Não existe preço para a segurança com relação aos nossos bens materiais ou mesmo a imprevistos que podem nos acontecer. Justamente por isso, alguns tipos de seguros foram criados para que, pelo menos, possamos usufruir a vida sem aquela preocupação exagerada que chega a tirar o sono.
Uma modalidade que chama a atenção são os microsseguros, especialmente nos últimos anos.
Para você entender melhor esse tema preparei um artigo especial falando sobre microsseguros. Vou responder a dúvidas como estas:
- O que exatamente é um microsseguro?
- Quais são os tipos mais comuns de microsseguros?
- Que desafios estão relacionados à oferta de microsseguros?
O que é exatamente um microsseguro?
Microsseguro é um seguro criado para proteger pessoas de baixa renda contra riscos específicos em troca de baixos valores de restituição, mas que são significativos para essa camada. Os produtos de microsseguro visam proteger as pessoas dos riscos mais comuns enfrentados pela comunidade em geral. Os prêmios tendem a ser baixos, mas proporcionais à probabilidade e ao custo do risco envolvido.
O microsseguro pode ser fornecido através de uma variedade de canais, incluindo pequenas organizações comunitárias, cooperativas de crédito e outras instituições de microfinanças, empresas de serviços públicos, escolas, igrejas, lojas de varejo e outros. Os provedores podem variar de pequenos esquemas informais a companhias de seguros grandes e globais.
Qual é o papel dos microsseguros na redução da pobreza?
As pessoas de baixa renda muitas vezes vivem e trabalham em ambientes de risco, vulneráveis a doenças, morte acidental e invalidez, perda de propriedade devido a roubo ou incêndio, perdas agrícolas e desastres naturais ou não.
Não só a exposição a esses riscos pode resultar em perdas financeiras substanciais. As famílias vulneráveis sofrem também com a própria incerteza sobre a possibilidade e o momento em que alguma desventura possa ocorrer. É um estado de alerta permanente.
Embora não se possa dizer que há impactos reais na redução da pobreza, o microsseguro pode ajudar a reduzir a vulnerabilidade que as famílias de baixa renda enfrentam e, como consequência, permitir que melhorem sua qualidade de vida.
Quais são os tipos mais comuns de microsseguros?
Vamos conhecer os principais tipos de microsseguros oferecidos à população em geral:
- Seguro de saúde
Este é provavelmente o produto de maior demanda entre as famílias de baixa renda. No entanto é também o risco mais complexo de se mensurar devido às diferenças de informação entre a seguradora e o segurado. Isso aumenta o risco “moral” e de “seleção adversa”. Como resultado, a oferta de microsseguros relacionados a saúde fica prejudicada.
- Seguro de propriedade
Este tipo de microsseguro quase sempre está ligado a um empréstimo e pode ajudar um mutuário a continuar a reembolsar o seu empréstimo se algo lhe acontecer.
- Seguro agrícola
Quando se fala do seguro agrícola, há também alguns desafios. Um deles é que os agricultores segurados são menos propensos a perseguir práticas de segurança e, portanto, se tornam mais propensos a perder suas colheitas.
É difícil calcular a probabilidade de perda porque muitos fatores podem influenciar o rendimento das culturas. Ao mesmo tempo, os prêmios que os agricultores podem pagar não são normalmente suficientes para cobrir os sinistros e os custos administrativos. Inovações recentes que ligam o seguro às chuvas e outras condições climáticas são promissoras, porque podem ser mais mensuráveis, objetivas e viáveis.
Sempre em seguridade, quanto maior a possibilidade de mensuração do risco envolvido, mais fácil será a atuação da seguradora naquele mercado. E o contrário é verdadeiro.
Quais são os desafios relacionados à oferta de microsseguros?
A concepção de um sistema de microsseguro sólido é desafiadora e complexa, exigindo conhecimentos técnicos específicos e dados que a maioria das instituições não possuem. Os testes e erros ajudam as instituições a chegar à combinação certa de preços e serviços.
Em áreas menos favorecidas, em tese, a demanda por segurança é consideravelmente maior.
Porém, em função justamente desses riscos de difícil mensuração, determinados tipos de seguros acabam se tornado mais caros, ficando fora de acesso à maioria da população ou mesmo deixando de existir, já que sem mercado capaz de pagar o preço que a seguradora entende como viável, o produto nem sequer consegue existir.
Para as seguradoras, os sinistros cobertos pelos seguros precisam ser um pequeno percentual com relação ao total dos prêmios pagos. Se um evento de maior escala, como uma inundação ou uma epidemia de alguma doença potencialmente fatal, causa dano similar a uma grande parte de pessoas seguradas clientes de uma mesma instituição de seguros, sua ocorrência poderá causar até mesmo a falência do plano ou, ao menos, na inviabilidade de sua continuidade.
Outro fator que preocupa as seguradoras é o chamado risco “moral” que seria um risco associado ao comportamento e à índole do segurado, que seria aquele tipo de tentativa de golpe de clientes nas seguradoras para tentar forjar sinistros inexistentes a fim de receber o capital segurado.
Já a seleção adversa ocorre quando indivíduos com mais propensão a determinado risco – problemas de saúde ou expectativas de problemas de saúde, por exemplo – são mais propensos a buscar a proteção, o que aumentaria o custo para a seguradora.
Esse é um desafio enorme para as seguradoras: conseguir atender essa demanda de baixa renda contra sua vulnerabilidade, com um custo acessível e viável. Na verdade, seria suprir uma lacuna que o próprio Estado, em sua missão mais essencial, não consegue atender.
Um grande abraço,
André Bona