8 minutes

 

Clique e solicite a sua assessoria de investimentos »

Olá!

Um dia desses eu recebi a seguinte pergunta: “Como escolher um serviço de assessoria de investimentos?”

Vale lembrar que temos um serviço recomendado pelo Blog (clique aqui e conheça), por isso é um pouco estranho falar do assunto, mas por outro lado é uma forma de expor minha visão sobre pontos importantes nessa relação entre investidores e assessores de investimentos e deixar alguns alertas aos investidores.

Como escolher um serviço de assessoria de investimentos?

É muito importante que o investidor entenda o seguinte: os profissionais habilitados a prestar o serviço de assessoria de investimentos possuem a denominação legal de “Agente Autônomo de Investimentos” perante a Comissao de Valores Mobiliários (CVM) e a Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (ANCORD).

Os agentes autônomos de investimentos podem ser pessoas físicas ou pessoas jurídicas. Todos os agentes autônomos pessoa física possuem obritagoriamente os seus registros individuais. Da mesma forma as empresas para as quais trabalham possuem o seu registro como pessoa jurídica.

Os registros são feitos na CVM e na ANCORD, estando disponíveis para consultas públicas via internet.

Um exemplo:

– Agente autônomo pessoa jurídica: Valor Investimentos

Registro dos assessores de investimentos

O mercado financeiro se movimenta de acordo com uma enxurrada gigantesca de informações e os conhecimentos necessários para atuar no mesmo são muito específicos. Isso cria a chamada “assimetria de informação”, onde uma parte sempre detém muito mais conhecimentos do que a outra sobre as opções de investimentos disponíveis.

O objetivo dos órgãos reguladores é justamente o de garantir segurança ao investidor pessoa física, garantindo práticas que evitem abusos nessas relações. Por esse motivo, qualquer pessoa que se proponha a falar de investimentos e a distribuí-los dentro dessa atividade de assessoria (e que não seja funcionário direto de uma instituição financeira), OBRIGATORIAMENTE precisa ter seu registro de agente autônomo de investimentos.

Logo, é fundamental que todo investidor, ao se deparar com um “assessor de investimentos” solicite o nome completo, assim como o de sua empresa e faça as devidas consultas.

Como verificar o registro de uma empresa de assessoria de investimentos

Segue abaixo um passo a passo de como você pode localizar o registro da Valor Investimentos ou de qualquer outra empresa de assessoria:

No site da CVM – Comissão de Valores Mobiliários (www.cvm.gov.br):

> Participantes do mercado > Consulta ao cadastro geral

Busque por:

> Nome: VALOR
> CNPJ: pode deixar em branco
> Tipo de participante: AGENTE AUTONOMO
> Digite o número da caixinha
> Clique em buscar

Serão exibidos vários nomes parecidos. Procure por:

> Procure: VALOR INVESTIMENTOS – AGENTE AUTÔNOMO DE INVESTIMENTOS S/S LTDA.
> Clique em cima do nome. Serão exibidos os dados da nossa Matriz, em Vitória-ES

Posteriormente volte a tela e clique em CONTRATANTES:

> Serão exibidas as empresas com as quais temos contrato para distribuir produtos. A BEM DTVM, por exemplo, pertence ao grupo Bradesco. E também a corretora com a qual temos contrato: a XP Investimentos.

Portal do investidor – site do Governo Federal:

> Existe o Portal do Investidor, mantido pelo Governo Federal, que fala também da atividade de Agente Autonomo de Investimentos.
> Link direto sobre o assunto: acesse aqui!

Como é a remuneração de uma empresa de assessoria?

Os produtos de investimentos dos bancos são vendidos por meio das próprias agências ou por canais diferenciados, como corretoras de valores, por exemplo. Quando um investidor adquire um determinado investimento de um banco via serviço de assessoria, o banco paga uma comissão à corretora, que repassa uma parte ao escritório de assessoria de investimentos responsável pelo atendimento ao cliente.

Portanto é necessário entender um pouco mais as características dos escritórios de assessoria de investimentos, pois há um risco de oferta de produtos que paguem mais comissão, dependendo da opção de trabalho de cada assessor.

Assessoria independente ou braço de instituição financeira?

No artigo “Como escolher uma corretora para investir“, detalhei a importância de se ter uma assessoria independente, pois uma corretora é uma instituição financeira e, como tal, possui por objetivo vender produtos aos investidores. Dessa maneira, o foco de uma corretora é a venda desenfreada de produtos, como num banco. Porém, ao contar com uma assessoria externa à corretora e independente, o investidor pode contar com um auxílio mais imparcial que ajude-o a criticar inclusive, as ofertas feitas pela própria corretora.

Atenção especial

> Braço: Muitas empresas de assessoria de investimentos optam (é uma decisão de cada empresa de assessoria) por serem simplesmente braços comerciais das próprias corretoras, seguindo fielmente seu direcionamento e aderindo às campanhas de ofertas de produtos, sem qualquer crítica ao que é ofertado. Quando um escritório de assessoria faz essa opção, não há independência e o foco é tão somente vender.

Para simplificação, chamarei esse tipo de assessoria de “assessoria-braço” ao longo do artigo.

> Independência: Já outras empresas de assessoria optam por um trabalho de independência, onde o foco é o auxílio mais isento possível ao investidor e a corretora utilizada é meramente uma plataforma de negociação utilizada pelos seus clientes. Quando um escritório de assessoria faz essa opção, está norteado pela orientação independente e a venda se dá de maneira natural, conforme as necessidades reais de um investidor.

Para simplificação, chamarei esse tipo de assessoria de ‘assessoria independente” ao longo do artigo.

De acordo com a forma como um investidor investe, ele terá um serviço mais ou menos alinhado aos seus interesses.

Veja abaixo qual relação é a mais alinhada de acordo com a forma como investidor investe:

> Via banco:

Não independente, pois está restrito aos produtos do próprio banco. Baixo alinhamento com o investidor.

> Via corretora com assessoria da própria corretora:

Não independente, pois apesar de possui uma gama maior de produtos, o foco da corretora é venda de produtos. Médio alinhamento com o investidor.

> Via corretora com assessoria-braço externa:

Não independente, pois apesar de possui uma gama maior de produtos, o foco da corretora é venda de produtos e esse tipo de assessoria será um replicador desse método. Médio alinhamento com o investidor.

> Via corretora com assessoria independente externa:

Independente, pois utiliza a plataforma da corretora para disponibilizar o maior número de opções ao investidor, porém não é um simples replicador de vendas da corretora, o que proporciona maior alinhamento com o investidor. Bom alinhamento com o investidor.

Veja abaixo diferenças fundamentais entre assessoria independente de uma assessoria-braço:

 

1- Identificação no contato:

> Assessoria-braço: seus profissionais se identificam como profissionais da corretora com a qual possuem vínculo e não pelo nome do escritório de assessoria que possuem. “Aqui é fulano da corretora XPTO”.

> Assessoria independente: seus profissionais se identificam como profissionais da sua empresa de assessoria, pois a corretora a que estão vinculados é meramente uma plataforma de negociação e poderia ser qualquer outra corretora.

2- Método de orientação:

> Assessoria-braço: normalmente não possuem um método de assessoria, utilizando sempre materiais da própria corretora para formular apresentações e coleta de dados. Muitas vezes não auxiliam o investidor quanto ao seu planejamento de investimentos, focando a relação principalmente em compra de produtos, sem se preocupar em entender, com clareza, as necessidades individuais. O foco é no produto.

> Assessoria independente: normalmente possuem um método claro e definido de assessoria, em etapas que, após cumpridas indicarão como seria adequado o posicionamento de um investidor com relação aos seus investimentos, dentro do seu perfil. O foco é na vida do investidor e no planejamento. Produtos são consequências.

3- Tesouro direto e ETFs:

> Assessoria-braço: evitam ofertar investimentos tais como tesouro direto ou ETFs. Isso ocorre porque esses investimentos geram pouca ou nenhuma comissão. Muitas vezes, de fato, esses investimentos não são as melhores alternativas para o perfil de investidor, no entanto, nunca ofertá-los ou ofertá-los somente após insistência do investidor, pode demonstrar um conflito de interesse na oferta de produtos.

> Assessoria independente: sugerem investimentos em tesouro direto e ETFs quando entende que esses produtos fazem sentido para o perfil e objetivos do investidor, independente da comissão que receberão ou não por isso. O foco da assessoria independente, é sempre o trabalho de longo prazo.

4- Oferta de “oportunidades” de ocasião:

> Assessoria-braço: as ofertas públicas ou ofertas de momento normalmente nascem em campanhas de vendas onde existe o comissionamento diferenciado. Por isso, é muito comum que escritórios “braço de corretora” se envolvam em ofertas públicas, contatem toda sua base de investidores e façam oferta de produtos  em situações assim. A pergunta é:  será realmente que todos os investidores possuem perfil para essa oferta? Isso não é considerado por uma assessoria braço de corretora. Para esse tipo de assessoria, são as ofertas que definem os investimentos do cliente.

> Assessoria independente: avaliam as ofertas disponíveis, se preocupam profundamente com seus riscos e somente fazem as ofertas aos investidores que possuem perfil e capital disponível, pois consideram que troca de posição de investimentos geram custos operacionais ou tributários para o investidor, que devem ser evitados, e somente feitos em último caso. Para esse tipo de assessoria é o planejamento individual que define os investimentos do cliente.

5- Produtos da própria corretora:

> Assessoria-braço: ofertam com frequência produtos de gestão da própria corretora (como fundos, por exemplo), devido a comissões mais elevadas ou campanhas internas.

> Assessoria independente: raramente ofertam produtos da própria corretora (como fundos, por exemplo), pois preservam sua condição de isenção perante o investidor.

6- Excessivas trocas de posições de investimentos:

> Assessoria-braço: como já falamos acima, a remuneração das empresas de assessoria vem das comissões de produtos vendidos. Por isso, muitas vezes interessa ao escritório braço de corretora, sucessivas trocas em posições de investimento de seus clientes, pois isso lhes geram mais retorno. É uma forma de aumentar seus lucros.

> Assessoria independente: como foca em planejamento de investimentos, evita ao máximo as trocas de produtos, pois consideram que troca de posição de investimentos geram custos operacionais ou tributários para o investidor, que devem ser evitados, e somente feitos em último caso.

7- Transferência de conhecimento – Educação finacneira:

> Assessoria-braço: investem pouco ou não investem em formação de seus clientes. Raramente realizam eventos informativos ou produzem conteúdo via internet pelos quais seus clientes possam aprender mais sobre o mercado e tomar cada vez melhor as suas decisões. Para a Assessoria braço de corretora, a assimetria de informação é uma oportunidade, pois mantém reduzido o nível de entendimento do investidor.

> Assessoria independente: investe na formação de seus clientes, realizando eventos presenciais e/ou online que permita o acesso a cada vez mais informações, de forma que num determinado prazo, o investidor tenha um real aprendizado e possa tomar suas decisões com mais informação e autonomia, ciente de riscos e possibilidades. Para a assessoria independente, a assimetria de informações precisa ser reduzida.

Outros aspectos que podem ser observados:

Tempo de mercado

> É sempre importante que o investidor procure saber o tempo de mercado da empresa de assessoria com a qual está criando o relacionamento. Afinal, por melhor intencionados que sejam seus profissionais, ter enfrentado momentos de stress como a crise de 2008, por exemplo, ajudam na formação do profissional.

Contratos com várias instituições

> Por lei, os escritórios de assessoria podem ter contratos com uma única corretora, mas com diversas outras instituições financeira para a distribuição de fundos de investimentos. Observar se um escritório possui contrato não somente com a corretora é importante, pois reforça ainda mais o caráter de independência.

Contatos de vendas

> Dinheiro é um assunto que deve ser tratado com a máxima discrição e sigilo. É uma prática comum que pessoas façam esforços de telemarketing para ofertar seus serviços. O que eu acho que um investidor que opta por um serviço de assessoria deveria ficar atento é: “como e onde conseguiram meus dados”? Há empresas que adquirem bases de dados diversas e, na minha ótica, essa não é lá uma prática das mais exemplares. Mas cabe a cada um avaliar isso.

> No caso de minha equipe, em específico, 100% dos nossos atendimento são feitos por pessoas que pedem nosso auxílio por meio dos conteúdos que disponibilizamos pela internet, por pessoas indicadas ou por pessoas que já possuem relacionamento anterior. Outras empresas realizam eventos presenciais onde convidam as pessoas e iniciam relacionamentos, assim como outras ainda são indicadas por outros clientes. Acho que essas são formas mais adequadas para a captação de clientes nesses serviços, onde o sigilo e a discrição são obrigatórios.

Referências de clientes

> Essa é uma faca de dois gumes, mas é algo que deve ser observado. Dinheiro, exige sigilo. E como tal, quando um investidor pede referências sobre um determinado serviço financeiro e a empresa que está tentando lhe ofertar seus serviços fornece nomes de clientes, em minha ótica, ela está quebrando um elo de confiança que deve ser obrigatório, salvo com autorização e conhecimento expresso das pessoas que foram dadas como referência. Na minha opinião, se hoje um escritório de assessoria lhe dá um nome ou cita alguém como referência de cliente sem o prévio consentimento, atente-se ao fato de que o seu sigilo também pode não ser respeitado.

 

Bem, acho que esses são os principais aspectos que você deveria levar em consideração ao escolher sua assessoria de investimentos.

Abs,

André Bona

Share.

André Bona possui mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro, tendo auxiliado milhares de investidores a investir melhor seus recursos e é o criador do Portal André Bona - site de educação financeira independente.

2 Comentários

  1. Ok, entendi. Mas no final das contas, a assessoria independente tambem tem vinculo comercial com as instituições que vendem os produtos e tambem recebem rebates, certo? Qual a diferença da remuneração que a assessoria da corretora ou a assessoria-braço e da assessoria independente, então?
    Abraço!

Leave A Reply