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Olá!

Muitas pessoas fazem sua programação de férias ou de negócios e precisam de moeda estrangeira para custear seus gastos fora do país.

Quais são os principais cuidados com custos para comprar moeda estrangeira?

São 2 custos e 1 cuidado extra:

> Impostos – IOF cobrando pelo governo em cima de cada operação de câmbio;

> Spread cambial – É por quanto o banco vai te vender a moeda em questão (exemplo: um banco pode vender o dólar pra você a 2,50 e outro a 2,45). O spread é o lucro do banco;

> Exposição à variação cambial – que é a possibilidade da moeda disparar e você ter um custo maior do que o planejado.

Qual a melhor forma então de fazer as compras no exterior?

São 3 formas simples de consumir no exterior:

1. Cartão de crédito

Você pode utilizar o seu próprio cartão de crédito internacional para a realização de gastos no exterior. Basta passar o cartão nos estabelecimentos e pagar a fatura quando esta chegar em sua residência. A administradora do cartão fará uma estimativa da taxa de câmbio na data de emissão da fatura. Na fatura seguinte, você receberá o ajuste cambial, que será a diferença entre o câmbio da data de emissão da fatura e o câmbio da data efetiva do seu pagamento, podendo esse ajuste ser a débito ou a crédito no seu cartão conforme a flutuação de preços da moeda no mercado. Porém o cartão de crédito esconde desvantagens desagradáveis. Portanto, não é a forma mais recomendada para consumir no exterior.

Vantagens

> Comodidade – Não precisa fazer nada. Só ligar para o seu cartão e desbloquear o uso no exterior e fazer suas compras;

> Segurança – Uso com senha e, em caso de roubo, basta ligar para a central e bloquear o uso.

Desvantagens

> IOF – o IOF sobre compras no exterior com cartão de crédito é de 6,38%. Isso encarece em muito a sua operação;

> Oscilação da moeda – entre a data da sua compra e a data do pagamento da fatura do cartão, você está totalmente vulnerável às oscilações da moeda estrangeira no mercado. Vamos supor que você gaste 10 mil dólares com o dólar a R$ 2,00, mas por algum evento econômico esse dólar dispare para R$ 2,20 antes da sua fatura chegar. Nesse caso, você pagará 2,20 na cotação + 6,38% de IOF. Neste caso, os seus 10 mil dólares poderiam chegar a R$ 23.403,60;

> Spread cambial – Como o cliente já gastou mesmo o dinheiro e terá que pagar a fatura, a instituição financeira pode cobrar mais alto na hora da conversão. E o cliente não terá condições de negociar isso. Vai pagar o câmbio que o banco definir.

2. Dinheiro em espécie

Você pode adquirir o papel moeda para a sua viagem. Assim tem a liberdade de uso, já que dinheiro é aceito em todos os lugares.

Vantagens

> IOF – 0,38%. Bem menor que os 6,38% incidentes sobre o uso do cartão de crédito;

> Oscilação da moeda – ao comprar a moeda, o seu recurso está travado na cotação que você comprou. Dessa forma, você não estará exposto a oscilações da moeda;

> Spread cambial – como você vai comprar a moeda antes, pode pesquisar nos bancos e corretoras de câmbios pra verificar as melhores taxas e assim obter uma conversão mais favorável.

Desvantagens

> Segurança – andar com dinheiro vivo tem riscos em qualquer lugar do mundo. Certamente é menor em países mais desenvolvidos do que o Brasil. Fique sempre atento!

3. Cartão de viagem

O cartão de viagem é uma solução muito interessante, pois é o misto entre o cartão de crédito e o papel moeda.

Vantagens

> Oscilação da moeda – ao adquirir o seu cartão de viagem, você converte imediatamente o valor em reais para o valor na moeda escolhida (dólar, euros, etc) e não fica exposto à variação cambial;

> Segurança – o uso é feito por meio de um cartão na modalidade débito, mediante senha pessoal. Dessa forma, você possui muito mais segurança para o seu capital;

> Spread cambial – a cotação da moeda estrangeira para o cartão é normalmente menor do que para o papel moeda. Isso ocorre simplesmente pela diferença entre o custo de emissão do cartão e o custo do papel moeda + as despesas oriundas da necessidade do estoque físico pelas instituições financeiras. Um mesmo cartão pode ser recarregado diversas vezes de maneira eletrônica.

Desvantagens

> IOF – o IOF sobre compras no exterior é o mesmo do cartão de crédito, ou seja, 6,38%. Isso encarece em muito a sua operação;

> Aceitação – essa talvez fosse a única “desvantagem” do cartão de viagem. No entanto, ao adquiri-lo, ele virá numa bandeira como VISA por exemplo, em que a aceitação é muito grande no mundo todo.

Qual seria a melhor alternativa?

A melhor alternativa relacionada ao custo atualmente é o papel moeda.

Tenha uma boa viagem!

André Bona

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André Bona possui mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro, tendo auxiliado milhares de investidores a investir melhor seus recursos e é o criador do Portal André Bona - site de educação financeira independente.

7 Comentários

  1. Na Europa usei as três maneiras, mas em algumas lojas, principalmente em Berlim, o cartão de crédito não era aceito, em outras passava tranquilo, independente do valor. Nunca entendi porque acontecia isso.

  2. Olá, Bona,
    obrigada pelas dicas. Mas levar em espécie, se a pessoa vai passar mais de um mês fora? Arriscado, não?

    • Oi Cecília. Depende pra qual país vc vai né… rs… Pra EUA, CAnadá e etc, até uns 5 mil dolares levo em grana sem problemas. Além disso, cartãozinho pré-pago.

      • Super obrigada 🙂 Vou utilizar Euro, mas acho que vale assim a mesma regrinha, ne? Andei lendo a respeito tb do uso do cartão de credito, muitos ‘viajantes profissionais’ recomendando, por conta da segurança e da acumulação de milhas.
        Abraço!

  3. Não acho que seja. O spread é bem mais alto do que no cartão. O cartão tem ainda a vantagens dos pontos. Tem também a opção de usar o cartão no exterior na função débito o que elimina o risco cambial. A melhor forma para quem viaja muito é manter uma conta no exterior e fazer remessas. Depois e só usar o cartão do banco do exterior.

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