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Dentro do mercado financeiro você já deve ter ouvido falar ou, até mesmo, já ter posto em prática a estratégia de Long & Short, não é mesmo? É sobre esse tema que vamos falar neste artigo.

Long & Short é uma das estratégias usadas pelos investidores para conseguirem lucrar. Para que você possa entender de forma simples, ela consiste num par de ações: enquanto aposta na valorização de uma, espera pela queda da outra. Dessa forma, o objetivo é lucrar tanto na alta quanto na baixa das ações.

Vale dizer que o Long & Short é a principal tática dos tomadores de aluguel da Bolsa. Assim, caso o investidor tenha sucesso, ele não precisa desembolsar qualquer quantia, já que a ação que deve cair é, na verdade, alugada.

Achou interessante a estratégia? Então continue a leitura.

O que é

Primeiro, vamos explicar os termos para uma melhor fixação do conceito. Long significa comprado e Short quer dizer vendido. Assim, o papel que será comprado (“Long”) é aquele que o investidor acredita que haverá uma maior valorização. Na outra ponta, o papel que será vendido (“Short”) é aquele cuja expectativa é de uma valorização menor.

Geralmente, para quem está começando a investir no mercado de ações é mais fácil escolher companhias de um mesmo setor. Por exemplo, ações de dois bancos, de duas siderúrgicas ou de duas empresas de varejo. É um pensamento mais conservador, mas que pode ser uma boa saída para quem está começando nesse tipo de aplicação.

Tipos de Long & Short

Mas você deve estar se perguntando se só é possível escolher papéis parecidos para aplicar essa estratégia, não é mesmo?

O que o investidor precisa saber é que os dois papéis precisam ter algum tipo de ligação, porque assim eles tendem a se comportarem de forma parecida no mercado.

Intra-setorial

É bem comum ações de duas empresas que atuam no mesmo segmento de mercado, como ações do Banco Itaú (ITAU4) com Bradesco (BBDC4).

Ação ON versus ação PN

Outra alternativa é escolher pares de uma mesma empresa, como por exemplo ações ordinárias e preferenciais (PETR3 e PETR4).

Controlada versus Controladora

Como algumas empresas de capital aberto são controladas por empresas que também possuem ações na bolsa, os papéis de ambas costumam apresentar forte correlação. Um exemplo desse tipo de Long & Short é a operação entre Banco Itaú (ITAU4) com Itaúsa. (ITUB4).

Como funciona

Para pôr em prática a estratégia de Long & Short é preciso, depois de escolher o par de ações, estabelecer uma média ao longo de um período. Aí você pergunta: quanto tempo? Bem, isso pode variar bastante e pode variar até mesmo 12 meses de pregões.

Ao longo desse tempo você vai acompanhando as oscilações e vai começar a entender a relação entre as duas ações. Só depois de encontrada a média é que o investidor vai estabelecer os padrões de qual ação vai entrar como short e qual entrará como long. E em qual momento pode ocorrer o inverso. Isso no mercado é conhecido como “inverter a mão”.

Vantagens

Uma das vantagens da estratégia de Long & Short é buscar lucrar na diferença da rentabilidade entre duas ações. Nesse caso, o índice como o Ibovespa pode não contar tanto na estratégia uma vez que o importante é a performance do papel comprado contra a performance do papel vendido.

Além disso, a estratégia pode ser realizada tanto em momentos de alta como de baixa.

Tributação

O investidor deve ficar atento às taxas para este tipo de operação que seguem a tabela Bovespa. Por falar na Bolsa, a B3 anunciou em janeiro uma nova política de tarifação. Veja aqui o que mudou.

Já em relação à tributação, ela é a mesma das operações com ações, com apuração do lucro nas posições comprada e vendida, à alíquota de 15% (operações normais) ou 20% (operações de day trade).

Vale lembrar que tem isenção para vendas até o limite de R$ 20 mil no mês e os eventuais prejuízos podem ser compensados com ganhos líquidos futuros obtidos no mercado à vista ou nos mercados de opções, futuros e termo.

Riscos

É preciso mencionar que como toda operação há alguns riscos para o investidor. A bolsa exige o depósito de garantias para a realização de algumas operações e a de Long & Short também se encaixa nisso.

Outro ponto de atenção é, antes mesmo de realizar a operação, verificar se o ativo que você quer vender a descoberto (ou seja, que você precisará alugar) está disponível para aluguel.

E caso o cenário se inverta, isso quer dizer que a ação comprada caia e a ação vendida suba, você vai precisar desembolsar mais garantias e consequentemente vai ter prejuízo.

Curtiu saber mais sobre essa estratégia? Vai por em prática? O Long & Short pode ser interessante para investidores que querem diversificar suas aplicações em renda variável e possibilitar ganhos independente da direção do mercado.

 

*Este artigo foi produzido pelo Gorila com exclusividade para o Portal André Bona.

 

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Robinson Dantas é CEO do Gorila Invest e possui mais de 18 anos de experiência no mercado financeiro. Além disso, é fundador da Iporanga Investimentos, onde era responsável pela gestão de risco e membro do conselho da holding FS2. Antes, passou pelo Morgan Stanley na área de Equity Derivatives Trading em Nova Iorque.

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