Quem deseja investir de forma estratégica precisa conhecer as tendências e características do mercado financeiro. Uma ideia que vem ganhando atenção é a de sustentabilidade. Assim como os demais setores da economia, o universo dos investimentos também reflete as necessidades da sociedade.
No caso do mercado de ações brasileiro, essa realidade pode ser percebida por meio do ICO2. Criado pela bolsa de valores brasileira, a B3, em parceria com o BNDES, esse é um índice que representa a preocupação com a sustentabilidade. Assim, pode ser usado na tomada de decisão dos investidores.
Quer saber mais? Confira neste texto o que é esse índice ICO2, como ele funciona e de que maneira afeta os investimentos!
O que é o ICO2?
Criado em 2010, o Índice Carbono Eficiente é uma iniciativa cujo objetivo é incentivar as empresas mais negociadas na bolsa de valores a monitorar e divulgar sua emissão de gases do efeito estufa. Ele é um índice de referência — ou seja, tem o intuito de avaliar o desempenho de um grupo de ativos.
Embora seja comum que esse tipo de instrumento seja utilizado para analisar rentabilidade, não é exatamente o caso. A principal função do ICO2 é comparar os níveis de sustentabilidade de cada empresa.
Como funciona esse índice e qual sua composição?
O ICO2 tem como base outro índice muito importante na B3, o IBrX-100, formado pelas 100 empresas cujas ações são as mais negociadas na bolsa. Assim, para fazer parte do Índice de Carbono Eficiente é necessário ter uma grande relevância no mercado de capitais nacional.
Mas só ter destaque na bolsa não é suficiente. Para compor esse índice, é necessário que a empresa adote uma série de iniciativas, com o intuito de fomentar a produção alinhada ao desenvolvimento sustentável.
Os critérios para a empresa participar são os seguintes:
- pertencer à carteira do IBrX 100;
- ter aderido formalmente à iniciativa do ICO2;
- reportar os dados de seu inventário anual de emissão de gases do efeito estufa de acordo com o nível de abrangência e prazo definido pela bolsa.
Qual a importância do ICO2?
A sustentabilidade é uma temática cada vez mais recorrente em diversos âmbitos da sociedade. Contudo, nem sempre é fácil perceber qual a sua relevância quando o assunto é o impacto causado no mercado financeiro. Por isso, vale a pena compreender um pouco melhor essa situação.
Ao final do século XX, houve uma ampliação na compreensão do que significa a geração de valor e riqueza das empresas. De certa forma, o objetivo das companhias deixou de ser apenas a maximização dos lucros de seus proprietários.
Elas passaram a levar em consideração também os objetivos dos stakeholders — fossem eles clientes, fornecedores, funcionários ou a sociedade como um todo. Uma vez que a questão ambiental se tornou central nos debates globais, as companhias também precisaram se envolver no assunto.
Já que o foco é fomentar práticas sustentáveis, foi necessário que as empresas incorporassem essa postura. Afinal, ao satisfazer as novas demandas sociais elas podem manter sua competitividade. No caso do mercado de capitais, foram criados mecanismos para destacar as empresas sustentáveis.
Saiba mais!
ICO2
No caso da bolsa brasileira, um dos mecanismos desenvolvidos com forma de responder a essas novas necessidades foi o ICO2. Ele permitiu incentivar as empresas mais negociadas na bolsa a monitorar e divulgar sua relação com a emissão de gases de carbono.
O objetivo é fomentar uma economia com menor poluição. Além de estar alinhada com as práticas ambientais do restante do mundo, essa medida se mostra cada vez mais necessária, uma vez que sem um desenvolvimento sustentável, as próximas gerações sofrerão consequências.
ESG
O Índice Carbono Eficiente não é o único mecanismo no mercado financeiro com o propósito de incentivar e destacar empresas responsáveis ambientalmente. Há um conceito geral e internacional que engloba diversas iniciativas: o ESG.
A sigla significa para environment (meio ambiente), social e governance (governança). Assim, delimita critérios para identificar investimentos verdes ou sustentáveis. Eles podem ser usados para basear índices, investimentos em ações e aplicações de renda fixa ou fundos.
Logo, há diversas possibilidades para quem busca fazer investimentos com viés sustentável. Inclusive, os fundos ESG trazem praticidade, pois um gestor ficar responsável por selecionar os ativos. Ademais, é possível ter exposição direta aos índices verdes, por meio de fundos específicos que você conhecerá.
Como investir no ICO2?
O ICO2 é um índice importante para medir a sustentabilidade das principais empresas de capital aberto no Brasil. Entretanto, ele não é um investimento, mas uma carteira teórica que reúne ações. Então como investir nas empresas que o compõem?
Você poderia comprar as ações individualmente, com base na carteira teórica, mas isso seria custoso e burocrático. Uma alternativa prática e simples é conhecer os ETFs ou fundos de índice.
Veja!
ETFs
A sigla ETF significa “exchange traded funds”, em tradução livre algo como “fundos negociados em bolsa”. Esses fundos de investimentos têm como objetivo replicar a carteira de um índice de referência. Para isso, o gestor faz investimentos semelhantes ao do indicador.
Assim, os recursos aportados em um ETF serão geridos com o objetivo de render de acordo com o índice previamente estabelecido. No caso do Índice Carbono Eficiente, quem compra cotas em um ETF que o segue tem acesso indireto às ações.
As cotas dos ETFs são negociadas na bolsa de valores e estão acessíveis a todos os investidores. Além dos fundos que seguem o ICO2, você pode encontrar outros que sejam focados na sustentabilidade. Logo, há diversas alternativas para quem deseja investir com esse foco.
Conclusão
Como vimos, o ICO2 é um índice relevante no mercado, pois está alinhado às demandas sociais para o futuro. Caso seja do seu interesse, é possível se expor a ele por meio de ETFs. Mas lembre-se de que se trata da renda variável, logo, existem riscos que devem ser considerados.
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