E o mito venceu!!
Contra todos os prognósticos e perspectivas…contra todo o marketing bem feito…contra o politicamente correto…contra os milhões gastos em campanha…contra a mídia…contra opositores que bateram e bateram muito nele … venceu contra fake news … venceu mesmo sem o apoio de uma parcela relevante da população que insiste em tachá-lo de algo ao invés de entender o que há por trás desse movimento.
Estou feliz! Não queria ter que desistir do Brasil, e a vitória de Haddad seria pra mim a gota d’água! Obrigado Brasil!
Os desafios apenas começam, mas a interpretação do que imagino que deva acontecer é clara e simples: bolsa pra cima, Dólar e Juros para baixo….mas com uma leve vantagem para bolsa
3 Motivos porque a Bolsa é o cavalo da vez:
- Percentual alocado em bolsa brasileira é baixa entre os fundos locais e estrangeiros;
- Real já se apreciou 11% no mês ante 8% da bolsa;
- Os títulos do tesouro (as NTN-B’s) mais longos se apreciaram 14% no mês ante 8% da bolsa.
Agora enquanto escrevo esse post são 4h da manhã no Brasil…tivemos 2 ETFs de ações brasileiras negociando no Japão e Cingapura…saca só a porrada:
Então penso que a reação de curto prazo será positiva…não sei dizer o quanto…mas mais importante que o dia de hoje, é aquilo que comentei semana passada: para mim a vitória já estava dada e o mercado já estava em lua de mel com o mito.
Vou transcrever aqui o que comentei semana passada… são meus 7 “porquês” eu penso e acredito que a bolsa vá a 100k até o fim do ano:
1. Fluxo. A inclinação liberal, aliado a privatizações e a promessa de disciplina fiscal tendem a controlar o juro futuro e empurrar o dinheiro mais conservador pra bolsa – falo de fundos de pensão e estrangeiros mais conservadores. Não tem como bater meta atuarial com juro a 6%, 7% ou até 8%.
2. + Fluxo. Com pouco o que ganhar nos juros os fundos multimercados terão de comprar bolsa…vale lembrar que eles estão historicamente muito pouco alocados em bolsa.
“A lot of global money is going to look to Brazil,” said Hari Hariharan, chief executive officer at NWI Management LP in New York, which has been investing in Brazil since 1990. “If the fiscal situation is addressed, Brazil is going to be fantastic.”
3. Perspectivas. Sua governabilidade parece muito boa tendo apoio no congresso e senado para aprovar muita coisa…nem tudo o que quer, mas certamente alguma coisa…isso traz uma perspectiva positiva de alocação para quem olha um prazo mais longo e obviamente atrai olhares para o Brasil…
4. Equipe. Ele já deu indicações de nomes técnicos para ministérios e cargos estratégicos… após anos e anos de controle político isso pode alimentar o sentimento positivo de mudança e ruptura ajudando a sustentar a bolsa.
5. Relacionamento. Apesar de não ser uma flor de pessoa, especialmente com a imprensa, Bolsonaro sempre deixou muito claro sua intenção de buscar acordos e conversar com países desenvolvidos e pró-mercado…imagina o impacto de termos um presidente visitando investidores em NY ou Londres … tal qual o excelente Temer veio fazendo….mas agora teremos um com maior legitimidade para governar.
6. Emergentes. Após 1 ano difícil para os emergentes, acredito que o sell off desses mercados esteja no fim. Moedas já foram depreciadas, assim como as bolsas. Reportagem recente da Bloomberg mostrou que em pesquisa recente com gestores de portfolio a visão otimista ante o cenário para emergentes prevaleceu….a ideia de que acabou o sell off que já dura praticamente esse ano todo.
7. Previdência. Temer já sinalizou que buscará encaminhar a reforma da previdência para o congresso. Uma reforma agora seria excelente pois retiraria o peso da mesma para Bolsonaro. Começar o governo com medida impopular é sim uma necessidade que a situação colocou, mas seria muito melhor jogar mais essa na conta daquele que tem sido um baita presidento (Temer). E vale lembrar que esse é tema central, dado a perspectiva de deterioração das contas do governo olhando para frente – vide projeção no gráfico abaixo:
E os vendidos hoje …. vão…[…]
Leia o texto na íntegra no blog BUGG – Análises Econômicas e de Investimentos, de William Castro Alves.