as expectativas do mercado financeiro. A decisão pegou muitos investidores de surpresa já que um corte tão alto não era feito há muito tempo.
Muito embora a redução tenha sido significativa, há inúmeras opções de investimentos que serão beneficiadas pela queda dos juros. Se você está na dúvida sobre como montar a sua carteira de investimentos diante desse cenário, não se preocupe, é só acompanhar o post de hoje que lhe daremos dicas valiosas! Não perca!
Quais são as melhores opções de investimentos com os juros baixos?
A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo Banco Central para manter a inflação controlada. Mas o que isso significa? Significa que se os juros caem muito, fica mais fácil para a população pegar empréstimos e ter acesso ao crédito e, dessa forma, consumir mais.
O aumento do consumo acelera a economia e diminui os impactos da crise econômica. Por outro lado, devido ao aumento da demanda, a indústria se vê obrigada a aumentar os preços e a inflação tende a aumentar.
O cenário de juros baixos é fundamental para estimular investimentos em infraestrutura e garantir a retomada do crescimento, mas também impacta a forma de investir e poupar.
Diante disso, a tendência é de que as aplicações em títulos da dívida pública tornem-se menos atrativas beneficiando investimentos com retornos maiores do que os pagos pelo governo.
Confira alguns investimentos que tornam-se mais interessantes com a queda da SELIC:
Títulos públicos e privados prefixados
Os títulos prefixados são aqueles que o investidor sabe exatamente a rentabilidade e a taxa de juros aplicável no momento da compra do título. Ele já sabe o valor a ser resgatado no vencimento do título. Por isso, não haverá surpresas quanto a sua rentabilidade mesmo em um cenário de instabilidade econômica e queda da taxa de juros.
Em relação aos títulos públicos prefixados, o investidor poderá resgatar o seu dinheiro a qualquer momento, entretanto, ele receberá o preço de mercado caso venda antes do prazo final.
São títulos públicos prefixados:
- Tesouro Prefixado (LTN);
- Título Prefixado com Juros Semestrais.
Os títulos privados prefixados seguem a mesma lógica dos públicos, porém, não costumam ter liquidez antes do vencimento, devendo ser mantidos até o fim do prazo. Além disso, de forma geral, apresentam maior risco já que pertencem a empresas mais suscetíveis a falência do que o governo.
Principais títulos privados com versões prefixadas:
- Certificados de Depósitos Bancários (CDBs);
- Letras de Crédito Imobiliário (LCIs);
- Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).
Todos os três contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), a mesma garantia da caderneta de poupança. E as LCIs e LCAs são isentas de imposto de renda.
Também existem debêntures prefixadas. As debêntures são títulos de dívida de empresas não financeiras. Não contam com a proteção do FGC, sendo mais arriscadas do que as aplicações bancárias.
Títulos públicos e privados atrelados à inflação
Como comentamos acima, em épocas de juros baixos, a inflação tende a aumentar. Por isso, tanto títulos públicos como privados de renda fixa atrelados à inflação valorizam-se quando a perspectiva é de queda nos juros e desvalorizam-se quando a expectativa é de alta.
Esses títulos de renda fixa funcionam de forma parecida com os prefixados uma vez que parte dos rendimentos já é prefixada. Os títulos públicos podem ser resgatados antes do vencimento com liquidez diária, enquanto os privados só costumam ter liquidez no vencimento.
Títulos de renda fixa públicos atrelados à inflação são:
- Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal);
- Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B).
Os títulos privados mais comuns nessa categoria são as debêntures.
Poupança
Com a queda dos juros a poupança a ficar menos pior, mas continua sendo a opção menos recomendada pelos especialistas. Até porque, parte do rendimento da poupança é vinculada a TR que também cai com a queda de Selic.
As vantagens da poupança são simplicidade das aplicações e isenção de imposto de renda e taxa de administração. Com a baixa da SELIC, esse investimento tem perspectiva de render entre 6,17 e 7% ao ano. Porém se SELIC cair demais, então a poupança passa a render 70% da SELIC. Ou seja: em qualquer cenário, renderá menos.
Apesar de ser a opção mais segura e conservadora, os fundos de investimentos e o Tesouro Direto continuam sendo alternativas mais rentáveis.
Como fica o Tesouro Direto com a taxa de juros baixa?
O Tesouro Direto se mantém como sendo uma excelente opção para investidores mais conservadores.
Mesmo com a queda da Selic, a taxa de juros do Brasil continua extremamente alta se a compararmos com a de outros países.
Segundo grande parte dos economistas, a mudança não foi tão drástica a ponto de tornar os investimentos no Tesouro Direto completamente inviáveis. Muito pelo contrário: continuam ganhando disparado da poupança.
O Tesouro Selic (LFT) é uma possibilidade interessante para quem não sabe quando precisará do dinheiro investido. O título acompanha a taxa de juros e conta sempre com uma rentabilidade positiva. Assim como os outros títulos públicos, tem liquidez diária.
E as ações de longo prazo na Bolsa?
A queda na taxa de juros aquece a economia já que impulsiona as empresas a crescerem e as pessoas a consumirem mais. Da mesma forma, os investidores tendem a buscar ativos de maior risco e rentabilidade.
Quem investir na Bolsa deve ter em mente que esse dinheiro poderá sofrer fortes oscilações. Por isso, estudar o assunto é ideal para iniciantes em bolsa..
Para os iniciantes, é melhor começar a investir em ações de longo prazo que podem sofrer oscilações e recuperar a rentabilidade e com pequeno percentual da carteira, até mesmo para entender se as oscilações estão adequadas ao perfil. De qualquer forma, é preciso ter cautela porque esse tipo de investimento é bastante arrojado.
A lógica da Bolsa é a seguinte: quanto melhor estiver a economia, mais as empresas lucram e, assim, isso se reflete no preço de suas ações. Quem comprou ações a preços mais baixos, poderá vendê-las quando estiverem valorizadas e obter uma rentabilidade significativa ou simplesmente retê-las indefinidamente conforme a estratégia pessoal.
As opções de renda variável são mais atrativas com juros baixos?
Essa dúvida é muito comum entre os investidores. Conforme dissemos acima, baixar a taxa de juros é uma medida que o governo toma para estabilizar a economia em períodos de crise econômica.
Taxa de juros em queda significa fácil acesso ao crédito, aumento do consumo e fortalecimento das empresas que voltam a investir em novos projetos.
Empresas com ações valorizadas levam investidores a trocar títulos de renda fixa por ativos de renda variável que, embora sejam mais arriscadas, permitem a possibilidade de maior rentabilidade em longo prazo.
Novamente, é importante ressaltar que o investidor que deseja aplicar recursos em renda variável deve ter conhecimento para isso ou buscar uma consultoria especializada e independente.
Em todo caso, é importante observar que para os casos individuais, há muitos investidores que precisam de liquidez e, nesses casos, acaba sendo mais adequado investimentos pós-fixados e de renda fixa. Então na verdade as escolhas de investimento dependem principalmente das necessidades pessoais de cada investidor.
Gostou desse post sobre investimentos com juros baixos? Então, não deixe de assinar nossa Newsletter e acompanhar mais informações sobre cada um desses tipos de aplicação!
Um grande abraço,
André Bona
1 comentário
#pergunteaobona quero entender como deve ser o raciocínio de alguém que vive da renda dos seus investimentos, por favor me diga se estou pensando corretamente:
suponhamos que eu tenha um patrimônio de R$ 1.000.000,00 numa carteira que num mês rendeu 1% (R$ 10.000,00), se o IR que deverei pagar desta rentabilidade for de 15% (R$ 1.500,00) e a inflação deste mês tiver sido de 0.5%, para preservar meu patrimônio creio que devo deixar R$ 5.000,00 ainda investidos e guardar o valor referente ao IR pra sacar no ano seguinte para pagar o total do imposto, feito isso me restariam R$ 3.500,00 pra viver no mês seguinte, estou correto ou esqueci algo?