Investimento em ações: atenção, investidor!
Por Flávio Mattedi
Chama atenção a falta de informação dos investidores no momento em que decidem investir em ações. A mentalidade da maioria ainda é a de credor, e não a de sócio da empresa. Nesse sentido, é importante ressaltar o conceito de ação como “a menor fração do capital social de uma empresa”.
Quem compra uma ação torna-se sócio proprietário da companhia. Se a empresa gerar lucro, esse sócio tem direito a receber parte desse lucro. Em outras palavras, o sócio minoritário estará com a empresa nos momentos bons e nos ruins, da mesma forma que o sócio majoritário.
O primeiro ponto a ser discutido é sobre o perfil do investidor. O investimento em ações não é recomendado a todos. Antes de tudo, é importante avaliar se o investidor está disposto a assumir o risco do mercado de renda variável, que é caracterizado por constantes variações no valor aplicado.
Quem perde o sono com essas variações deve evitar aventurar-se nesse tipo de investimento. Além disso, deve planejar-se para que o dinheiro em Bolsa de Valores possa permanecer aplicado por um longo prazo, que é o horizonte de tempo que considero razoável para começar a colher frutos do investimento em renda variável.
Esse primeiro ponto é útil para filtrar se a pessoa deve ou não investir em ações. Portanto, aquele que não se enquadra nesse perfil de investidor deve procurar outro tipo de investimento.
O segundo aspecto, após o investidor decidir que tolera o risco e que quer permanecer investido por longo prazo, é avaliar se tem conhecimento técnico suficiente para montar e acompanhar, por conta própria, uma carteira de ações.
Para quem não tem tempo ou conhecimento técnico, recomendo as seguintes práticas: primeiro, opte por seguir uma carteira de ações recomendada por especialistas ou invista em ações através de fundos de investimento. Os profissionais envolvidos nessas duas alternativas contam com uma equipe de analistas e têm uma chance menor de errar.
Segundo, para valores inferiores a R$ 50 mil é mais interessante investir através de fundos de investimentos, uma vez que o custo é menor e permite a diversificação de ativos. Lembrando que a diversificação é de fundamental importância para redução dos riscos.
Por fim, defina um valor de investimento que, em tempos de crise financeira, não gere desconforto. Assim é possível aguardar com tranquilidade a recuperação dos preços.
É bom frisar que o fator psicológico é muito importante para que o investidor não tome decisões precipitadas, e o desconforto sobre o valor das ações pode pôr tudo a perder.
Grande abraço,
Flávio Mattedi