No universo dos investimentos, o sucesso muitas vezes reside na capacidade de antecipar movimentos e tomar decisões fundamentadas. Para aqueles que operam na bolsa, especialmente em operações de day trade, uma ferramenta útil é a teoria das ondas de Elliott.
Baseada no comportamento humano e nas emoções dos investidores, essa ferramenta é mais do que apenas a apresentação de linhas em um gráfico. Ela é o reflexo das decisões de milhões de traders e investidores ao redor do mundo.
Continue a leitura para entender o que são as ondas de Elliott e como aplicá-las em suas análises!
O que são ondas de Elliott?
A teoria das ondas de Elliot foi criada pelo contador americano Ralph Nelson Elliott, na década de 1930. Ela é um método de análise técnica que busca interpretar os movimentos de preço nos mercados financeiros.
A ferramenta se baseia na ideia de que os movimentos de preço não são aleatórios, mas um reflexo das emoções e decisões humanas. Dessa forma, ao entender as ondas, um investidor estaria, de certa forma, decifrando a psicologia do mercado.
Como essa teoria funciona?
Após compreender a essência da ferramenta, saiba que ela se baseia na premissa de que os mercados financeiros não se movem de forma caótica. Então eles seguem padrões influenciados pela natureza humana, por depender das decisões de compra e venda de milhões de participantes.
Você já pensou sobre como as emoções humanas, como otimismo e medo, influenciam as decisões de compra e venda? A razão, segundo essa teoria, é que tais sentimentos criam movimentos de preços recorrentes que podem ser observados e analisados.
Esses movimentos costumam ser divididos em padrões de ondas específicos, compostos de oito delas. Há cinco ondas “impulsivas” que se movem na direção da tendência principal, e três “corretivas”, que vão contra ela. Ainda, esse ciclo de oito se repete em diferentes escalas de tempo.
A ideia é que, após uma série de cinco ondas, costuma haver uma correção de três. Dessa maneira, determinar corretamente em que ponto você está neste ciclo de onda pode ajudá-lo a prever o próximo movimento do mercado.
Por exemplo, imagine que você identificou o fim da quinta onda impulsiva. Isso significa, segundo as ondas de Elliott, que há probabilidade de ocorrer uma correção de três ondas antes que a próxima série de movimentos impulsivos comece. Logo, esse pode não ser um bom momento para iniciar um trade comprado.
Portanto, as ondas de Elliott oferecem uma visão estruturada dos movimentos de mercado. Todavia, é importante notar que a teoria é apenas uma das ferramentas disponíveis para os traders. Como qualquer estratégia de análise, ela é mais eficaz se usada em combinação com outras.
Quais os tipos de onda e como identificá-las?
Entendida a ideia geral do funcionamento da teoria, é hora de estudar em detalhes os seus padrões. Eles são formados por sequências de ondas que refletem o contínuo jogo de forças entre compradores e vendedores.
Confira:
- onda 1: ela costuma ser a primeira indicação de que a direção do mercado está prestes a mudar. Muitas vezes, ela é sutil e percebida apenas por traders que estão bastante focados;
- onda 2: geralmente, ela é uma correção que se move contra a nova tendência emergente. Porém, ela nunca se movimenta para além da origem da onda 1;
- onda 3: essa é muitas vezes a onda mais longa e intensa. O otimismo ou pessimismo (dependendo se a tendência é de alta ou baixa) é palpável. Assim, mais traders tendem a se alinhar com essa nova tendência;
- onda 4: essa correção costuma ser mais branda do que a onda 2;
- onda 5: ela costuma ser o último avanço da tendência. É nessa fase que os últimos “resistentes” finalmente tendem a aderir à nova tendência. Como consequência, muitas vezes esse é o momento em que o preço alcança seu pico.
Após essas ondas, há as chamadas corretivas:
- onda A: uma correção do movimento anterior;
- onda B: um movimento contrário à onda A, com volume de negociação baixo;
- onda C: ela segue na mesma direção da onda A, muitas vezes ultrapassando o final dela.
Ao dominar esses conceitos, você possui mais uma ferramenta para avaliar o comportamento do mercado. Desse modo, é possível tentar prever suas possíveis direções, lembrando de combinar essa análise a outras, como mencionado.
Vale a pena aplicar essa teoria em operações de trading?
Em meio à vasta gama de técnicas disponíveis para traders, a teoria das ondas de Elliott se destaca. Entretanto, antes de se aprofundar nela, é importante avaliar seus pontos fortes e desafios.
Observando o mercado pela perspectiva dessa abordagem, é possível ter uma visão mais abrangente das forças que impulsionam os movimentos de preços. Logo, as ondas de Elliott proporcionam uma compreensão mais clara das tendências potenciais.
Outro ponto positivo é que identificar corretamente o fim de uma onda de impulso pode sinalizar uma reversão iminente. Isso permite ter uma vantagem ao planejar suas entradas e saídas.
Ademais, as ondas de Elliott costumam ser combinadas com outras ferramentas, como a teoria de Dow e as retrações de Fibonacci. Essa junção pode fortalecer a confiabilidade dos sinais, proporcionando maior segurança nas operações.
Por outro lado, uma das críticas mais frequentes à teoria das ondas de Elliott é sua natureza subjetiva. Isso porque dois traders podem analisar o mesmo conjunto de dados e identificar padrões diferentes, levando a interpretações distintas.
Além disso, a técnica pode se tornar complexa, em especial quando se aprofunda em subondas e variações. Portanto, ela requer tempo, estudo e prática para ser dominada. Ainda, como qualquer método de análise, ela não é à prova de falhas — então não há garantias de resultados ao utilizá-la.
Como você viu, essa ferramenta pode proporcionar insights valiosos quando usada de forma correta, mas ela tem suas limitações. A resposta sobre se vale a pena aplicar essa teoria varia para cada trader. Logo, como em qualquer estratégia de investimento ou trading, vale combiná-la com uma gestão de risco sólida.
Conclusão
Entender as ondas de Elliott é tentar decifrar o comportamento humano no mercado financeiro. Elas fornecem insights dos possíveis movimentos futuros, mas devem ser usadas com outros métodos analíticos. Assim, você poderá tomar decisões mais informadas em suas operações.
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