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*Este artigo foi produzido pela Magnetis com exclusividade para o Blog de Valor.

 

Quando se fala em investimentos, não há outro assunto que esteja mais em alta no momento do que o bitcoin.

E também não é para menos: somente em 2017 a moeda virtual valorizou quase 2.000% e atingiu o patamar dos US$ 16 mil.

Naturalmente, esse avanço enche os olhos de qualquer investidor, mas também faz com que vários especialistas calibrem o brilho da luz amarela que já estava acesa para os riscos dessa aplicação. Afinal, o bitcoin é ou não é uma bolha?

Neste texto vou analisar alguns conceitos sobre bitcoin. Também vou mostrar como apliquei a tradicional teoria da diversificação de investimentos para reduzir riscos na aplicação em bitcoin e outras criptomoedas.

Bitcoin é investimento?

O bitcoin nasceu em 2008, a partir da publicação de um artigo que explicava como um software poderia criar uma rede descentralizada para o registro de transações em um banco de dados. O artigo foi assinado por uma pessoa desconhecida, sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto.

Meses depois, o programa começou a rodar e o bitcoin passou a ser usado por um universo restrito de entusiastas. A popularidade da moeda foi crescendo à medida que se tornou um meio eficiente de fazer transações financeiras sem burocracia (e muitas vezes, sem impostos).

Não dá para dizer ao certo quando o bitcoin passou a ser visto como reserva de valor, mas há registros de pessoas usando a moeda virtual para preservar patrimônio durante uma fase aguda da crise na Grécia.

Em 2015, o governo grego deu calote na União Europeia e no Fundo Monetário Internacional (FMI) e muitas pessoas viram seu dinheiro virar pó. Detalhe: nessa época, um bitcoin era cotado a cerca de US$ 250.

Os anos passaram e a moeda foi sendo adotada por cada vez mais usuários. Consequentemente, seu valor subiu e mais pessoas passaram a considerá-la como um ativo promissor em sua carteira.

O problema é que o preço do bitcoin é muito volátil, podendo ir de uma baixa de 20% a uma alta na mesma proporção em questão de minutos.

Para se ter uma ideia, quando a Bolsa de Valores brasileira – um dos nossos investimentos tradicionais mais arriscados – atinge uma baixa de 10%, um mecanismo chamado circuit breaker é acionado para evitar o “efeito manada”.

Na prática, é uma regra que o mercado criou para dizer a si mesmo: “Pare, respire e pense no que está fazendo”. Já pensou se o mesmo mecanismo valesse para o bitcoin? Seria inviável sua negociação.

A verdade é que, independentemente de para onde vá o preço, o bitcoin será regido pela lei da oferta e da demanda. Assim, a moeda virtual tanto pode ganhar o mesmo status das moedas tradicionais, quanto pode cair no esquecimento ou ocupar lugar em um museu. Tudo depende da importância que as pessoas darão ao bitcoin no futuro.

Aliás, a mesma lógica usada para criar o bitcoin permitiu o nascimento de outras criptomoedas, como Ripple e Monero; e até de novas plataformas, como a Ethereum, que vêm ganhando destaque recentemente ao permitir o registro de contratos virtuais, e não só transações financeiras.

Usando a diversificação para investir em bitcoin e outras criptomoedas

O mercado financeiro está olhando para a valorização do bitcoin e algumas companhias já lançaram até produtos financeiros que investem ou acompanham o comportamento da moeda.

Pensando nisso, resolvi fazer um experimento para saber se é possível investir em bitcoin e outras moedas virtuais a partir de conceitos consagrados de gestão de portfólio de investimentos. A ideia foi aproveitar o máximo da rentabilidade sem muitos sustos.

Assim, resolvi aplicar na prática a Teoria Moderna do Portfólio para montar uma carteira diversificada de criptomoedas.

Esses foram os meus critérios:

Primeiro passo: escolhi as oito moedas virtuais com o maior valor de capitalização de mercado, ou seja, o valor total de todas as unidades emitidas de cada uma delas.

Segundo passo: atribui “pesos” a essas moedas em minha carteira conforme o valor de sua capitalização de mercado.

Ao final dessa primeira fase, minha carteira tinha as seguintes moedas:

  • Bitcoin
  • Ethereum
  • Ripple
  • Litecoin
  • NEM
  • Dash
  • Ethereum Classic
  • Moner

Depois, foi a vez de efetuar os investimentos conforme os pesos que eu atribuí a cada moeda e acompanhar a performance da minha carteira. No blog da Magnetis, eu conto mais detalhes sobre como abri minhas contas em bolsas que negociam bitcoin tanto no Brasil quanto no exterior e falo também sobre como guardar bitcoins de forma segura.

Passados cinco meses, o rendimento da minha carteira de criptomoedas superou os 180%, bem distante dos 15,64% de retorno do Índice Bovespa (principal referência do mercado brasileiro de ações) e dos 3,54% do CDI (que baliza investimentos conservadores).

Porém, o comportamento individual de cada moeda foi o seguinte:

Eu poderia ter investido somente em bitcoin – e até teria tido bastante sucesso. Mas e se tivesse acontecido alguma coisa e a cotação tivesse derretido, como foi no caso do Ripple?

Assim como o preço do bitcoin subiu vertiginosamente nos últimos tempos, o de qualquer outra criptomoeda poderia ter avançado. Da mesma forma, eu poderia agora estar no vermelho. Tudo depende basicamente da oferta e da demanda.

É importante lembrar que apenas olhar o passado não diz nada sobre como será o desempenho de determinado investimento no futuro.

Por isso, a principal conclusão que eu tiro deste estudo é que a diversificação é uma valiosa ferramenta para quem busca chances de ter rendimentos melhores e controlar o nível de exposição ao risco da sua carteira. A diversificação é uma estratégia consagrada para investimentos tradicionais e também pode ser aplicada para criptomoedas. Ela permite absorver melhor os ganhos e reduzir o impacto de perdas em caso de algum imprevisto.

A diversificação, aliás, é a estratégia adotada pelos algoritmos que constroem as Carteiras Magnetis. Eles são programados para buscar o máximo de retorno dentro do perfil de risco do investidor, minimizando os riscos e reduzindo os custos.

Gostou do relato da minha experiência? Deixe sua opinião nos comentários!

Um abraço!

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Luciano Tavares é fundador e CEO da Magnetis Investimentos. Administrador de carteiras credenciado pela CVM e planejador financeiro CFP ®, tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro.

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