“Seguro é jogar dinheiro fora!” – Discordo totalmente!
Já ouvi dezenas de vezes frases como essas e lhes digo: usar a seguridade de forma estratégica é essencial para um bom planejamento financeiro pessoal e melhor ainda para a sua execução.
A seguridade pode nos auxiliar na conquista de diversos objetivos financeiros, por isso é natural que, com o crescimento da classe média no Brasil e com a crescente conscientização financeira da população, esse produto financeiro torne-se cada dia mais presente em nossas vidas.
Escrevi, meses atrás, o artigo “Seguros de carros e o planejamento financeiro pessoal”, onde o conceito da seguridade é trabalhado. Hoje, darei outros exemplos.
O planejamento financeiro para os filhos e o seguro
Muitos pais procuram os bancos, os assessores de investimentos e os consultores financeiros com a intenção de formar reservas financeiras para filhos pequenos. Tal atitude é louvável, pois sabemos exatamente de todos os percalços que nossos filhos enfrentarão num cenário extremamente competitivo, com necessidades de formação, qualificação e que, pra tudo isso, dinheiro é necessário.
Imagine o seu filho saindo hoje de uma universidade com uma reserva de 100 mil, 200 mil reais, disponível para qualificação, cursos no exterior e até mesmo para iniciar um pequeno empreendimento? Não seria um belo início?
Normalmente todos utilizam, para esse objetivo, a previdência como forma de acumulação, desfrutando de alguns benefícios tributários (se bem planejado) e de rentabilidade de longo prazo.
Perfeito! Você programa tudo e inicia os aportes na previdência do seu filho. Inicia o projeto cujo objetivo principal é proporcionar ao seu herdeiro, E NÃO A SI PRÓPRIO, essa condição.
Mas… no meio do caminho, algo acontece! E você, infelizmente, vem a falecer. A morte é a coisa que mais temos certeza em nossas vidas, mas continuamos a negá-la numa demonstração de irracionalidade.
E, com isso, todo o perfeito planejamento elaborado para seu herdeiro vai por água abaixo. Terá ele que lutar sozinho contra o mundo simplesmente porque você esqueceu de considerar essa possibilidade.
Nessa hora, eu te digo: a seguridade, nesse caso, é complementar a previdência feita para seu filho. Por isso, dentro de um planejamento racional, o que eu recomendo sempre às pessoas que me questionam sobre esse assunto: vai fazer previdência para o seu filho? Faça, mas lembre-se que a seguridade é complementar. Inserindo a seguridade no planejamento dessa previdência, você poderá garantir ao seu herdeiro, MESMO QUE TAL IMPREVISTO ACONTEÇA, que as condições planejadas serão alcançadas.
Portanto, nada mais inteligente que, ao fazer um projeto de acumulação de reservas para o futuro de um filho e de sua família, contratar adicionalmente um seguro. Assim, garante-se que o montante financeiro será alcançado. Não faz sentido? Na medida em que o tempo for passando, você pode ir diminuindo o capital segurado, já que a reserva vai sendo formada, até chegar no montante desejado.
Os empréstimos e o seguro
Em alguns momentos da vida, necessitamos de crédito. Seja para adquirir carros, imóveis ou mesmo para outras finalidades. Em alguns desses momentos, os créditos que tomamos são de valor mais elevado e, por mais que nos programemos para saldá-los ao longo do prazo, algo pode se modificar.
Imagine a situação: um casal jovem com renda de R$ 5.000,00 cada, resolve contrair um empréstimo com prazo de 180 meses para construção de uma casa na praia ou mesmo para abrir um novo negócio, enfim, qualquer que seja a finalidade. Com R$ 10.000,00 de renda familiar, tomam em torno de R$ 250.000,00 para tal finalidade, sabendo que conseguirão honrar com o pagamento cuidando com disciplina, do orçamento.
E aí, o que ocorre? Um dos dois vem a falecer.
O que acontece? Acontece que o outro, que permaneceu, estará diante de um compromisso de difícil solução, o que ocasionará sérios transtornos para que seja honrado.
Isso pode ser evitado? Sim pode.
Existem seguros cujo objetivo é garantir operações de crédito. Dessa forma, ocorrendo o óbito do tomador, o empréstimo é quitado, não restando nenhum ônus para os herdeiros. Essa é, também, uma forma de seguridade muito inteligente.
A renda e o seguro
Imagine agora, um jovem empreendedor, dono de um pequeno e próspero negócio. As coisas vão caminhando bem, o jovem se casa. O casal agora resolve ter um filho. O negócios continua indo bem, resolvem que a mulher deve abrir mão do emprego para ajudar na empresa. Viajam para o exterior e começam a construir seu patrimônio. No meio do caminho, algo acontece. O jovem empreendedor, que é quem efetivamente dirige e entende do negócio vem a óbito. E aí? Como ficarão filho e esposa? Sem renda para o sustento?
A seguridade pode garantir, em mais esse caso, o conforto de uma família que, além da dor da perda de um ente querido, teria que lutar pela própria sobrevivência.
O paradigma
É muito comum que pessoas ricas se preocupem com o que vão deixar de herança, como distribuí-la e como garantir a perpetuidade financeira de suas conquistas para as gerações futuras. Porque então as pessoas de classe média também não devem fazer o mesmo com seu planejamento financeiro pessoal?
Por esses exemplos apresentados, eu digo: a seguridade é estratégica no planejamento financeiro pessoal!
Pensem nisso!
Grande abraço,
André Bona