Muitas pessoas atribuem o grande sucesso financeiro de Steve Jobs à Apple, empresa que fundou junto com Steve Wozniak em meados da década de 70. Não temos nenhuma dúvida de que a Apple é, hoje, um fenômeno mundial de vendas e que isso se deve, em partes, à atuação de Jobs à frente dos negócios.
É inegável, portanto, que a Apple foi um excelente ponto de partida. No entanto, em 2011, quando nos deixou, Jobs possuía um patrimônio de aproximadamente 10 bilhões de dólares, 100 vezes maior do que o de seu amigo e sócio Wozniak. O que seria capaz de explicar esta disparidade?
A grande verdade é que o sucesso de Jobs não dependeu exclusivamente da Apple, mas da sua habilidade com os investimentos. Tanto que, durante o tempo em que esteve fora da Apple, investiu boa parte do seu dinheiro na Pixar, que posteriormente foi comprada pela Disney, e na Next, que um tempo depois foi comprada pela própria Apple.
As duas empreitadas lhe renderam um bom retorno.
Por isso, no post de hoje vamos investigar quais foram os atributos que fizeram com que Steve Jobs multiplicasse a sua fortuna por meio dos investimentos e o mais importante: quais são as lições que podemos aprender com a sua experiência. Confira a seguir!
Compreenda a volatilidade do mercado de tecnologia
Talvez a tecnologia seja um dos setores da economia que mais gera oportunidades mundo afora. O legado de Steve Jobs é a prova viva disso. Basta observar a explosão das milhares de startups que crescem em ritmo vertiginoso.
Apesar disso, quando investimos no mercado da tecnologia é preciso saber que a invenção de novos algoritmos, softwares mais rápidos, equipamentos menores e mais potentes podem mudar completamente o jogo. E mais: isso tudo pode acontecer de um dia para o outro! Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Nokia, que um dia já dominou o mercado de telefones celulares.
Isso aconteceu também por diversas vezes com a própria Apple. Em 1996, a empresa encontrava-se à beira da falência e foi obrigada a adquirir a Next para incorporar sua tecnologia ao seu novo sistema operacional.
A concorrência com o Windows, da Microsoft, era voraz. Alguns anos depois, entretanto, anunciaram o iPod e foram do inferno ao céu sem nem passar pelo purgatório.
Saiba identificar tendências
Grande parte do sucesso de Steve Jobs se deu em virtude da capacidade que ele tinha de fechar os olhos e imaginar como seria o mundo de amanhã. Se você tivesse presenciado uma conversa entre Bill Gates e Steve Jobs em uma cafeteria em Palo Alto (Califórnia) no final da década de 70, é provável que pensaria que ambos haviam fugido do hospício.
A grande verdade, porém, é que o mundo de hoje já existia dentro da cabeça desses dois visionários há quase 40 anos, quando boa parte do mundo ainda não sabia o que era um computador pessoal ou mesmo o significado da palavra “internet”.
Cada invenção tecnológica abre um leque de novas possibilidades e em algumas delas residem boas oportunidades de negócios. Imagine, por exemplo, quantas portas os equipamentos de realidade virtual podem abrir no mundo dos games, de filmes interativos, programas de treinamento de pilotos de avião, entre muitas outras aplicações possíveis.
Quando identificamos ideias de sucesso e profissionais talentosos engatinhando, temos a oportunidade de nos envolver nos projetos ainda em estágio inicial, enquanto outros investidores ainda estão desconfiados. Isso possibilita que possamos obter um retorno grande, mesmo investindo pouco.
Procure os investimentos menos dependentes de políticas públicas
Se observarmos a trajetória de investimentos de Steve Jobs, perceberemos que a grande maioria de suas aplicações financeiras foram realizadas em áreas que dependem pouco da influência externa exercida pelas políticas públicas. Ao contrário, por exemplo, do setor automotivo norte-americano, que durante o mesmo período precisou por diversas vezes ser resgatado por incentivos fiscais e recursos públicos, principalmente durante a crise de 2008.
Sabemos que é impossível encontrar um investimento que esteja 100% livre da inflação, da taxa de juros e influência da política tributária, cambial e monetária do Governo, principalmente no Brasil, mas também é verdade que alguns setores são mais abalados do que outros.
Envolva-se sempre
Steve Jobs sempre mergulhou de cabeça em todos os grandes investimentos que realizou, envolvendo-se pessoalmente com as empresas nas quais investia. É claro que o investidor médio não tem cacife para participar ativamente da gestão de grandes corporações, mas o que vale aqui é o princípio e ele se mantém o mesmo, independentemente do tamanho do investimento.
Isso significa que uma pessoa jamais deveria investir seu dinheiro em uma empresa sem nem saber exatamente o que ela faz. Procure saber quem são as pessoas mais importantes dentro daquela organização, qual é o histórico delas, o que a empresa faz, quais são os produtos mais vendidos, qual é a sua posição dentro do mercado, seus objetivos e estratégias, a reputação que tem junto aos consumidores, o potencial para a inovação etc.
Leve em consideração o potencial do mercado
A grande maioria dos produtos da Apple, das animações da Pixar e dos softwares educacionais desenvolvidos pela Next tinha como limite apenas o céu. Isto é: poderiam ser — assim como, de fato, foram — vendidos para o mundo todo.
Se você tem alguma dúvida disso, basta escolher de forma aleatória qualquer localidade do globo terrestre e fazer uma pequena enquete com as pessoas que passam pelas ruas. Certamente, a maioria saberá o que é um iPhone e quem são os personagens de Toy Story.
Negócios locais podem até oferecer ótimos produtos e serviços, mas se pretendemos investir neles é bom tentar entender como funciona a sua escalabilidade e qual é o potencial e o ponto de saturação de suas operações.
Declare guerra à procrastinação
Steve Jobs sabia administrar o tempo como poucos. A sua filosofia é simples: completar as suas tarefas da forma mais eficiente e rápida possível para já começar outra o quanto antes. Não via sentido em esperar até o vencimento do prazo para entregar o trabalho.
Esse mesmo princípio pode ser utilizado tanto na gestão de uma empresa, como também na jornada de um investidor. O bom investidor deve acompanhar suas aplicações financeiras de perto, buscar o conhecimento, fazer cursos e aprender cada vez mais sobre o mercado de ações.
O adiamento das tarefas nada mais é do que desperdiçar o recurso mais valioso que temos na vida: o tempo.
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