Quem já investe e tem determinado patrimônio formado pode se interessar por estratégias especulativas que costumam ajudar a aumentar a rentabilidade. Nesse sentido, operar no mercado de câmbio pode ser uma forma de ter maiores ganhos — embora os riscos sejam mais elevados.
Por isso, antes de se expor às variações das moedas e fazer suas operações, é fundamental conhecer as particularidades das alternativas disponíveis no mercado. Desse modo, você consegue alinhar suas expectativas às possibilidades existentes.
Neste artigo, você conhecerá 3 maneiras de operar no mercado de câmbio sem precisar comprar a moeda diretamente. Não perca!
1. Fundos cambiais
Os fundos cambiais são veículos de investimento coletivo que investem a maior parte do patrimônio em ativos e derivativos relacionados ao câmbio. Para tanto, o gestor prioriza alternativas ligadas a moedas estrangeiras, como dólar e euro.
Contudo, os fundos cambiais podem ter outros investimentos na carteira, incluindo títulos de renda fixa. Mas essas alternativas devem representar menor porcentagem do patrimônio do veículo financeiro.
Para se expor aos resultados do fundo, você deve adquirir cotas de participação, que são negociadas nas plataformas das instituições financeiras. Os retornos dessa modalidade podem estar ligados às variações cambiais ou à proteção contra a desvalorização da moeda nacional em relação às outras.
Vantagens e riscos
Após conhecer os fundos cambiais, é importante saber quais são as vantagens e os riscos dessa modalidade. O primeiro ponto positivo é a possibilidade de proteger seu patrimônio contra as variações do câmbio.
Essa estratégia é conhecida como hedge cambial e tende a ser uma solução interessante para quem fará uma viagem internacional em breve, por exemplo. Isso porque o veículo pode trazer proteção contra as desvalorizações que o real costuma ter.
Outro benefício é a praticidade operacional. Em vez de avaliar cada alternativa disponível no mercado e realizar as operações individualmente, é possível comprar cotas do fundo e aproveitar o trabalho do gestor. Ademais, essa pode ser uma forma de diversificar a carteira de investimentos.
Em relação aos riscos, vale ressaltar que os fundos cambiais são alternativas de renda variável. Logo, há o risco de mercado, por exemplo, que tende a afetar o preço das cotas.
A oscilação das moedas estrangeiras ainda afeta o desempenho do veículo. Dessa forma, os investidores ainda estão expostos à volatilidade cambial, o que exige maior tolerância aos riscos no momento de investir.
2. Minicontratos de dólar
Outra possibilidade para quem deseja operar no mercado de câmbio é buscar os minicontratos de dólar. Eles foram criados em 2001 com o objetivo de ampliar a disponibilidade de produtos financeiros para o pequeno investidor.
Os minicontratos são derivativos negociados no mercado futuro e representam 20% de um contrato cheio de dólar. Essa alternativa permite acompanhar um ativo em relação ao seu preço futuro.
Para entender melhor, suponha que você deseja fazer uma viagem para o exterior daqui a 1 ano e quer evitar ser pego de surpresa com um dólar mais alto. Uma possibilidade é operar comprado em minicontrato de dólar, travando a cotação da moeda e tendo resultados financeiros se ela subir.
Todas as operações feitas com minicontratos de dólar são realizadas em reais. Para essa operação, você deve utilizar uma margem de garantia, de forma que não é preciso ter todo o dinheiro referente aos ativos referentes ao contrato para começar a operar.
A margem é devida em razão de uma das principais características da operação com minicontratos no mercado futuro, o ajuste diário. Esse mecanismo é responsável pelo débito ou crédito na conta dos investidores de acordo com a média das oscilações de preço do ativo diariamente, até o encerramento do contrato.
Vantagens e riscos
Em relação às vantagens, um dos principais benefícios dos minicontratos de dólar é fazer hedge da carteira. Ao definir um preço para a moeda, o investidor pode proteger seu patrimônio contra variações, principalmente se tiver gastos em dólar.
Ademais, a moeda norte-americana costuma ter correlação negativa com outros ativos nacionais, como as ações. Por esse motivo, ela é considerada um ativo de proteção. Ainda, o dólar costuma ter boa liquidez, especialmente em momentos de crise na economia nacional.
Nesses casos, investidores estrangeiros tendem a se desfazer dos seus investimentos na bolsa brasileira. Como consequência, a oferta da moeda norte-americana cai e há menos circulação dela no país.
Isso faz o ativo se valorizar frente ao real, compensando a eventual desvalorização da bolsa de valores nacional gerada pela saída de investidores estrangeiros.
Outra possibilidade de operação com o mini dólar é por meio da especulação. Para tanto, o interessado se baseia nas estimativas de valorização ou desvalorização das moedas para obter lucro. Nesse caso, as operações são mais arriscadas, sendo preciso analisar tendências e estabelecer perspectivas a respeito das oscilações.
As operações realizadas com minicontratos de dólar também são especialmente mais arriscadas por causa da alavancagem. Embora os ganhos possam ser maiores nessa condição, as eventuais perdas são igualmente mais significativas.
3. Mercado Forex
Ainda é possível operar no mercado Forex, que é um ambiente específico para negociações relacionadas ao câmbio. Ele é mais popular em outros países, pois não há regulamentação no Brasil para essas operações.
Uma das principais características do Forex é existir apenas virtualmente. Esse ambiente também é conhecido como o maior mercado cambial. Ele funciona a partir da negociação de pares de moedas estrangeiras, como o par dólar-real.
Não há compra das moedas efetivamente nesse mercado, apenas transações de troca entre os pares, com finalizações que podem ocorrer dentro de minutos ou poucos dias. Assim, a variação cambial é o ponto central do Forex que, em geral, é baseado em especulação.
Vantagens e riscos
A volatilidade do mercado Forex pode ser considerada uma vantagem para operadores com perfil agressivo. Isso porque ela traz oportunidades de lucro, e as negociações podem ocorrer em poucos minutos. No entanto, essa característica traz alto risco e possibilidade de prejuízos.
A falta de regulamentação do Forex no Brasil é uma grande desvantagem desse ambiente. Como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não regula esse mercado, não há segurança institucional — apesar de ele não ser proibido no país.
Logo, os operadores precisam buscar uma empresa internacional para operar. Desse modo, eles devem estar atentos para não sofrer golpes de pessoas ou instituições fraudulentas e ilegais.
Agora você conhece 3 formas de operar no mercado de câmbio para se proteger da movimentação da moeda ou para buscar lucros com a oscilação. Lembre-se de que se o seu objetivo é especular, sua tolerância ao risco deve ser maior.
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