Você muito provavelmente já conversou ou leu notícias sobre a desigualdade social. E talvez até já se questionou sobre a existência desta desigualdade. Mas você já ouviu falar no Índice de Gini?
Se não, saiba que é interessante conhecê-lo. Apesar de existirem outros métodos para se medir a desigualdade de um determinado local, o Gini é o mais conhecido.
Estudá-lo poderá, inclusive, ajudar você a compreender melhor a situação econômica e social de muitos países. Acompanhe o artigo e saiba mais sobre esse importante indicador para a economia!
O que é o Índice de Gini?
O coeficiente de Gini foi criado por um estatístico italiano chamado Corrado Gini, em 1912. Como comentado, trata-se de um dos principais indicadores para medir desigualdade social nos países.
Também chamado de coeficiente de Gini, o índice de Gini é utilizado para medir a desigualdade (principalmente a de renda) de um determinado local, indicando se a diferença entre os mais pobres e os mais ricos em uma região ou país é alta ou baixa.
Os valores são medidos entre 0 e 1. Quanto mais perto de 0, menor é a desigualdade social de um lugar.
Quanto mais próximo de um, mais desigual é o local estudado. Nesse caso, se houvesse um país com o índice de Gini em 0, seria um lugar onde todos possuíssem a mesma renda.
Se houvesse um país com o índice em 1, significaria que praticamente toda a riqueza estaria concentrada na mão de apenas um indivíduo. Portanto, vale destacar que não há países com índices 0 e 1 no mundo. Mas o ideal, contudo, é que trabalhem para chegar o mais próximo de zero.
Vantagens e Desvantagens do índice de Gini
A maior vantagem desse coeficiente é a capacidade de medir a distribuição de renda sem sofrer limitações de outros dados, como a renda per capita (valor do produto interno bruto dividido pelo número de habitantes).
Outra vantagem é a facilidade de interpretação, dando uma noção maior da realidade e permitindo a comparação de diferentes regiões e períodos de tempo.
Em relação às desvantagens, podemos citar que ele mede a desigualdade de renda em termos estáticos, não incluindo a oportunidade ou potencial que o local tem em se tornar mais ou menos desigual em um prazo longo ou curto.
Outro motivo é que uma boa distribuição de renda não significa que o país seja justo socialmente. Afinal, o índice não leva em conta o poder de compra de uma renda de determinado valor e o que pode apresentar nas distintas partes de um mesmo país.
O que o índice de Gini esclarece?
O coeficiente em questão não demonstra quais são os países mais ricos e os mais pobres. Apenas esclarece o quão concentrado é a renda em cada um.
Pode haver países ricos em termos absolutos ou em fatores como economia ou PIB, mas que tenham o índice de Gini alto. Se isso acontece, demonstra que a renda concentra-se nas mãos da parcela mais rica da sociedade.
O oposto também pode acontecer. Um país pode ser considerado pobre em termos econômicos, mas ter um Gini baixo. Se isso acontece, significa que todos possuem renda semelhante e são igualmente pobres.
Vale ressaltar também que o coeficiente mede a desigualdade de renda e não a desigualdade de oportunidades! Assim, o índice não estuda a mobilidade ascendente de classes sociais.
Qual o coeficiente de Gini do Brasil e do mundo?
Tanto no Brasil quanto em vários outros países, o Gini é medido por instituições sérias e competentes. Uma delas é a ONU, que divulga seus dados em seu Relatório do Desenvolvimento Humano (RDH).
O Valor do indicador no Brasil
O último relatório foi feito em 2016 e foi lançado em março de 2017. De acordo com o Ranking Gini RDH da ONU, o Brasil é o décimo país mais desigual do mundo.
Conforme o estudo, o Brasil tem maior desigualdade de renda que países como Congo, Quênia e Guiné-Bissau. O índice brasileiro é de 0,515. Em 1990, o coeficiente chegou a ser 0,607.
O valor do Indicador no mundo
O país mais igualitário na distribuição de renda é a Ucrânia e o mais desigual é a África do Sul.
Veja a tabela com alguns países e seus respectivos valores de Gini. Os países estão listados do mais igualitário para o mais desigual.
1º | Ucrânia | 0,241 |
2º | Eslovênia | 0,256 |
3º | Noruega | 0,259 |
8º | Finlândia | 0,271 |
48º | Portugal | 0,360 |
66º | Estados Unidos | 0,411 |
96º | Chile | 0,505 |
99º | Brasil | 0,515 |
107º | Namíbia | 0,610 |
108º | África do Sul | 0,634 |
Qual o cenário da desigualdade no Brasil?
Outra pesquisa que vale ser citada é a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, coordenada pelo economista francês e autor do Best Seller “O Capital no Século XXI”, Thomas Piketty.
Os dados sobre o Brasil são entre 2001 e 2015, e demonstram que quase 30% da renda de todo o país está nas mãos de apenas 1% dos habitantes do país. O Brasil também tem destaque no fato de que 55% da renda está nas mãos dos 10% mais ricos, juntamente com a Índia.
Esses dois países perdem apenas para o Oriente Médio, onde 61% da renda está nas mãos dos 10% mais ricos. A região tida como exemplo de combate à desigualdade é a Europa, pois os 10% mais ricos detém “apenas” 37% da renda do continente.
Um outro estudo que merece destaque é o do pesquisador do IPEA, Pedro Ferreira de Souza. O trabalho construiu uma linha histórica sobre a disparidade de renda no Brasil desde o ano de 1926. Se você gosta de saber mais sobre o assunto, vale a pena saber mais sobre estes levantamentos.
Conclusão
O índice de Gini é uma importante medida para a economia definir o quão desigual ou igualitária é a distribuição de renda naquele país. Apesar de não considerar dados sobre acesso às oportunidades, é um índice importante para analisar a situação da desigualdade de uma região.
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