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Alpha
O que é o Alpha? Qual sua importância?

 

O Alpha, é um termo muito usado para quem já é do mercado. Sei que não são todos, mas é comum ouvir falar que determinado ativo ou fundo “gerou Alpha”. Isso quer dizer em outras palavras que determinado ativo teve a capacidade de geralmente “vencer” um índice, ou de tirar vantagem dele. Seja uma carteira que esteja performando acima do Ibovespa ou acima do CDI. O Alpha pode ser entendido também como o “excesso de retorno” ou “taxa anormal de retorno” e é usado como uma medida de desempenho, indicando que determinada estratégia ou portfólio ou até um ativo, conseguiu superar o retorno do mercado em algum período. Ele também é simbolicamente representando na figura abaixo.

COMO CALCULAR O ALPHA

Bom, para explicar essa parte eu vou ter que adentrar na formula do CAPM (Caso não saiba, basta clicar neste link) e falar sobre o “Alpha de Jensen”. O Alpha está dentro das 5 taxas de riscos técnica mais populares da teoria moderna de portfólio (de Harry Markowitz), incluindo Beta (Caso não saiba, basta clicar no link) e outros. O “Alpha de Jensen” também é uma medida de desempenho que está ajustada ao risco que representa um retorno médio de uma carteira e por isso precisamos do CAPM para montar o cálculo. Por isso, sugiro que quem não está familiarizado com o CAPM ou com o Beta, por favor não deixe de ler eles no link acima. Logo, a equação para o Alpha, fica assim:

 

Alpha = (Rp – Rf) – β x (Rm – Rf)

 

Não se apavorem, vou explicar cada um deles novamente!

CONFIRA:

rE: É o retorno esperado do ativo, no caso é o que você encontra ao calcular o CAPM. O CAPM explicando de maneira básica, é a forma de encontrar a Taxa do Custo de Capital Próprio ou o retorno esperado de um ativo.

Rf: É a Taxa livre de risco, ou seja, uma taxa de retorno de um ativo considerado de “não” risco. Por definição esses seriam os títulos americanos (as treasuries), mas se você quiser tornar o cálculo mais tupiniquim, poderia considerar a Selic por exemplo. Ah geralmente usam-se as taxas de títulos federais mais longas (10 ou 30 anos), no caso de Brasil pode se usar Selic a 10 anos (encontra-se facilmente no investing.com), já Estados Unidos usam-se a Treasury de 10 ou 30 anos (também encontrada facilmente no investing.com).

β: O beta é uma medida de volatilidade ou “risco sistemático”. Volatilidade faz menção ao quanto um título, índice ou ativo oscila (chacoalha) para cima ou para baixo e em qual velocidade. Este é um dado estatístico que é calculado a partir da variabilidade dos ativos e é particular a cada ativo…ou seja, a Petrobras possui um beta, a Gerdau outro, etc. Para simplificar a análise, quando o beta do ativo for maior que 1, o ativo em questão tende a oscilar em maior proporção que o mercado, se o mercado subir o preço da ação tende a subir mais; já quando o beta do ativo for menor que 1, ele é menos volátil que a média do mercado e, caso o mercado caia, ele tende a cair menos. Se for igual a 1, ele tende a andar bastante relacionado ao mercado.

Rm: É o retorno esperado do mercado. É quanto se espera ter de retorno no investimento ou no empreendimento. Geralmente usam-se uma média de retornos passados – por exemplo: o retorno médio do S&P 500, ou do Ibovespa.

 

Sendo assim, acho que cabe um exemplo para entender de maneira mais completa a ideia do Alpha. Vamos pegar então uma companhia imaginária e que ela tenha um rE (Retorno Esperado do Ativo) 12% e que tenha um Beta de 0,5. A taxa livre de risco (Rf) vai ser a Selic (10 anos) 9% (ps: estou pegando o rendimento de 10 anos no dia em que esse post foi escrito) e espero ter um retorno de (Rm) de 20%.

Logo, já podemos calcular o Alpha, que ficará assim:

 

Alpha = (Rp – Rf) – β x (Rm – Rf)

Alpha = (0,12 – 0,09) – 0,5 x (0,20 – 0,10)

Alpha = (0,03) – 0,5 x (0,10)

Alpha = 0,03 – 0,05

Alpha = -0,02 ou -2%

 

Isso quer dizer que o retorno ficou abaixo das expectativas demonstradas pelo modelo de CAPM. Porém, se o (rE) retorno esperado do ativo fosse de 18%. Então, aplicando a mesma formula encontraríamos que o Alpha seria de 0,04 ou 4%. Neste último caso, o índice Alpha sendo maior que zero, isto representa que o retorno foi maior que o esperado do ativo, é o famoso “excesso de retorno” e por isso falam tal ativo ou portfólio “gerou Alpha”.

ENTENDENDO O ALPHA

Como já dito anteriormente, o Alpha compõe um papel importante desde a teoria moderna do portfólio, escrita por Harry Markowitz, junto com o Beta (β), o Índice Sharpe, o Desvio Padrão e o R ao Quadrado (R²). Muitos gestores ativos procuram gerar Alpha para suas carteiras e com isso até colocam as vezes ele ao lado nas laminas de fundos (subtraindo o retorno do fundo pelo o que excedeu). Serve também como uma forma de avaliar o quão eficiente está sendo o gestor ou a sua gestão do patrimônio dos clientes.

Existe uma controvérsia também, o estudo do Alpha foi postulado em cima da premissa que os mercados são “eficientes”, ou seja, que tudo já está precificado e dessa maneira não há como identificar sistematicamente ou aproveitar os “enganos do mercado”, porque eles “não existem” (por isso muitos falam que o Alpha representa “o excesso de retorno” ou a “taxa anormal de retorno”). Vale lembrar que não são todos os gestores que conseguem gerar Alpha e bater o mercado, por isso, é sempre bom ficar de olho nesse índice (ao longo de todo o período se possível) antes de investir o seu dinheiro.

Espero ter ajudado!

Breno Bonani

Twitter: @Breno_Bonani  Instagram: @bonani_ 

 

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Economista pela UFRGS, iniciou sua carreira em 2004 na Solidus Corretora, tendo passado pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Atuou como analista de Investimento na XP e responsável pelas gestão das Carteiras Recomendadas.

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