Fazer uma alocação de ativos de forma adequada e estratégica é fundamental para ter sucesso no mercado financeiro. Assim, é possível diminuir riscos, potencializar os seus ganhos e ficar mais próximo de alcançar as suas metas e objetivos.
Para ser bem-sucedido na sua estratégia, é válido compreender dois conceitos: diversificação e pulverização. Afinal, eles estão diretamente relacionados ao modo como você escolhe seus investimentos e estrutura o seu portfólio.
Quer entender o que é diversificação, pulverização e qual é a melhor maneira de alocar os seus recursos? Então continue a leitura!
O que é diversificação da carteira de investimentos?
A diversificação da carteira de investimentos é uma estratégia que consiste em distribuir os recursos entre diferentes classes de ativos, setores e níveis de risco. Para isso, é preciso pensar na descorrelação de cada alternativa.
O objetivo dessa medida é reduzir os riscos concentrados em um único investimento ou risco, de modo a minimizar a volatilidade e aumentar a estabilidade geral da carteira.
Ao diversificar o portfólio, é possível fazer uma combinação de ativos que tenham uma correlação negativa ou sejam descorrelacionados. Isso significa que eles tendem a se mover de maneira distinta em resposta às flutuações do mercado.
Dessa forma, há uma maior proteção contra perdas significativas. Afinal, se uma parte da carteira apresentar um desempenho negativo, outras alternativas podem compensar esses resultados.
O que significa pulverização?
Após estudar a diversificação de investimentos, vale compreender o conceito de pulverização. Isso porque muitos investidores acreditam que estão diversificando suas carteiras, mas, na verdade, estão apenas pulverizando.
A pulverização refere-se à prática de dividir os recursos em muitos investimentos diferentes, mas que possuem condições semelhantes. Em geral, isso acontece por não existir uma estratégia clara ou um critério específico para as escolhas.
É como espalhar o dinheiro de modo aleatório, sem considerar as características de cada ativo da carteira. A pulverização tende a ocorrer devido à falta de planejamento e conhecimento adequado sobre os ativos selecionados, o que resulta na escolha de investimentos com correlação positiva.
Para exemplificar, suponha que você comprou ações de 5 empresas diferentes que atuam no setor elétrico. Nesse caso, você não diversificou o seu portfólio. Se acontecer algum problema nesse segmento, provavelmente todos os seus ativos serão afetados.
Quais são os problemas da pulverização?
Como você viu, enquanto a diversificação visa distribuir os investimentos de forma estratégica, a pulverização ocorre de maneira desorganizada e sem critérios claros. Por conta disso, diversos problemas podem acontecer.
Uma das principais consequências da pulverização é a perda de foco e a ausência de um acompanhamento adequado dos investimentos. Com uma carteira pulverizada, torna-se mais difícil gerenciá-la e monitorar o desempenho de cada ativo individualmente.
Outra desvantagem da pulverização refere-se à falta de diversificação real da carteira. Ao escolher investimentos aleatoriamente, pode haver uma sobreposição de ativos similares.
Ou seja, mesmo com uma quantidade elevada de investimentos na carteira, ela não estará realmente diversificada. Essa situação pode aumentar a exposição a riscos específicos e diminuir as chances de ganhos.
Qual é a importância de fazer uma alocação de ativos descorrelacionada?
Conforme você acompanhou, a pulverização é uma abordagem que pode gerar diferentes problemas aos investidores. Portanto, é essencial focar na estratégia de diversificação.
Nesse sentido, fazer uma alocação de ativos descorrelacionados é fundamental para ter uma estratégia de investimento eficiente, equilibrada e resiliente. A correlação é uma medida que indica como dois ou mais ativos se comportam em relação aos demais.
Quando os ativos são descorrelacionados, os movimentos são independentes, o que significa que eles não estão fortemente ligados. Logo, ao diversificar a sua carteira com esses investimentos, você pode reduzir a volatilidade geral e aumentar a segurança do seu portfólio.
Inclusive, essa é uma das bases da Teoria Moderna do Portfólio, desenvolvida por Harry Markowitz. O objetivo dela é compor uma carteira que equilibre risco e retorno, considerando a tolerância do investidor ao risco.
Para tanto, a teoria prevê que os recursos sejam distribuídos entre investimentos de classes e setores diferentes. Além disso, existe outro conceito relevante: o de fronteira eficiente. Ele indica qual é o portfólio capaz de oferecer o maior retorno para um determinado risco tolerado ou o menor risco possível para obter certo retorno.
Veja um gráfico que mostra a fronteira eficiente:
O mais importante dessa representação é compreender que, nessa fronteira, é possível ter as melhores condições para o portfólio, considerando a tolerância aos riscos e os objetivos. Abaixo dela, o retorno não é otimizado e nem diversificado o suficiente, o que tende a elevar os riscos.
Limite para a diversificação
Essa representação também demonstra que existe um limite para a diversificação, considerando o quanto você tem disponível para investir e a existência da fronteira. Assim, caso haja a pulverização, não será possível alcançar um portfólio que seja mais eficiente.
Isso se deve, principalmente, pela existência do risco não-diversificável ou sistêmico. Como não é possível reduzi-lo a partir de suas escolhas para o portfólio, exceder a distribuição dos recursos entre muitos ativos levará à pulverização.
Considere o seguinte gráfico:
Com ele, é possível verificar a relação entre o número de ações em um determinado portfólio e o desvio padrão, que mede o risco da carteira. Note que é possível diversificar o risco que não é de mercado, mas apenas até determinada medida.
A partir desse ponto, mesmo com mais ações no portfólio o risco se mantém. Logo, escolher mais ativos nessa situação poderá causar a pulverização.
Como os ETFs podem ajudar nesse contexto?
Agora você conhece os principais pontos sobre a diversificação e a pulverização. Nesse sentido, uma das possibilidades para alocar seus recursos de forma estratégica e equilibrada é investir em ETFs (exchange traded funds).
Os ETFs são fundos de investimento que buscam replicar o desempenho de um índice de referência. Eles são negociados na bolsa de valores brasileira, a B3, e permitem aos investidores acessar uma ampla variedade de ativos em um único investimento.
Logo, os ETFs podem ajudar na diversificação da carteira de investimentos. Um fundo de índice de ações, por exemplo, pode ter um portfólio composto por papéis de diferentes companhias, diminuindo assim os riscos e a exposição a um único investimento.
Além desse ponto, vale ressaltar que existem ETFs que acompanham índices de setores específicos, como o de tecnologia, saúde, games, entre outros. Dessa forma, também é possível obter uma diversificação setorial, expondo parte do seu portfólio a segmentos promissores da economia.
Por fim, é válido saber que os ETFs costumam ter alta liquidez, permitindo que você compre e venda suas cotas sem grandes dificuldades. Já os preços costumam ser acessíveis, especialmente em comparação à aquisição dos ativos individualmente.
A diversificação, ao contrário da pulverização, é uma estratégia essencial para alocar ativos de forma descorrelacionada e ter um portfólio sólido, equilibrado e com potencial de bom desempenho. Por isso, busque estruturar a sua carteira de maneira adequada, sem escolher diversos investimentos aleatoriamente.
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Este artigo foi produzido pelo CEO da Investo com exclusividade para o Portal André Bona