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Oferta pública inicial é o termo técnico que designa a popular “abertura de capital”, realizada pelas empresas quando seus proprietários abrem mão de parte dos direitos sociais sobre o seu negócio e os disponibilizam para o mercado por meio das ações.

Assim, os investidores têm acesso às ações de uma companhia, podendo realizar suas transações de compra e venda de acordo com as regras e limites existentes nesse mercado e seguindo as deliberações da empresa.

Diante disso, nosso objetivo com este artigo é explicar melhor o conceito e a importância da oferta pública inicial, bem como outros aspectos importantes sobre o assunto. Interessado? Então, continue lendo!

O que é, de fato, a oferta pública inicial?

Também conhecida pelo termo IPO (do inglês, Initial Public Offering) a oferta pública inicial é a abertura do capital social da empresa para o mercado de ações. Isso significa distribuir, pela primeira vez, as ações da companhia em uma bolsa de valores, permitindo, assim, que pessoas possam adquirir partes dela, tornando-se suas acionistas.

Nesse contexto, ela deixa de pertencer a um número limitado de sócios e passará a ter pessoas anônimas possuindo pequenas, médias ou grandes partes dela, tornando-se uma Sociedade Anônima (SA).

Como vemos, a oferta pública inicial é muito importante para uma empresa que deseja abrir o seu capital para o mercado. Por meio dela, uma organização pode arrecadar uma boa quantia de dinheiro para poder investir em suas próprias atividades, aumentar a área de atuação ou criar produtos e serviços.

Não é à toa que, há algum tempo, temos presenciado empresas bem conhecidas abrindo suas ações para o mercado, como o Facebook, a Google e o Twitter, por exemplo. Sem dúvida, essa decisão contribuiu para o crescimento exponencial que essas grandes companhias tiveram nos últimos anos.

Por que uma empresa abre o capital?

De fato, o principal motivo para uma empresa abrir o seu capital é a própria captação de recursos, mas é preciso entender que esse procedimento gera uma série de outras vantagens e desvantagens para a empresa.

As vantagens são mesmo muitas, afinal, esse é um claro sinal de que a companhia está crescendo, e sendo bem-sucedida o suficiente para exigir mais capital e continuar com o seu desenvolvimento.

Os proprietários da companhia são beneficiados por esse crescimento exponencial — orçado, em muitos casos, em milhões ou até bilhões de reais. Assim, conseguem aumentar a credibilidade e autoridade da companhia no mercado, atraindo ainda mais investidores e profissionais gabaritados para assumir cargos importantes, que surgirão após a oferta pública inicial.

No entanto, nem tudo são rosas nesse processo de abertura de capital, e os proprietários ou sócios majoritários devem se ater a algumas desvantagens trazidas com essa etapa.

A primeira delas é a complexidade e o custo que esse tipo de procedimento envolve. Muitas vezes, as empresas acabam sendo obrigadas a contratar um banco de investimentos para auxiliar nesse processo, o que acaba tornando-o mais caro.

Outra desvantagem é que os proprietários não podem ficar com o dinheiro da compra de ações realizada pelos acionistas. Há casos em que eles são obrigados a reinvestir o valor na empresa, ou têm de ficar determinado tempo na posse dessas ações sem poder comercializá-las.

Também deve-se considerar uma possível falta de controle sobre a empresa, que, com esse crescimento abrupto, certamente ficará comprometido.

Geralmente os gestores de empresas que abrem seu capital são forçados a passar a administração do negócio para vários diretores, que, mesmo tendo um vasto conhecimento e competência, acabam tendo seus próprios métodos e técnicas de gestão.

Além disso, os sigilos nas operações realizadas por ela são completamente quebrados. Isso porque as Sociedades Anônimas passam por apurações e regulamentos extremamente intensos por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — órgão que fiscaliza as empresas de capital aberto — bem como por parte dos seus acionistas.

Vale a pena investir em IPO?

Alguns investidores ficam animados frente a possibilidade de adquirir ações de oferta pública inicial, afinal, essa é uma grande possibilidade de adquirir ações por um preço menor com uma grande expectativa de crescimento.

Contudo, também existem algumas desvantagens que devem ser analisadas antes de adquirir ações de IPO. Dentre elas, vamos destacar aqui a instabilidade nos preços, que podem disparar no dia da abertura de capital e despencar posteriormente.

O motivo é simples: como as ações daquela empresa nunca foram negociadas na bolsa, existe certo desconhecimento em relação a certos fatores essenciais às análises de investimento que devem ser realizadas — como, por exemplo, a volatilidade e a demanda.

Portanto, na hora de adquirir ações de empresas que abriram o capital recentemente, é necessário ter os pés no chão para que essa oportunidade não se transforme em um negócio que lhe faça perder dinheiro.

Então, como investir em IPO?

Inicialmente, você deve selecionar as empresas que estão abrindo o capital para o mercado. E, como foi mencionado, muitas vezes, essas companhias ainda dispõem de poucas informações. Portanto, tenha muito cuidado nessa etapa.

Em seguida, você deverá abrir uma conta na corretora que está participando da IPO, caso contrário, não será possível realizar a reserva de ações. Após esse procedimento e já tendo tendo escolhido em qual empresa investir, você deve informar quantas ações quer adquirir e qual é o valor que pretende pagar por elas.

Quando todos os investidores se manifestarem quanto às suas intenções de compra, será realizada a precificação das ações. É definido o preço real que será pago pelos investidores que reservaram os papéis. Assim, podem haver algumas exclusões nessa fase.

Caso, por exemplo, uma pessoa oferte o preço de R$ 15,00 por ação e o valor da etapa de precificação for definido em R$ 20,00, aquele que indicou o valor anterior não poderá adquirir suas ações. E aqueles que ofereceram valores superiores ao que foi estabelecido pagarão a mesma quantia — nesse caso, R$ 20,00.

Por fim, é importante informar que deve haver uma demanda superior à oferta de ações a serem divididas entre todos os interessados. Caso isso não ocorra, a IPO não poderá ser concretizada.

Depois de tudo isso, então, dessas etapas as ações passam a ser negociadas na bolsa de valores, e os preços dos papéis podem subir ou cair como qualquer título comercializado no mercado.

E aí, gostou deste artigo sobre a oferta pública inicial? Agora, sobrou alguma dúvida, ou tem algo a acrescentar ao assunto? Deixe-nos o seu comentário! Seu feedback é muito importante!

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