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A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou, na noite da última quinta-feira (11), a nota de crédito do Brasil de “BB” para “BB-“, deixando o país três notas abaixo do grau de investimento. Com o rebaixamento, as perspectivas para a nota brasileira deixa o status de negativa para estável.

O rebaixamento da nota de crédito pela S&P já era aguardada pelo mercado há algum tempo, principalmente por conta da demora do governo em conquistar apoio para aprovação da Reforma da Previdência – que deverá ser votada no próximo mês. Em sua decisão, a Standard & Poor’s citou justamente o atraso na aprovação das reformas no país para auxiliar no reequilíbrio das contas públicas.

Segundo a agência, a falta de reformas e de equilíbrio fiscal é “ uma das principais fraquezas do Brasil”. As eleições presidenciais neste ano também foram citadas pela S&P em sua decisão, divulgada após o encerramento do pregão.

Relatório da S&P

O documento diz que as incertezas que envolvem as eleições de 2018 agravam ainda mais o cenário de falta de aprovação de reformas com efeito de longo prazo e ajuste fiscal. “Apesar de vários avanços da administração Temer, o Brasil fez progresso mais lento que o esperado em implementar uma legislação significativa para corrigir a derrapagem fiscal estrutural e o aumento dos níveis de endividamento”, informou a agência.

Para a S&P, “ocorreram retrocessos até mesmo com medidas fiscais de curto prazo – como uma determinação para suspender o adiamento das altas de salários dos funcionários públicos”.

Grau de investimento

O grau de investimento indica quais são as condições de um país de pagar suas dívida ou de dar calote no mercado. Esta nota é obtida por meio de análises feitas por agências de classificação de risco – ou rating, como a Standard & Poor’s.

Uma avaliação positiva destaca o país como um bom pagador e resulta, consequentemente, em um nível maior de confiança de investidores, governos e empresas para com a nação analisada. Já a avaliação positiva, por outro lado, afugenta novos investidores e financiadores, e dificulta a fida financeira do país e das empresas locais, que são taxadas de maus pagadores.

Sem surpresas

O rebaixamento da nota “BB” para “BB-“ não surpreendeu a maior parte dos analistas, que aguardavam um rebaixamento após a agência colocar o Brasil em observação ainda no ano passado, após as delações da JBS envolvendo o presidente Michel Temer se tornarem públicas. A confirmação do rebaixamento da nota de crédito brasileira pela S&P, no entanto, é um revés para a equipe econômica, que esperava uma breve recuperação do grau de investimento do país – e não um novo corte na nota.

Por enquanto, contudo, a agência mantém o Brasil em perspectiva estável, sem projeções de novo corte no curto ou médio prazo. Segundo a S&P, o “perfil externo comparativamente sólido do Brasil e a flexibilidade e credibilidade de sua política monetária e cambial” justificam esta estabilidade da nota depois do mais recente rebaixamento.

Fazenda lamenta decisão

Após a divulgação da decisão da agência de classificação de risco em rebaixar a nota de crédito brasileira, o Ministério da Fazenda afirmou, em nota, que o governo continua comprometido com a consolidação fiscal. A pasta informou, ainda, que os pontos destacados pela S&P quanto à necessidade e urgência da aprovação de propostas de consolidação das contas públicas pelo Congresso corroboram “as propostas da equipe econômica”.

Leia, na integra, a nota divulgada pelo Ministério da Fazenda.

 

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