O empresário e ex-presidente do Conselho de Administração da BRF, Abilio Diniz, foi indiciado pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Trapaça, por estelionato, organização criminosa e falsidade ideológica. De acordo com informações divulgadas pela imprensa nesta segunda-feira (15), executivos e ex-executivos da gigante de alimentos também foram indiciados por estes e outros crimes – como o crime contra a saúde pública.
Segundo o relatório final da Operação Trapaça – terceira fase da Operação Carne Fraca, que tinha como alvo um esquema de fraudes envolvendo a BR, Abilio Diniz e outros ex-executivos da BRF estariam envolvidos na venda de produtos com a bactéria Salmonella Typhimurium – ocultando o fato do Ministério da Agricultura, na adulteração dolosa na composição das fórmulas de rações e premix (utilizado como suplemento vitamínico e mineral em rações produzidas pela empresa) com uso de elementos proibidos no Brasil, e fraudes laboratoriais para alterar os resultados de análises microbiológicas.
Além do ex-presidente do Conselho de Administração da BRF, foram indiciados pela PF o ex-presidente global da BRF, Pedro de Faria – que chegou a ser preso no início deste ano, e outros 41 investigados. Entre os indiciados estão fiscais do Ministério da Saúde, empresários e funcionários de frigoríficos.
Mensagem no WhatsApp
No documento, a Polícia Federal afirma que obteve uma conversa de WhatsApp entre Pedro de Faria, Abilio Diniz e outro sócio da BRF, na qual os três lamentam a publicação, pela imprensa, de uma matéria informando que haviam sido encontrados resíduos tóxicos em carnes de frango produzidos pela BRF.
No relatório da Operação Trapaça, a PF destaca que, ao serem notificados do caso, Faria e Diniz se preocuparam em descobrir como a informação foi descoberta – ao invés de orientar funcionários da BRF a descobrir a causa da intoxicação e resolver o problema.
A conversa, datada de 1 de abril de 2015, foi reproduzida na íntegra no relatório final da Operação Trapaça pela PF.
Ações em queda
Após a divulgação da notícia do indiciamento do empresário Abilio Diniz e do ex-presidente da BRF, Pedro de Faria, pela Policia Federal, as ações da BRF chegaram a recuar mais de 2%. Às 14h20, os papéis da gigante do setor de carnes recuava cerca de 1% na bolsa brasileira B3, sendo negociada a R$ 20,24.
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