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Ouso aqui começar e intitular minha tônica com essa obra extraordinária de Erasmo de Roterdam, O Elogio da Loucura. Não lembro exatamente quando o li, faz alguns anos, mas sei que é um clássico no sentido completo da expressão, ou seja, antigo sim, mas também genial e ainda hoje verdadeiro e atual.

O livro foi publicado em 1511, pouco depois do Brasil ser descoberto, uma obra humanista e renascentista que narra e descreve a Loucura como uma “deusa” a qual se elogia a si mesma e que justifica e traz conforto ao homem em todos os seus maus atos. Em outras palavras, a volúpia, a luxuria, o fanatismo, etc, todos seriam justificados pela loucura.

Não sou crítico literário mas quando digo que o livro é extremamente atual é porque a crítica feita a sociedade daquela época, ainda parece válida e as ideias postuladas lá me parecem, ainda hoje, expressar muito bem as loucuras que vemos dia a dia.

Então chegamos no mercado…

O ambiente mais louco e insano que você pode imaginar. Onde decisões que custam bastante dinheiro são tomadas muitas vezes em segundos ou ainda automaticamente por robôs. Onde pessoas com os mais diversos objetivos, experiências, sentimentos, conhecimentos, capacidade financeira, etc, chegam para traduzir suas loucuras em uma ordem de compra ou venda.

Tivemos uma semana de certa paúra no mercado brasileiro… penso que o principal motivo foi o fato das “autoridades” do governo não estarem se entendendo a respeito da Reforma da Previdência. Ora, mas semana passada postei a foto de um churrasco e do suposto “pacto da governabilidade” com Rodrigo Maia e Bolsonaro…

Então o que houve? Bom no meio da semana prenderam o sogro de Rodrigo Maia…Moreira Franco. Será que isso o deixou meio “pistola”? Maia é um político de carteirinha…nasceu na política e esta preso a ela. Talvez por isso ele tem um bom trânsito e relacionamento com diversas camadas da esfera de governo brasileiro, tal qual nessa foto com seu “brother” Dias Toffoli.

Bom chegamos em março de 2019 e ele é o atual presidente do Congresso. O cara que tem que negociar com os deputados para que o país aprove reformas e ande…definitivamente um cara que tem algum poder e que sabe usar isso. Ora mas quem foi eleito com milhões de voto pelo povo? O presidente ou Maia?

Me parece que há um grande jogo de poder nisso tudo…que gera um ruído nada positivo para bolsa e um prato cheio para os jornalistas: 

E o mercado que é tomado de loucos adora isso! Do livro:

“A pior das loucuras é, sem dúvida, tentar ser sensato num mundo de loucos”

 

O mercado e a Loucura 

Não bastasse a loucura de TODOS agentes, temos o efeito natural de paúra motivado em parte pelos traders no mercado… eles exacerbam os movimentos … comentei mais aqui nesse post :

CURIOSIDADES: TRADERS EXAGERAM

O descompasso…

Deixando a política de lado, na Tônica da Semana passada estávamos celebrando os 100k, mas eu chamei atenção ao descompasso que me parece existir:

Mas o resumo aqui é: me parece haver um certo descompasso entre o mundo real da economia e o dos mercados … me preocupa pensar que “o chão da terra pode tremer” a qualquer momento.

Já tinha chamado atenção para esse descompasso há mais de 1 mês atrás nesse post: A Odisseia dos 100 mil pontos. quando comentei de EUA, China, Europa e Brasil.

E o que tivemos recentemente? No Brasil dados de atividade que desapontaram como o IBC-Br e indicam um crescimento de PIB que corre sérios riscos de ficar abaixo dos 2%.

Junto a isso, o PMI alemão assustou o mundo vindo bem abaixo do esperado e apontando para um mergulho nada saudável na atividade da turbina europeia:

Isso obviamente se refletiu no aumento do VIX (indicador de volatilidade):

E então chegamos ao indicador que espelhou uma grande luz amarela pelo mundo….

 

A inversão da curva de juros americana (inverted yield curve) 

Traduzindo: os juros de longo prazo (10 anos) estão menores que os de curto prazo (3 meses)…os prazos podem variar, juro de 2 anos, juro de 1 ano, etc.

Qual a racionalidade disso?

Numa economia normal os agentes econômicos exigem um juro mais elevado para empréstimos ou títulos de longo prazo pelo risco embutido nesse longo prazo. No entanto, quando os agentes temem uma recessão ou forte desaceleração da economia, eles…[…]

 

Leia o texto na íntegra no blog BUGG – Análises Econômicas e de Investimentos, de William Castro Alves.

 

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Economista pela UFRGS, iniciou sua carreira em 2004 na Solidus Corretora, tendo passado pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Atuou como analista de Investimento na XP e responsável pelas gestão das Carteiras Recomendadas.

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