Você trabalha no que gosta e ganha relativamente bem. Organizado, já poupou mais do que o necessário para uma reserva financeira. Tem vontade de diversificar o investimento, obter maior rentabilidade em menor tempo, mas não sabe exatamente como e teme perder dinheiro no processo? Se esse é o seu caso, aqui está a solução. Com esse post, você vai aprender a investir na Bolsa de Valores com sucesso por conta própria.
Entendendo um pouco mais sobre a Bolsa de Valores
Falar em Bolsa de Valores costuma gerar na cabeça das pessoas a imagem de operadores em frenesi, com telefones na orelha e negociando aos gritos somas milionárias em nome de grandes empresas. Esta até pode ser uma cena real, mas não representa já há algum tempo o perfil do investidor das maiores bolsas de valores do mundo.
O acesso a carteiras de ações se tornou mais democrático e amigável para pessoas comuns, poupadores domésticos. Em São Paulo, na Bovespa, 96% dos investidores com carteiras ativas em agosto eram pessoas físicas. Desse total, 23,42% eram mulheres, o que também derruba a ideia de que o ambiente é composto apenas por homens.
Para ser bem-sucedido nesse meio, não é preciso contratar consultorias ou ajuda profissional. Um pouco de racionalidade e atenção às dicas que se seguem garantirão bons retornos financeiros. Vamos lá?
Aprendendo a investir na Bolsa por conta própria
Como funciona o mercado de ações?
Antes de mais nada, lembre-se de que uma ação é uma fração de uma empresa. As empresas emitem ações na Bolsa de Valores como uma forma de obter dinheiro sem se endividar. Isso chama-se abertura de capital. A quantidade de dinheiro arrecadada pela empresa na Bolsa dependerá de quantas ações ela emitiu e de quantas foram compradas no mercado.
Anualmente, as empresas devem pagar dividendos, isto é, devem destinar uma parte dos lucros a seus investidores, ou seja, as pessoas que compraram suas ações em Bolsas de Valores. No Brasil, as companhias de capital aberto, em geral, pagam pelo menos 25% de seu lucro em forma de dividendos, porém esse critério é definido no estatuto de cada empresa, podendo ser maior ou menor.
Como faço para investir?
Para poder operar na Bolsa de Valores, você precisará abrir uma conta em uma corretora. Por meio dela, você poderá acessar o Home Broker, o ambiente online em que estão disponíveis as ações para compra e venda. As operações podem ser feitas diariamente, em dias e horários comerciais.
A CVM, que fiscaliza o mercado de capitais brasileiro, dispõe de um guia de corretoras ativas. Essas instituições costumam cobrar um percentual do investimento como taxa de corretagem e algum outro valor referente à taxa de custódia dos valores. Mas existem opções de empresas que dispõe de um serviço gratuito ou quase. Além das taxas, considere na escolha da corretora critérios como qualidade do atendimento e das ferramentas web.
Para poder investir, você precisa transferir dinheiro para a conta da corretora. Como medida de segurança, não é interessante que você deixe o dinheiro parado nessa conta por muitos dias. O ideal é fazer a transferência e investir no mesmo dia ou no dia seguinte.
Para investir na Bolsa, terei que me arriscar?
Existem maneiras mais e menos arriscadas de comprar ações. Se você opta por comprar ações de uma empresa consolidada, com sólidas perspectivas de crescimento e retrospecto positivo, você provavelmente pagará mais caro pelos papéis. Em contrapartida, terá uma possibilidade melhor de retorno. Por outro lado, se a sua aposta é em uma empresa nova, que parece promissora mas sobre a qual se sabe pouco, seu investimento pode custar barato e gerar grandes lucros, mas você também pode perder muito se a ideia não decolar.
Para saber se movimentar no mercado de ações, é fundamental que você esteja bem informado sobre as condições econômicas do país e sobre a saúde financeiras das empresas nas quais pretende investir.
Empresas com bons fundamentos costumam trazer bons resultados em longo prazo. Abandone a ideia de enriquecer de um dia para o outro, esse é apenas mais um mito do mercado financeiro, além de levar a um comportamento inseguro e propenso a perdas. Para se proteger de solavancos em uma ou outra empresa, vale a pena montar uma carteira diversificada, que distribua o dinheiro entre muitas companhias. Isso dilui o risco envolvido no investimento em cada empresa.
Antes de comprar suas ações, você pode recorrer a simuladores como o FolhaInvest, que o ajudarão a ganhar intimidade com o processo.
Não tenho muito dinheiro. Posso investir na Bolsa mesmo assim?
Pode sim! No entanto o impacto dos custos operacionais pode inviabilizar seus resultados ou mesmo impossibilitar uma diversificação mais adequada. Você deve também ter em mente que, se ainda tem pouco dinheiro, seu foco não deve ser a rentabilidade de sua carteira, mas sim a sua capacidade de continuar acumulando dinheiro, pois é essencialmente isso que fará com que seu patrimônio cresça mais rapidamente. Mas o mais importante é que você entenda os conceitos sobre o que é ou não um investimento mais ou menos seguro e que tenha preparo psicológico e sangue frio para ver eventuais perdas e saber esperar o momento ideal de vender suas ações (na alta, claro). É improvável que você acerte sempre. Conte com eventuais perdas no curto prazo, mas busque ganhos sustentáveis em longo prazo.
Para saber como você pode lidar com perdas no curto prazo, vale a pena ainda determinar seu perfil de investidor. Existe um teste de perfil aqui no Blog de Valor que pode ajudá-lo a determinar se você é um conservador, moderado ou arrojado na hora de aplicar seu dinheiro. Isso lhe dirá qual é o seu grau de tolerância aos riscos, de resistência às perdas, sua ambição de retornos e lhe indicará qual pode ser o melhor investimento para seu tipo de personalidade. Para os mais conservadores, talvez a Bolsa de Valores seja um exercício muito intenso de controle da ansiedade. Aplicações em bolsa não são adequadas para todo mundo. Respeite o seu perfil!
De qualquer maneira, é sempre prudente reavaliar sua estratégia na Bolsa de Valores periodicamente, com base na oscilação de sua carteira e na situação das empresas investidas.
Quais princípios devem orientar a compra ou a venda?
Algumas ideias gerais devem estar em sua mente na hora de negociar ações:
- Atenção à movimentação dos preços: é o preço e seu comportamento ao longo do tempo que indicará quão estáveis ou arriscados podem ser alguns papéis. Portanto, analise os gráficos dos valores das ações que lhe interessam.
- Compre na baixa, venda na alta: parece óbvio, mas a tendência do leigo ao ver suas ações perdendo valor é tentar se livrar do papel antes que as perdas aumentem. Errado. Isso significa concretizar o prejuízo. É preciso ter sangue frio e apostar na subida das ações novamente para então vendê-las.
- Considere as tendências, elas são duradouras: as estatísticas mostram que uma tendência tem maior probabilidade de se manter do que de ser revertida no curto prazo. Isso é importante para que você compre ainda na baixa as ações que devem seguir subindo por um longo período.
Com essas dicas, você pode começar a investir na Bolsa de Valores com tranquilidade. Agora conte pra nós: você já é um investidor? Qual é a sua experiência? Aplica alguma dessas ideias? Deixe um comentário para nos dizer como você faz seus investimentos em ações!
Um grande abraço!
André Bona