Existem muitas ferramentas que podem ser utilizadas pelas empresas para estruturar suas estratégias em busca dos seus objetivos. Entre elas, destaca-se a matriz de materialidade, que elenca pontos de atenção nos processos e seus graus de importância.
Assim, a matriz funciona como uma espécie de guia para a gestão. Para que isso seja possível, o instrumento depende da avaliação de diferentes aspectos, segundo o nicho de atuação de cada empreendimento.
Mas será que a matriz de materialidade serve para todos os setores de negócios? Aprenda como ela atua, como utilizá-la e se é possível adaptá-la a diferentes áreas!
O que é matriz de materialidade?
A matriz de materialidade é uma ferramenta estratégica utilizada por gestores de empresas. Ela permite identificar e priorizar os aspectos mais relevantes relacionados à sustentabilidade e ao desempenho corporativo.
Para tanto, a matriz reúne informações sobre os principais temas que impactam o negócio, além de seus stakeholders, auxiliando no mapeamento de riscos e oportunidades. Ao mesmo tempo, o instrumento alinha os objetivos empresariais com as ações ESG (ambiental, social e governança).
Na prática, a matriz de materialidade ajuda as empresas a entenderem quais temas são “materiais” — ou seja, de maior relevância. Sua análise se volta à criação de valor e à gestão dos impactos socioambientais das ações corporativas.
Enquanto recurso gráfico, esse elemento de gestão apresenta temas relevantes para a gestão. Em um eixo, determina-se o grau de importância do assunto para as partes interessadas nas operações empresariais — investidores, acionistas e clientes, por exemplo. No outro, classifica-se seu impacto para a empresa.
Quais são os temas analisados pela matriz de materialidade?
Os assuntos eleitos como primordiais tendem a variar conforme o setor avaliado, assim como o porte e a estratégia do empreendimento. Desse modo, a matriz guia a tomada de decisões e o desenvolvimento de práticas sustentáveis, buscando atender às demandas sociais e mercadológicas.
Para exemplificar, considere as empresas ligadas às áreas de mineração, agronegócio e energia. Esses nichos costumam ter uma relação direta com os recursos naturais.
Portanto, nesses setores, a matriz de materialidade ajuda a identificar questões como:
- riscos decorrentes do uso intensivo de recursos;
- impactos ambientais de suas atividades e processos;
- pressões regulatórias.
Por outro lado, os negócios do ramo de tecnologia têm outras prioridades em sua matriz de materialidade. Nesses casos, os temas de maior relevância podem incluir:
- privacidade e segurança de dados;
- inovação e desenvolvimento sustentável.
Há como usar a matriz de materialidade em todos os setores empresariais?
Como você aprendeu, a matriz de materialidade analisa as prioridades das empresas em relação à sustentabilidade e à própria sobrevivência do negócio. Por essa razão, é possível adaptá-la para aplicação em diferentes negócios — independentemente do setor.
Para tanto, devem ser identificados os temas relevantes para cada empreendimento, conforme sua área de atuação. Por exemplo, em empresas do agronegócio, a análise pode se voltar às práticas sustentáveis no manejo do solo e na utilização consciente de recursos hídricos.
Já em negócios do segmento da saúde, uma opção é a matriz analisar e classificar a importância da gestão adequada dos resíduos hospitalares. Por sua vez, em empresas de moda e vestuário, os temas avaliados podem incluir a escolha por materiais ecológicos e a transparência na cadeia produtiva.
Tenha em mente que cada setor tem suas necessidades e questões que se destacam na busca pelas práticas ESG. Assim, há diferentes formas de adequar as ações a elas e à sustentabilidade do próprio negócio.
Como implementar a matriz de materialidade?
Agora que você conhece a importância da matriz de materialidade, é essencial entender como implementá-la na sua empresa. O processo envolve diversas etapas estratégicas, que devem ser adaptadas conforme as características e o setor de atuação do negócio, como você conferiu.
Acompanhe o passo a passo para utilizar a ferramenta e aprenda como adaptar esse instrumento para obter melhores insights em relação às práticas ESG!
Customização dos critérios de relevância
Até aqui, você assimilou que cada setor possui dinâmicas e desafios próprios, com reflexos na adoção da matriz de materialidade. Dessa forma, é indispensável customizar os critérios de relevância e impacto no momento de aplicar a ferramenta.
Por exemplo, em empresas do setor financeiro, a transparência nas operações e o rigor na gestão de riscos tendem a ser temas prioritários. Já para os negócios de turismo, a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade com as comunidades locais tendem a ser determinantes na análise.
Consequentemente, é necessário ajustar os eixos da matriz conforme os indicadores mais relevantes para o segmento do qual a empresa faz parte. A prática pode ser facilitada com o envolvimento de especialistas do ramo, capazes de validar os critérios e as prioridades definidas.
Mapeamento dos stakeholders e obtenção de dados
O segundo passo para aplicar a matriz de materialidade é identificar todos os públicos que interagem com a empresa. Investidores, clientes, colaboradores, fornecedores e até comunidades impactadas pelas atividades corporativas devem ser considerados.
Após mapear os stakeholders, é possível obter deles diferentes perspectivas sobre os temas críticos para a sua empresa. Para tanto, promova pesquisas, entrevistas e reuniões, buscando uma compreensão mais ampla dos desafios e oportunidades do negócio.
Assim, a matriz tende a refletir com maior fidelidade as expectativas reais dos interessados. Como resultado, aumentam as chances de ela proporcionar uma base sólida para a tomada de decisão, com dados relevantes para determinar suas ações de sustentabilidade empresarial e ESG.
Após coletar as informações, é o momento de avaliá-las. A tarefa pode ser feita com o apoio de outras ferramentas de gestão, como a análise SWOT — ou FOFA (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças).
Construção e validação do gráfico
Com as informações para a matriz de materialidade em mãos, é hora de estruturá-la em formato gráfico. Como você observou, o recurso deve dispor os temas identificados em dois eixos. Um deles representa a importância para o negócio e outro demonstra sua relevância para os stakeholders.
A construção do gráfico facilita a visualização das prioridades. Adicionalmente, ela serve como base para decisões estratégicas.
Monitoramento e atualização contínua
Por fim, saiba que a matriz de materialidade não deve ser vista como um documento estático. Afinal, os ambientes de negócios estão em constante mudança, exigindo um monitoramento contínuo e a atualização periódica dos dados.
Ao longo deste conteúdo, você aprendeu o que é a matriz de materialidade e como é possível aplicá-la em empresas de diferentes setores. Portanto, você já sabe empregá-la em favor da sustentabilidade do negócio e das práticas ESG.
Este artigo foi útil para você? Então compartilhe em suas redes sociais para que mais pessoas conheçam essa ferramenta estratégica!