Olá!
Por iniciativa do Jonatam Gebing (http://www.pobrepoupador.com/), nas últimas semanas nós fizemos uma rodada de conversas entre blogueiros que falam sobre educação financeira.
Hoje, vou falar como foi a conversa com o Samuel Magalhães (http://invistafacil.com/) que foi conduzida pelo Edson Ichihara (http://www.jornadadodinheiro.com/), a quem já dediquei um artigo aqui no blog.
Segue abaixo a entrevista:
Edson: Como era a sua vida antes de começar a aprender sobre educação financeira e investimentos?
Samuel: Minha vida não mudou muito, minha percepção sobre ela sim! A medida que passei a estudar sobre finanças pessoais e investimentos, comecei a dar mais importância ao planejamento e organização financeira. Construí meu orçamento, minhas metas e passei a desenvolver uma visão de mais longo prazo. Isso certamente contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal e profissional.
Edson: Qual foi sua motivação para essa aprendizagem?
Samuel: Meu interesse pelo tema começou na época da faculdade. Vi dois amigos conversando sobre investimentos em Bolsa e pelo tom da conversa pareciam estar ganhando um bom dinheiro. E como acontece toda vez que vemos alguém ganhar dinheiro com alguma coisa, eu logo me interessei em aprender sobre o assunto. A partir daí, comecei a frequentar cursos, palestras e ler livros sobre o tema para aprimorar meus conhecimentos e obter êxito no mercado.
Edson: Por que é importante investir?
Samuel: Vejo dois fatores como os principais. O primeiro motivo pelo qual devemos investir é para não perdermos dinheiro. Se deixarmos o dinheiro apenas na poupança, teremos uma rentabilidade real negativa, tendo em vista que a inflação é superior a rentabilidade da poupança. Em segundo lugar, para alcançar nossas metas financeiras. Todos nós temos sonhos e a maioria deles requer dinheiro para serem executados. Investir é a melhor maneira de tornar esses sonhos realidade. Para isso, basta pouparmos um pouco da nossa renda todo mês e adquirir bons ativos com o dinheiro poupado.
Edson: Qual é a sua expectativa de curto prazo para a economia do Brasil?
Samuel: Estamos passando por um momento difícil que só deve melhorar a médio e longo prazo. As perspectivas para a economia como um todo não são boas. Entretanto, precisamos parar de reclamar dos problemas, das dificuldades e começar a buscar alternativas para fazer com que nossas empresas, nossas carreiras cresçam e se desenvolvam, independentemente da existência ou não de uma crise.
Edson: Qual investimento seria mais interessante durante essa crise?
Samuel: Acho que o investimento mais adequado não diz respeito ao momento econômico pelo qual estamos vivendo, mas sim ao perfil e objetivos do investidor. Independentemente de crise, considero os Títulos Públicos e CDBs boas opções para o curto e médio prazo e as ações uma ótima opção para o longo prazo. Obviamente, o investidor deve saber escolher o ativo mais adequado aos seus objetivos, assim ele saberá que investiu seu dinheiro corretamente.
Edson: Um leitor gostaria de aprender mais sobre outras opções de investimentos, pois já existe muito material sobre LCIs, LCAs, e tesouro direto disponível na web. Além disso, gostaria de saber leituras recomendadas para aprender sobre mercado financeiro.
Samuel: Ficaria difícil tentar explicar sobre outras opções de investimento em poucas linhas. Sugiro ao leitor pesquisar sobre as alternativas de investimentos disponíveis para que possa conhecer todas e, a partir daí, definir quais as que mais o interessam e aprofundar seus conhecimentos sobre elas. Sou um grande fã da Bolsa de Valores. Infelizmente, vivemos em um país que não tem cultura de investimento, muito menos quando esse investimento é em renda variável. Essa falta de interesse gera excelentes oportunidades para quem sair na frente. Um dos melhores livros que eu já li sobre o tema é “Investidor Inteligente” de Benjamin Graham. Para quem deseja aprofundar seus conhecimentos sobre renda variável, esse livro é leitura obrigatória.
Edson: Como planejar o seu orçamento em gastos necessários, para lazer e para investimentos?
Samuel: Sugiro ao leitor que fez a pergunta dividir da seguinte forma os pilares financeiros: receitas, despesas e investimentos. O ideal é somar tudo que ganhamos, diminuir daquilo que gastamos e poupar o restante para investir esse dinheiro. O ideal é que se invista em torno de 30% da renda. Quanto aos gastos, sugiro que separe as despesas por grupo: transporte, alimentação, casa, lazer, etc. Assim fica mais fácil ter o controle e saber quanto se está gastando em cada área. Não existe um montante ideal para se gastar com coisas “necessárias” ou com lazer. O importante é haver um equilíbrio para que não falte verba para nenhuma despesa: nem as imprescindíveis, nem as de lazer.
Edson: Quais os cálculos a serem feitos para ver qual a melhor opção entre LCI ou CDB, já que um tem isenção do IR e o outro não.
Samuel: O cálculo é bem simples. Basta deduzir o I.R. do CDB e comparar com a rentabilidade da LCI. O I.R é de 22,5% até seis meses de aplicação; 20% de seis meses a um ano; 17,5% de um a dois anos e 15% se o capital ficar investido por mais de dois anos.
Edson: Qual é a melhor Previdência Privada, como complemento de renda de aposentadoria?
Samuel: Para ser sincero, não aprecio muito o investimento em previdência privada. A maioria esmagadora dos planos cobram taxas muito elevadas, o que compromete a rentabilidade do investimento. Caso o leitor que fez a pergunta esteja realmente querendo investir em previdência, sugiro que pesquise os planos disponíveis e opte por aquele com as taxas mais acessíveis. É sempre bom lembrar que a previdência não é a única maneira, nem mesmo a melhor de investir para a aposentadoria. Formar uma carteira de investimentos com ações de boas empresas, fundos imobiliários e títulos do tesouro pode ser uma boa alternativa.
Edson: Como se proteger da inflação e de uma possível quebra de banco?
Samuel: Uma boa maneira de se proteger da inflação é investir em Títulos do Tesouro que remunerem o valor da inflação – atrelado ao IPCA ou ao IGPM- e mais um determinado percentual. Assim, o investidor garante que terá ganhos reais. Já para se proteger da quebra de um banco, a única maneira é você colocando no máximo R$250 mil na instituição. Dessa forma, se você tiver com seu dinheiro na poupança ou tiver comprado o CDB de um banco que vier a quebrar, o Banco Central garante o ressarcimento do seu dinheiro – até R$250 mil.
Edson: O que fazer para começar a investir em ações (como se fosse um passo a passo para quem nunca investiu)?
Samuel: A primeira coisa a se fazer antes de investir em ações ou qualquer outro mercado é estudar. Você precisa conhecer as nuances daquele mercado para saber a melhor forma de ganhar dinheiro com ele. Feito isso, basta você abrir a conta em uma corretora e depositar o dinheiro que você pretende investir. A partir daí, você já estará apto para comprar suas primeiras ações. Basta escolher as empresas em que quer investir e enviar a ordem de compra para as ações daquela empresa. Volto a lembrar: o primeiro passo é aprender, todo o resto vem depois.
Edson: Qual seria uma última dica que você poderia apresentar para os nossos leitores a respeito de educação financeira?
Samuel: O mais importante, em se tratando de educação financeira, é a própria educação, como o nome já diz. O caminho para atingirmos nossos objetivos financeiros é estar constantemente nos desenvolvendo enquanto profissionais e investidores e a melhor forma de fazer isso é aprendendo. Aprendendo com livros, cursos, palestras, com o dia-a-dia. Não importa a maneira, o importante é aprender.
É muito gratificante ver o tema “educação financeira” sendo disseminado cada vez mais!
Um grande abraço!
André Bona