As commodities movimentam bilhões de dólares e são consideradas a base da economia de muitos países. Além disso, algumas delas passam por grandes instabilidades de preço, gerando oportunidades de especulação ou a necessidade de proteção (hedge) — como é o caso do petróleo.
Utilizado na fabricação de diversos produtos, principalmente combustíveis e lubrificantes, o petróleo é bastante requisitado no mundo todo. Nesse sentido, uma das formas de se expor aos seus resultados é por meio do contrato futuro de petróleo.
Se você ainda não conhece essa alternativa ou deseja aprofundar seu conhecimento no assunto, continue a leitura deste artigo até o final. Nele, você verá como funciona o contrato futuro de petróleo e outras formas de exposição a essa commodity.
Aproveite!
O que é o mercado futuro?
Para entender o funcionamento de um contrato futuro, primeiro é preciso aprender o que é o mercado futuro. Trata-se de um ambiente da bolsa de valores onde são negociadas as expectativas de preços de ativos financeiros em uma data posterior.
Ou seja, o interessado se posiciona de acordo com sua leitura de mercado e as projeções para os preços em data futura. Diferentemente do que acontece no mercado à vista — no qual as compras e vendas são liquidadas fisicamente em poucos dias — no mercado futuro, a liquidação costuma ser apenas financeira.
Isso significa que você não precisa ter ou entregar o objeto da negociação para participar das negociações. Basta disponibilizar a margem de garantia exigida para abrir suas posições. Por conta disso, não se fala em ativos nesse mercado, mas em derivativos financeiros — ou seja, contratos que derivam de ativos.
E um contrato futuro, o que é?
Um contrato futuro, por sua vez, é o instrumento de negociação no mercado futuro. Em geral, são derivativos que permitem se posicionar quanto ao preço de um ativo financeiro em uma data posterior específica.
Quem acredita na alta dos preços se posiciona no lado comprador. Já os que projetam a queda dos preços, assumem posições vendidas. No Brasil, próximo ao final do dia, as posições assumidas são reajustadas com base no preço da média ponderada das negociações naquela data.
O participante será creditado se houver uma diferença positiva entre a sua posição e o ajuste diário. Se a diferença for negativa, o montante é debitado. Os ganhos e perdas são realizados de acordo com a soma de todos os ajustes realizados até a data de vencimento do contrato futuro.
No entanto, o interessado não precisa ficar posicionado até o encerramento do contrato. Na verdade, ele pode desmontar sua posição a qualquer momento. Assim, é possível operar em busca de lucro no curto prazo (especulação) ou visando a proteção da carteira (hedge).
O que é e como funciona um contrato futuro de petróleo?
Como você viu, por meio dos contratos futuros é possível negociar as expectativas de preços de diferentes ativos financeiros. Dentre eles, estão commodities como milho, soja, boi gordo, café, açúcar e petróleo.
No entanto, na bolsa de valores brasileira não está aberta a negociação de contratos futuros de petróleo. Dessa forma, caso você queira negociar esse derivativo financeiro específico, terá que buscá-lo em bolsas de valores estrangeiras.
Por exemplo, na NYMEX (New York Mercantile Exchange) dos Estados Unidos, você encontra contratos futuros do petróleo do tipo WTI (West Texas Intermediate). Trata-se de um petróleo com um maior teor de enxofre e densidade que o do tipo Brent (produzido no Reino Unido).
O código de negociação (ticker) é o CL (crude oil). Cada contrato representa a negociação de 1 mil barris (cerca de 158 mil litros). Os preços se movem a cada 0,01 centavo de dólar (tick), o que significa movimentar 10 dólares por contrato.
Ademais, os contratos possuem vencimento mensal, observando 12 meses a cada ano identificados por letras específicas. Veja:
- janeiro — F;
- fevereiro — G;
- março — H;
- abril — J;
- maio — K;
- junho — M;
- julho — N;
- agosto — Q;
- setembro — U;
- outubro — V;
- novembro — X;
- dezembro — Z.
Logo, se você quiser negociar um contrato com vencimento em maio de 2022, por exemplo, precisará digitar CLK22. A negociação pode ser feita de domingo, a partir das 19:00, até sexta-feira às 18:00 (horário de Brasília). Ainda há uma limitação de 20 contratos por posição.
Quais outras alternativas de investir em contratos futuros através da B3?
Caso você não queira arcar com os custos e a burocracia de fazer operações no exterior, poderá buscar alternativas na bolsa de valores brasileira, a B3. Ainda que elas não sejam formas de investimento direto no petróleo, seu capital estará exposto a essa commodity.
Conheça as principais alternativas!
Ações de petrolíferas
No mercado nacional, você encontra ações de diferentes companhias petrolíferas. Entre os principais exemplos, estão:
- Petrobras (PETR3 e PETR4);
- PetroReconcavo (RECV3);
- PetroRio (PRIO3);
- Enauta (ENAT3);
- 3R Petroleum (RRRP3).
Como essas companhias têm suas receitas atreladas ao preço do petróleo, ao investir em suas ações, seu capital acompanhará os resultados da commodity. Além disso, caso a companhia faça a distribuição de dividendos, você pode ter uma fonte de renda passiva — embora ela não seja garantida.
Fundos de Índice
Os exchange traded funds (ETFs) ou fundos de índice são veículos de investimento coletivo. Eles são compostos por diferentes investidores que possuem objetivos em comum. No caso, acompanhar os resultados de um índice de mercado.
O capital desses fundos é gerido por um gestor profissional que fica responsável por montar o portfólio do fundo à semelhança da carteira teórica do índice escolhido. Na prática, é possível encontrar ETFs que contam com companhias petrolíferas em suas carteiras.
Nesse sentido, é uma forma de se expor a diversas companhias do setor com apenas um investimento. Ou seja, além da exposição aos resultados da commodity, você poderá contar com a proteção gerada com a diversificação do seu portfólio, a depender da composição do índice replicado pelo ETF.
BDRs
Os brazilian depositary receipts (BDRs) são alternativas atreladas a investimentos internacionais — como ações, ETFs e títulos públicos estrangeiros. Por meio deles, é possível investir no exterior sem precisar retirar o seu capital do Brasil.
No entanto, você não será o titular do investimento estrangeiro, mas de um certificado nacional com lastro nele. Isso permite investir em fundos de índice e empresas internacionais ligadas ao petróleo, podendo inclusive receber os seus dividendos.
Agora você sabe como operar o contrato futuro petróleo, bem como se expor a essa commodity com alternativas presentes no mercado nacional. Contudo, independentemente da sua escolha, avalie a sua estratégia para identificar a melhor alternativa para investir.
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