Gastar, investir e comprar – 3 coisas diferentes!
Gastar, investir e comprar são ações diferentes na hora de fazer seu dinheiro girar. Elas precisam estar bem ajustadas para que não se perca o que demorou tanto tempo e esforço para adquirir.
O bom uso dos nossos recursos financeiros pode tornar a vida bem mais agradável. Se você perguntar para diversas pessoas, de diferentes camadas sociais se o dinheiro traz felicidade, a resposta sempre será a mesma: ‘Não’. Elas estão absolutamente certas.
Por outro lado, muita gente se queixa de que o mau uso do dinheiro, do cheque especial ou do cartão de crédito cause uma grande quantidade de ansiedade e tire muitas noites de sono. Você consegue perceber então que o problema não está no fato de possuir uma determinada quantidade de dinheiro ou não? O problema está em como administramos a quantidade de recursos que temos.
E aí é que entra a importância de entender as diferenças entre gastar, investir e comprar. Hoje eu vou explicar um pouco a respeito disso, e você vai entender como ter mais equilíbrio na gestão financeira de sua vida pessoal.
Gastar? Quando?
Todos nós temos vontade de usar nosso dinheiro para trazer segurança, conforto e tranquilidade à nossa vida e a nossa família. Por isso, simplesmente usar parte de nosso dinheiro com esse objetivo pode nos fazer dar mais valor à vida. Como assim?
Imagine que você seja um microempreendedor que trabalha o ano todo com dedicação. Muitas vezes você faz horários extras de trabalho, nega convites para ir com sua família à churrascos na casa dos seus amigos e deixa viagens que gostaria de fazer de lado. No momento que toma essas decisões, pode parecer que nada de mal acontece contigo ou as pessoas que vivem ao seu lado no dia a dia.
Mas a vida não é feita apenas de trabalho. Mesmo os grandes empreendedores tiram tempo para curtir um pouco da vida com seus familiares, amigos e outras pessoas que amam. Você faz isso?
Isso é gastar! Reservar parte do dinheiro que você ganha para comprar uma piscina de boa qualidade, para viajar a um lugar que você gosta ou para comprar um carro é sim necessário! Afinal de contas, você pode afirmar que amanhã estará com a saúde em dia para realizar alguns desses sonhos? Não, não pode.
Por isso, o conceito de gastar precisa estar presente, mesmo que de forma controlada, para que você possa usufruir daquilo que conquistou! Isso pode aumentar sua satisfação! E pode até certo ponto aumentar a felicidade que você e as pessoas que o cercam já tem!
Ou seja, o dinheiro pode não trazer a felicidade, pois ela depende de outros fatores na vida, mas pode te auxiliar a realizar alguns mimos que você e sua família certamente merecem!
O ponto a observar é o momento de fazer isso. Será que o momento é quando você está apertado financeiramente? Claro que não. Mas sim quando você adota uma atitude responsável durante um ano inteiro e, ao final desse ano, atinge suas metas de economiza e profissionais. Então, com parte desse resultado você se presenteia dessa maneira. Percebe a diferença? Pessoas com bons hábitos financeiros não gastam antes de ter. Primeiro elas conquistam e, posteriormente, aí sim, gastam um pouco para se recompensar. Essa é uma atitude muito saudável e merecida.
Investir é pensar no bem futuro!
Por outro lado, pense junto comigo: o que você vai ganhar se não investir parte dos seus recursos? É difícil enxergar um futuro promissor se você não colocar agora parte do seu dinheiro naquilo que vai te trazer qualidade de vida no futuro.
Muitas pessoas direcionam parte de seus recursos para alguma modalidade de investimento, sejam eles investimentos financeiros, como títulos do tesouro direto, fundos de investimentos, CDBs, planos de previdência privada ou investimentos em economia “real” como montando seus próprios empreendimentos ou comprando imóveis para alugar. Em todos os casos o intuito é construir boas condições para o futuro.
Essas são apenas algumas direções. Mas o ponto é: em que VOCÊ está investindo agora? Como você vai usufruir os resultados de boas aplicações se não parar para planejar seu futuro econômico?
Se por um lado é preciso reservar parte do que você ganha hoje para curtir um pouco com as pessoas que você ama, de onde sairá esse recurso se sua gestão de recursos for desequilibrada?
Pense nisso constantemente, e aplique a regra de investir de 10% a 20% do que você ganha em algo que realmente tenha poder de crescimento financeiro.
Esse equilíbrio será ainda mais efetivo se você entender a diferença entre gastar e comprar. Mas existe essa diferença? Sim, e vamos ver agora como identifica-la.
Gastar e comprar – conceitos diferentes?
Quando leu o título do meu post de hoje você deve ter ficado meio com o pé atrás. Afinal de contas, ninguém diz que essas coisas são diferentes. Mas são sim, e vou explicar porque.
Diversos analistas financeiros costumam incentivar o público a poupar, e isso está assertivamente na direção certa. Nunca deixe de poupar! Esse conselho nos ajuda a entender a linha tênue que separa a compra do gasto.
Toda compra é planejada com reflexão. O consumidor precisa estar constantemente se aprimorando no conceito de avaliar o produto ou serviço que vai adquirir.
O gasto, como eu disse antes, envolve curtir, ou usufruir, parte do que você ganha, em algo que traga pura satisfação a você e os que te cercam, sejam familiares ou amigos.
Indo mais fundo na diferença entre os 2 conceitos, é preciso entender que gastamos quando queremos e compramos quando precisamos. Se usamos todos os nossos recursos sem pensar, isso significa que estamos apenas gastando-os descontroladamente, e isso nos levará ao fundo do poço em sentido financeiro.
Portanto, eu gostaria de lançar um desafio para você testar e depois voltar ao meu post e deixar um comentário a respeito disso. Vou lançar algumas perguntas que te ajudarão a pensar em como você está usando seu dinheiro. Depois de aplicar o que aprender dessas perguntas na gestão do seu orçamento, você entenderá melhor a diferença entre comprar e gastar.
Veja as perguntas e, se possível, salve esse post ou cole elas em algum lugar onde possa vê-las com facilidade:
- Eu apenas queria comprar isso ou precisava mesmo disso?
- Eu me vi usando esse produto ou serviço ou apenas comprei para depois pensar nisso?
- Quanto tempo eu levei para decidir comprar isso?
- Minhas dívidas no cartão de crédito são mais de desejos ou de necessidades?
- Quando usei dinheiro da minha poupança da última vez para comprar algo, eu fui aconselhado a não fazer isso? Como reagi ao conselho?
- Consigo entender em que situações eu posso ser “mão aberta” e em que situações eu deveria ser “mão de vaca”?
- Discuto com minha família a todo momento sobre dinheiro ou converso tranquilamente sobre esse assunto?
As respostas a essas perguntas podem te ajudar a ver a pequena diferença que existe entre as ações de comprar e gastar.
Talvez você não encontre essa diferença de maneira formal em algum lugar, até porque eu realmente nem sei se existe. Arrisco a te dizer que essa diferença pode nem existir conceitualmente e eu que estou inventando isso do nada. Mas eu penso dessa forma e por isso estou compartilhando essa ideia com você.
No geral, eu uso o termo comprar quando me refiro a algum desembolso que faço com algo que agrega alguma coisa ao meu patrimônio ou que tem utilidade real na minha vida e me traz algum benefício que pode ser inclusive financeiro ou de produtividade, não apenas no momento da compra, mas também para muito tempo adiante.
Já gastar, eu considero algo impulsivo ou algo relacionado a supérfluos que, convenhamos, nos dão um prazer muito grande! Rs… Mas é um prazer momentâneo que se esvai depois de um curto espaço de tempo.
Uma máquina de lavar louças, por exemplo, entendo como uma compra, pois modifica a rotina da minha casa, libera tempo para toda a família, inclusive para trabalhar mais, estudar mais ou ficar mais tempo à toa. O mesmo para um software que centraliza minhas senhas em diversos dispositivos (celular, computador e tablet) e agiliza minha vida profissional, me gera produtividade e segurança.
Já uma bonita camisa que vejo numa vitrine quando meu guarda-roupas está cheio de opções, pode ser um gasto.
O equilíbrio de conceitos faz a diferença
Em resumo, gaste um pouco, invista com conhecimento de causa e compre apenas o que realmente precisa. Esse equilíbrio em suas ações pode trazer muita satisfação no uso dos seus recursos financeiros.
Mesmo se uma época de imprevistos surgir, você estará pronto para lidar com bom senso com situações dessa natureza. Essa atitude equilibrada fará toda a diferença na sua vida!
Um grande abraço,
André Bona