Ao pesquisar sobre investimentos é comum se deparar com o termo lastro financeiro — você sabe o que ele significa? Apesar de ter um papel fundamental, o conceito ainda é alvo de dúvidas entre diversos investidores.
Portanto, quem investe ou pretende iniciar os seus aportes no mercado financeiro, precisa se familiarizar com o assunto. Assim, ficará mais fácil compreender algumas questões sobre os ativos e fazer melhores escolhas.
Se você tem interesse no assunto, continue a leitura deste post e aprenda o que é lastro financeiro e como funciona. Vamos lá?
O que é lastro financeiro?
Primeiro, vale entender o significado de lastro em economia: ele se refere à garantia de determinado ativo. Assim, torna-se uma ferramenta fundamental, já que ativos e títulos simbolizam determinado valor.
Por exemplo, quando você faz um empréstimo, é comum que a instituição financeira faça análises de crédito para entender se você tem condições de arcar com o pagamento. Ela pode solicitar um bem em garantia, que serve como lastro e pode ajudar a conseguir melhores taxas.
O lastro financeiro tem um conceito semelhante. Antigamente, a emissão das moedas dos países exigiam uma garantia: o ouro. Inclusive, isso era comum até a Segunda Guerra Mundial, quando o chamado “padrão-ouro” perdeu força.
O termo também era conhecido como lastro monetário. Atualmente, ele não é mais aplicado. Agora, a capacidade dos países para emitir dinheiro tem relação com a sua dívida pública. Porém, o conceito ainda é importante em outras situações.
Como funciona o lastro financeiro?
Após entender o que é lastro financeiro ficará mais fácil compreender como ele funciona. Como você viu, ele é um tipo de garantia utilizado no mercado. Assim, visa proporcionar um valor explícito e visível a um custo ou investimento.
Na prática, isso significa que ele ficará vinculado a algum tipo de ativo — como dinheiro, veículos, imóveis, máquinas ou outros investimentos. Desse modo, o lastro consegue trazer mais garantia para as operações financeiras.
Como o lastro financeiro é aplicado no âmbito dos investimentos?
A aplicação do conceito de lastro nos investimentos ainda pode ser um ponto de dúvidas para muitas pessoas. O fato é que diversas alternativas do mercado contam com determinado lastro.
A seguir, você conhecerá alguns exemplos comuns:
CRI, CRA
Os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) ou do agronegócio (CRA) são aplicações de renda fixa de origem privada. Neles, o investidor adquire um título que tem terá lastro no setor específico indicado.
Um CRI, por exemplo, tem lastro em determinada operação imobiliária. Inclusive, é possível que ele tenha um bem em garantia que será usado em caso de inadimplência do emissor. No CRA, o lastro se relaciona às operações do agronegócio, que podem envolver produtos, maquinários, etc.
LCI e LCA
A mesma explicação anterior se aplica em relação às letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA). Nesse caso, os títulos são lastreados em operações financeiras de imóveis e produtos do agronegócio, ou seja, se mantêm vinculados ao setor.
Fundos de investimento
Os fundos de investimento podem ser de diferentes tipos, sempre apresentando um lastro — como ações, imóveis, títulos, câmbio, entre outros. Desse modo, é possível entender que a cota adquirida tem valor no mercado por fazer parte do fundo, que é composto por diversos ativos.
Um exemplo bastante comum são os exchange traded funds (ETFs), que possuem lastro financeiro nos ativos de determinado índice do mercado. Nesse caso, o investidor saberá que os ativos que compõem o portfólio do fundo são atrelados à carteira teórica do indicador escolhido.
Ações
As ações são parcelas do capital social de uma companhia que podem ser negociadas na bolsa de valores. Logo, quando o investidor compra um papel, ele adquire uma parte da empresa, então ela é o lastro do ativo.
Dessa maneira, ele pode se beneficiar do bom desempenho da empresa no mercado, com o recebimento de dividendos ou a venda do ativo valorizado, por exemplo. Contudo, também pode sofrer prejuízos diante de movimentações negativas.
Moedas digitais
As moedas digitais, como o bitcoin, normalmente não possuem um lastro financeiro. Afinal, não existem garantias relacionadas a um bem ou, até mesmo, dinheiro. Isso porque elas funcionam de maneira descentralizada, sem vínculo com algum país ou entidade.
Logo, não é possível que sejam oferecidas garantias em relação à maioria das criptomoedas. A exceção acontece com algumas moedas específicas, como a Tether (USDT), que foi criada em um modelo diferente.
Ela é uma stablecoin, ou moeda estável, e tem lastro em dólar na proporção 1:1, sendo que a empresa tem o dinheiro como garantia em suas reservas. Logo, quem possui o token tem a garantia de que ele valerá, ao menos, 1 dólar.
Qual é a sua importância em relação aos ativos?
Agora que você sabe o que é o lastro financeiro e como ele funciona em relação aos investimentos, vale entender a sua importância. Na verdade, ele é essencial para dar uma garantia de que existe um valor real relacionado ao ativo.
Entretanto, é importante entender que isso, por si só, não retira os riscos dos investimentos: trata-se de questões diferentes. O lastro tem o objetivo de demonstrar que o investimento tem um valor no mercado.
Por outro lado, os riscos do investimento se relacionam com as perdas que podem ser causadas por diferentes fatores — como as oscilações do mercado. Ou seja, elas podem acontecer independentemente do lastro.
Dessa maneira, o lastro traz garantia em relação ao valor do ativo, mas ele ainda estará exposto aos diferentes riscos de perder esse valor. Portanto, ao investir, é sempre importante considerar os aspectos envolvidos para tomar decisões mais alinhadas ao seu perfil e objetivos.
Como você viu, o lastro financeiro é um conceito que tem papel essencial no mercado de investimentos. Assim, compreendendo o tema é possível entender o seu impacto no ativo e quais são as garantias envolvidas.
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