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Com extenso currículo no mercado financeiro, o brasileiro Marcos Eduardo Elias, confessou à Justiça norte-americana o crime de conspiração contra instituições financeiras nos Estados Unidos. A informação é de um comunicado emitido pela Justiça local nesta semana, assinado pelo procurador de Nova York, Geoffrey Berman.

Elias foi preso pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) na Suíça, em junho de 2018, acusado de desviar mais de US$ 750 mil de contas bancárias de brasileiros em Nova York. De acordo com a Justiça norte-americana, o ex- empresário e ex-gestor de fundos declarou-se culpado pela acusação de conspiração para cometer fraude telefônica, que tem pena máxima de 30 anos, e pelo crime de roubo de identidade, que possui pena mínima consecutiva obrigatória de dois anos.

Ainda segundo o comunicado divulgado nesta semana, a audiência de condenação de Marcos Eduardo Elias pelos crimes aos quais ele responde nos Estados Unidos está programada para ocorrer no dia 4 de abril de 2019.

Clique aqui para conferir na íntegra o comunicado oficial da Justiça de Nova York, assinado por Geoffrey Berman, sobre o caso.

Entenda o caso

Marcos Eduardo Elias foi preso em junho de 2018 pelo FBI na Suíça. De acordo com a Justiça norte-americana, o ex-executivo do mercado brasileiro se passava por funcionários dos titulares das contas bancárias e transferia o dinheiro das vítimas para uma conta controlada por ele em Luxemburgo, na Europa. As transferências eram realizadas com o auxílio de documentos falsos.

Segundo informações veiculadas pela mídia na época, uma das vítimas do esquema de desvio de dinheiro teria sido o grupo gaúcho Zaffari. Uma investigação foi conduzida pelo FBI e o executivo foi preso em junho de 2018 e acusado de conspiração para cometer fraude, fraude de transferência bancária e receptação de produto de furto pela Justiça norte-americana.

Somadas, as penas máximas dos crimes pelos quais o executivo foi acusado chegam a 70 anos.

Currículo extenso no mercado financeiro

Elias é um nome conhecido do mercado financeiro. Formado em engenharia mecânica pela Universidade de São Paulo, o ex-executivo foi analista-chefe do banco francês BNP Paribas e passou por diversas empresas do mercado financeiro – como a gestora de fundos Gas, que foi comprada pela Vinci Partners, a Guiar Investimentos, a Galleas Capital e a Gradual Investimentos – que encerrou suas operações em maio de 2018, em meio às suspeitas de envolvimento de seus executivos em um esquema bilionário de fraudes.

Em 2010, Elias ajudou a fundar a casa de análise Empiricus Research, de onde saiu em 2012. De acordo com informações publicadas no perfil de Marcos Eduardo Elias no LinkedIn, o engenheiro também foi professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Repercussão nas redes sociais

Na última quarta-feira (6), o sócio da Empiricus Research, Felipe Miranda, fez uma série de publicações no perfil da casa de análises no Instagram em repercussão à notícia da confissão de Marcos Elias, veiculada pelo site Infomoney.

Nos vídeos, Miranda informa que o ex-executivo não tem nenhum vínculo com a casa de análises desde 2012 e sugere que a notícia teria sido publicada pelo site – controlado pelo Grupo XP – em resposta às críticas do sócio da Empiricus quanto às taxas abusivas cobradas pelas corretoras para os Certificados de Operações Estruturadas (COEs).

Felipe Miranda também sugeriu, em vídeo publicado nas redes sociais, que Marcos Eduardo Elias teria sido colaborador do Infomoney. O Blog de Valor apurou que, de fato, o brasileiro preso nos EUA por conspiração contra instituições financeiras e outros crimes já apresentou um programa na Infomoney TV (clique aqui e confira). Sua participação, no entanto, ocorreu em 2009 – anos antes de o portal financeiro ter sido adquirido pelo Grupo XP, em setembro de 2011.

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Sócia-fundadora e CEO da ABContent. Cursou Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, tem formação em Marketing e Pós-Graduação em Gestão de Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. Foi repórter, colunista e editora em diversos veículos de comunicação nas editorias de Economia, Negócios e Mercado de Capitais.

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