O dólar e euro estão entre as principais moedas do mercado. Isso se verifica nas transações comerciais de todo o mundo, já que boa parte delas é intermediada por essas duas alternativas. Por isso, a oscilação das cotações pode afetar a economia global e o mercado financeiro internacional.
Ademais, entender as diferenças e a relação entre as moedas pode ser interessante para quem procura maior diversificação na carteira de investimentos. Afinal, ambas podem servir de reserva de valor e proteção de patrimônio. Além disso, há ativos cujos ganhos estão atrelados às variações cambiais, trazendo oportunidades para os investidores.
Neste artigo, você aprenderá quais são as diferenças entre o dólar e euro e a relação entre as moedas. Confira!
Qual é a história do dólar e do euro?
O dólar é a moeda oficial dos Estados Unidos. Ele foi definido como unidade padrão no dia 2 de abril de 1792, pelo Congresso norte-americano. Sua emissão é de responsabilidade do Federal Reserve System (FED), órgão que regula o sistema financeiro e conduz a política monetária do país.
Já o euro é uma moeda mais recente. A ideia de criá-lo surgiu na década de 1970. No entanto, o projeto foi retomado apenas em 1992, com o Tratado de Maastricht. O euro passou a ser usado em transferências bancárias e cheques em janeiro de 1999 e, três anos depois, na forma de dinheiro físico.
Quais são as diferenças entre essas moedas?
Como você viu, uma das principais diferenças entre o dólar e euro é que a moeda norte-americana conta com dois séculos a mais de existência que a europeia. Outro diferencial é a abrangência geográfica.
Isso porque o dólar é adotado como moeda oficial por seis países além dos Estados Unidos. Entre eles, estão Porto Rico, El Salvador e Equador. Já o euro está presente na economia de 19 das 27 nações que integram a União Europeia.
Também há diferenças relevantes em suas cotações históricas. Apesar de mais novo, o euro costuma valer mais que o dólar, com poucas exceções. Exemplos são novembro de 2002 e julho de 2022, meses em que o euro esteve abaixo de US$ 1,01. Os economistas chamam esse fenômeno de paridade.
Ademais, o dólar ainda é mais acessado como reserva de valor em comparação ao euro. Isso se deve à força da economia norte-americana e à sua perenidade no mercado mundial.
Como os valores dessas moedas estão correlacionados?
Você conheceu a história do dólar e euro e as diferenças entre eles. Agora é hora de saber quais fatores influenciam a relação entre essas unidades de valor. A dinâmica ajuda a entender os motivos que levam às oscilações nas cotações das duas moedas. Confira:
Transações comerciais
Um fator importante se refere às trocas comerciais realizadas em âmbito internacional. O euro e o dólar são as duas principais moedas do mundo e, com isso, são mais utilizadas nas transações comerciais entre diversos países.
Segundo a Eurostat, no ano de 2016, 55% dos produtos importados pelos países europeus foram comprados com dólar, e 34% com euro. Já em relação às exportações, 49% foram feitas com intermediação da moeda europeia. Enquanto isso, 33% das negociações aconteceram em norte-americana.
Os números foram semelhantes em 2018. Isso porque 48% dos produtos exportados pelos europeus foram negociados em euro, enquanto 35% estavam atrelados ao dólar. Já em relação às importações, 56% se deram por intermediação da moeda norte-americana. Porém, 35% das operações utilizaram a moeda europeia.
Como você pode ver, dólar e euro estão muito presentes nas transações comerciais internacionais, inclusive do Brasil. Logo, a variação de suas cotações pode ser um dos fatores para o aumento dos preços e, consequentemente, da inflação.
Políticas monetárias determinadas pelo Federal Reserve e pelo Banco Central Europeu
Outra correlação entre o dólar e euro está nas taxas de juros dos títulos públicos norte-americanos e europeus. Quanto maiores essas taxas, mais rentáveis esses investimentos se tornam. Consequentemente, pode haver maior procura pelo dólar e euro por parte dos investidores.
Vale acrescentar que o Federal Reserve é historicamente mais ágil em se tratando da alteração da taxa de juros. Isso ficou visível em julho de 2022, quando o Banco Central Europeu aumentou o indicador pela primeira vez em 11 anos.
Na prática, a política monetária aplicada ao dólar e ao euro costumam ser próximas, até por serem as duas moedas mais fortes do mundo. Assim, as decisões sobre as taxas de juros costumam seguir no mesmo sentido.
Como aproveitar as oscilações do dólar e do euro nos investimentos?
Você aprendeu a história, as diferenças e a correlação entre dólar e euro. Agora pode ser interessante conhecer maneiras de aproveitar as oscilações dessas moedas e se proteger delas.
Afinal, como elas desempenham importantes papéis na economia global, essas moedas também influenciam o mercado financeiro. Por isso, confira alternativas de investimentos relacionadas ao dólar e ao euro!
Fundos internacionais
Os fundos de investimento são modalidades coletivas em que há um gestor que administra os recursos aportados pelos investidores. No fundo internacional, o profissional compõe a carteira seguindo uma estratégia de alocação focada em ativos estrangeiros.
Esses veículos estão disponíveis na plataforma de instituições financeiras e não é necessário enviar dinheiro para o exterior para investir neles. Ainda assim, a alternativa permite se expor a moedas estrangeiras como dólar e euro, a depender da estratégia.
Fundos cambiais
Já a maior parte do patrimônio dos fundos cambiais deve ser investido em ativos relacionados ao câmbio. Contudo, os investimentos não são feitos diretamente na moeda estrangeira — na prática, são usados ativos e derivativos ligados a elas.
ETFs
Os exchange traded funds (ETFs), também conhecidos como fundos de índice, replicam o desempenho de um indicador de referência. Eles são negociados na bolsa de valores brasileira (B3), mas podem espelhar um índice de mercado internacional.
Um exemplo de ETF internacional é o EURP11. Outras possibilidades são os fundos baseados no S&P500, índice que reúne as 500 empresas mais negociadas nas bolsas dos Estados Unidos.
BDRs
Os brazilian depositary receipts (BDRs) estão lastreados em investimentos internacionais, como ações de empresas estrangeiras, ETFs negociados em bolsas de outros países e títulos de dívidas estrangeiros. Eles estão disponíveis para compra e venda na B3.
Como você pode ver, dólar e euro estão entre as principais moedas do mundo, a ponto de influenciarem a economia global. Consequentemente, o mercado financeiro também é impactado. Logo, pode ser interessante incluí-los entre em seus investimentos caso você esteja em busca de maior diversificação ou proteção.
Gostou desse conteúdo? Então confira esse artigo sobre como aproveitar a variação do dólar para investir!