Existem diversas formas de avaliar se o investimento em uma empresa pode ser interessante para sua carteira. Uma das principais é o deep value investing, comumente usada por Warren Buffett para selecionar ações para seu portfólio.
Ela funciona como uma vertente da estratégia de value investing e pode servir para investidores que procuram novas alternativas na bolsa de valores. Portanto, vale a pena saber como essa abordagem funciona para avaliar se há alinhamento com o seu planejamento.
Quer aprender sobre esse tema? Neste artigo, você entenderá o que é a estratégia de deep value investing, como ela funciona e como usá-la para selecionar ações.
Acompanhe a leitura!
O que é o deep value investing?
Antes de conhecer o conceito de deep value investing, podemos retomar o funcionamento da estratégia da qual ele deriva: o value investing. Ela também é chamada de investimento em valor, em português.
O objetivo do value investing é encontrar boas empresas cujas ações estejam sendo negociadas por uma cotação inferior ao seu valor intrínseco. Para encontrar esse parâmetro, o investidor analisa os principais fundamentos da companhia para identificar o valor justo daquele papel.
Logo, caso as ações sejam vendidas por um preço mais baixo que esse patamar e mantenha seus fundamentos, existe o potencial de a empresa se valorizar no futuro. Por isso, o value investing é uma estratégia destinada para quem tem foco no longo prazo.
É importante saber que a metodologia do value investing foi criada por Benjamin Graham e ganhou ainda mais projeção com Warren Buffett. Já o deep value investing segue uma lógica similar, mas os investidores que seguem essa estratégia procuram empresas altamente depreciadas.
O foco da abordagem é encontrar companhias que, se forem liquidadas e cumprissem suas obrigações financeiras, fariam com que os acionistas recebessem mais do que o total que pagaram pelas ações.
Em tradução livre, é possível chamar o deep value investing de investimento em valor profundo. Ademais, devido às suas características, ele envolve riscos e pode ser mais propício para investidores experientes na análise de empresas.
Como essa estratégia funciona?
Agora que você entendeu o deep value investing, é preciso saber como a estratégia funciona. Nesse contexto, a análise fundamentalista de ações é uma prática relevante para identificar as oportunidades na bolsa de valores.
Isso acontece porque não basta apenas investir em ações desvalorizadas ou de empresas enfrentando crises. É necessário encontrar companhias que, de fato, tenham potencial positivo e bons fundamentos mesmo com momentos de instabilidade.
Portanto, o início da estratégia começa com a identificação do valor justo das ações. A partir dele, você deve compará-lo com a cotação de momento para visualizar como está a percepção do mercado para aquela empresa.
Após encontrar as organizações que atendam a esses critérios, é preciso avançar para conhecer os números e fundamentos das companhias.
Nesse caso, o propósito não é apenas encontrar ações “descontadas”, mas sim aquelas fortemente depreciadas. A diferença entre a cotação do papel e o montante que seria recebido na liquidação servirá como margem de segurança.
Em vista disso, o investidor precisa de paciência para encontrar e estudar essas companhias. Afinal, o preço de uma ação pode estar baixo por elas serem de baixa qualidade. Logo, empresas assim não servirão para quem tem foco no investimento em valor.
Quais as diferenças para outras estratégias?
Como você acompanhou, o deep value investing é uma vertente da estratégia de value investing. Enquanto a abordagem original busca ações depreciadas, mas com potencial de valorização, o deep value investing vai além — trabalhando até com empresas próximas à liquidação.
Também há outra vertente do value investing, conhecida como high-quality value investing. Nesse caso, o objetivo do investidor é encontrar companhias sólidas e com bons números, porém com preços de negociação abaixo do valor intrínseco.
Logo, você pode compreender que o deep value investing é a abordagem que envolve mais riscos e demanda mais estudos por parte do investidor. Entretanto, o potencial de retorno dela também pode ser mais alto.
Como selecionar ações a partir da estratégia deep value investing?
Chegando até aqui, você já compreendeu como funciona a estratégia de deep value investing. A seguir, você saberá como selecionar ações usando a abordagem.
Confira!
Avalie o seu perfil de risco e seus objetivos
O primeiro passo para adotar o deep value investing para selecionar ações é considerar o seu perfil de investidor. Devido às características dessa abordagem, ela pode ser mais adequada para investidores com maior tolerância ao risco — como aqueles de perfil arrojado.
Também é importante alinhar o investimento com seus objetivos financeiros. Como vimos, a estratégia pode funcionar melhor em planejamentos com foco no longo prazo.
Estude a fundo as empresas
Após entender se a estratégia tem alinhamento com seu perfil de risco, você deve iniciar os estudos sobre as empresas. Nesse primeiro momento, é oportuno se dedicar a conhecer os números e os indicadores financeiros das companhias.
A análise das informações dá uma visão mais clara sobre a situação financeira das organizações. Dessa forma, você saberá se há margem de segurança para seu investimento, caso a liquidação se concretize.
A pesquisa sobre os números também permite identificar se pode ocorrer a retomada no crescimento das empresas. Assim, você poderá comprar ações por um preço abaixo do valor intrínseco e ampliar sua rentabilidade potencial.
Saiba o nível de liquidez das ações
Por fim, você também pode analisar o nível de liquidez das ações para fundamentar a tomada de decisão. Para tanto, as informações sobre o volume de negociações contribuem para sua avaliação.
Por exemplo, se o seu objetivo for negociar o papel no curto ou médio prazo, pode ser vantajoso priorizar ações com liquidez mais elevada. Além disso, em um cenário em que a força compradora ainda seja forte, é possível haver aumento na cotação.
Contudo, não se esqueça que o investimento em ações é de renda variável. Portanto, mesmo com boas análises, não há como prever os movimentos do mercado ou assegurar lucros. Logo, é preciso fazer escolhas de modo consciente e alinhado com a sua tolerância ao risco.
Como você entendeu, a estratégia de deep value investing costuma ser usada por investidores de longo prazo, incluindo nomes de sucesso no mercado financeiro. Antes de colocá-la em prática, avalie suas características para se certificar que há alinhamento com seus objetivos e sua tolerância ao risco.
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