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A securitizadora é uma instituição que faz parte do mercado financeiro e pode ser de interesse dos investidores. Ao contrário das empresas de capital aberto, ela não negocia suas ações na bolsa de valores, necessariamente.

Contudo, a securitizadora emite títulos de renda fixa que podem fazer parte da sua estratégia. Por isso, é preciso conhecê-las para saber como elas influenciam as alternativas que estão disponíveis nessa classe de investimentos.

Ficou interessado em saber mais sobre as securitizadoras? Continue a leitura desse texto e aprenda como elas funcionam!

O que é uma securitizadora?

Antes de descobrir como as securitizadoras podem influenciar os seus investimentos, você precisa compreender esse tipo de empresa. Elas são responsáveis por fazer a securitização de direitos creditórios do mercado financeiro.

Esse conceito pode parecer complicado devido ao número de termos envolvidos, mas é possível entendê-lo ao explorar o conceito de direitos creditórios. No geral, esses direitos são aqueles referentes a contas a receber.

Então imagine que uma empresa fez vendas parceladas ou a prazo, por meio de cartão de crédito, carnês e duplicatas. Todos esses pagamentos futuros são os direitos creditórios da companhia — também chamados de recebíveis.

Apesar de haver uma expectativa quanto ao pagamento, ainda não há aquele valor em caixa. Assim, muitos empreendimentos podem utilizar esses recebíveis como uma forma de obter crédito.

É nesse momento que a securitizadora se mostra útil. Ela pode antecipar os recebíveis para a empresa com a aplicação de um deságio no valor. Assim, a companhia obtém a maior parte desses pagamentos à vista, em vez de ter que esperar o prazo concedido ao cliente.

Com a compra dos direitos creditórios, a securitizadora poderá receber os pagamentos futuros no lugar da empresa que cedeu os direitos. Ainda, vale ressaltar que não há juros ou endividamento para a companhia cedente.

Contudo, ela antecipa seus recebíveis por um valor menor do que obteria se esperasse os pagamentos no futuro. Dessa forma, essa operação de crédito deve ser avaliada previamente e contratada por meio de uma securitizadora confiável.

Como a securitizadora atua?

Agora você já sabe que a securitizadora é a instituição responsável por antecipar recebíveis de empresas que precisam de crédito. Porém, também é essencial entender como ela atua no mercado para compreender essa operação.

Nesse contexto, há uma relação entre credor e devedor, que se modifica conforme ocorre a antecipação dos recebíveis. Primeiro, uma empresa é credora de seus clientes, que se identificam como os devedores.

Depois, como você viu, a empresa pode ceder seus direitos creditórios à securitizadora. Então a instituição passa a ser a credora dos clientes após antecipar os recebíveis. Desse modo, os devedores devem realizar os pagamentos à securitizadora — procedimento que é feito de forma automática.

Entretanto, vale destacar que o processo pode ter diferenças. Por exemplo, algumas securitizadoras não assumem os riscos de crédito. Nesse caso, cabe à empresa fazer o pagamento mensal dos valores à instituição.

Vale destacar que a securitizadora precisa seguir regras próprias do mercado e ter autorização para funcionamento. A instituição também utiliza esses direitos creditórios para emitir títulos de crédito, então também há atuação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesse processo.

Qual a relação da securitizadora com o mercado de investimentos?

Você viu que as securitizadoras antecipam os recebíveis para as empresas que necessitam de crédito e utilizam esses serviços. Mas como a securitização se relaciona com os investimentos? Uma característica importante da securitização é a emissão de títulos de crédito privado.

Nesse caso, a securitizadora emite os certificados com a finalidade de captar recursos para conseguir antecipar os recebíveis. Eles são títulos de renda fixa, logo, há previsibilidade em relação à rentabilidade e regras próprias para o resgate e carência.

Confira a seguir quais são os títulos que podem ser emitidos pelas securitizadoras e suas principais características:

CRI

Os CRIs são os certificados de recebíveis imobiliários. Como o próprio nome indica, a antecipação de créditos que dão lastro a esses títulos advém de dívidas relacionadas ao mercado imobiliário.

Dessa maneira, eles podem ser ligados a pagamentos a construtoras e incorporadoras, financiamentos e outras contas referentes à negociação de imóveis. Com esse crédito, a securitizadora emite o CRI e proporciona um retorno aos investidores.

Nesse contexto, os CRIs podem ter três tipos de rentabilidade. Veja só:

  • prefixada: os ganhos são calculados conforme um percentual fixo, como 10% ao ano;
  • pós-fixada: a rentabilidade segue um índice financeiro escolhido pela securitizadora, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário);
  • híbrida: combina as duas alternativas acima, seguindo um índice financeiro somado a uma taxa prefixada.

Esses títulos estão disponíveis em plataformas de bancos de investimentos. Assim, é possível escolher uma alternativa que tenha uma rentabilidade adequada para seus objetivos, se for o caso.

Contudo, é fundamental considerar o risco de crédito. No momento do resgate, é a securitizadora que deve garantir o pagamento aos investidores. Se ela não tiver dinheiro para efetuar o pagamento, o recebimento do retorno e mesmo do valor inicial pode ficar comprometido.

Vale destacar que, no CRI, não há garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) como ocorre em diversos títulos da renda fixa.

CRA

O certificado de recebíveis do agronegócio (CRA) é outro tipo de título de renda fixa que as securitizadoras podem emitir para a captação de recursos junto aos investidores interessados.

A sua principal diferença para os CRIs é o lastro desses títulos. No caso dos CRAs, os recebíveis são referentes a créditos de negociações e operações ligadas ao agronegócio.

Eles também estão presentes em plataformas de bancos de investimento e possuem regras próprias, de acordo com a securitizadora e o título emitido.

FIDCs

Por fim, as securitizadoras podem compor um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC). Esse não é um título e, sim, um veículo financeiro coletivo. Assim, o FIDC funciona como uma carteira em que estão presentes diversos recebíveis, que podem ser de uma ou mais empresas.

Caso o investidor queira participar dessa modalidade financeira, pode comprar cotas que representam uma fração do patrimônio do fundo. Por sua vez, o portfólio é administrado por um gestor profissional, que fica responsável por realizar todas as operações.

Como os FIDCs são veículos de investimento de renda fixa, têm condições de retorno que são conhecidas antecipadamente. Porém, os títulos que os compõem apresentam um risco de crédito maior que de outros títulos de renda fixa. Logo, é preciso ponderar a segurança do investimento.

Agora você entendeu o que é uma securitizadora e como ela fomenta investimentos que podem ser interessantes para a sua carteira. Assim, você poderá investir nos títulos de crédito privado se eles fizerem sentido para o seu perfil de investidor e para os seus objetivos.

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