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Em geral, todo investidor começa seu caminho no mercado de investimentos por meio da renda fixa. Essa classe oferece diversas alternativas de títulos para quem deseja diversificar a carteira. Mas existe uma forma de investir que nem todos conhecem: as operações compromissadas.

Essa alternativa ajuda a elevar o nível de diversificação do seu portfólio, além de contribuir para ampliar sua proteção e resultados. Contudo, antes de fazer essa escolha, é preciso entender suas características.

Pensando nisso, este artigo apresentará o que são e quais as vantagens e riscos das operações compromissadas. Continue a leitura e aprenda!

O que são operações compromissadas?

As operações compromissadas são um tipo de negociação que define compromissos financeiros entre os participantes. Por esse motivo, elas não representam, especificamente, um título de dívida ou de crédito, como ocorre com as aplicações tradicionais de renda fixa.

Na prática, elas determinam obrigações entre as partes envolvidas no negócio. Um exemplo é uma instituição financeira que vende os títulos que ela possui e que não precisam ser, necessariamente, emitidos por ela.

Contudo, a venda é temporária, pois a instituição se compromete a comprá-los de volta no futuro. Em geral, o preço de compra considera o montante que foi pago pelo investidor acrescido de uma taxa de juros.

Como essas operações funcionam?

Outro ponto importante é saber como as operações compromissadas funcionam. Primeiramente, elas dependem de duas partes: a instituição financeira que deseja negociar o título e o investidor interessado em comprá-lo.

O compromisso da instituição de comprar o título de volta pode ser definido para a mesma data de vencimento da aplicação. No entanto, ela também pode optar por fazer a recompra depois do vencimento ou no dia seguinte ao da venda.

Ademais, a operação envolve duas fases. A primeira é quando o título sai da carteira do vendedor (ida), e a segunda é quando ele retorna (volta). Vale saber que a rentabilidade segue a mesma lógica da renda fixa.

Logo, ela pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida. No primeiro caso, a taxa de juros é fixa e o investidor sabe exatamente quanto receberá no momento da recompra do título.

Na segunda, o retorno varia conforme um índice financeiro, que pode ser uma taxa de juros ou índice de preços. Já a rentabilidade híbrida combina as duas formas de remuneração anteriores.

Em relação aos tipos, as operações compromissadas podem ser de três tipos. As específicas são aquelas nas quais o investidor conhece o título e a taxa da operação, que será prefixada.

Nas operações dirigidas, quem investe sabe qual é o título, tendo uma taxa pós-fixada. As genéricas, por sua vez, informam o título ao investidor apenas após a negociação, mas possuem uma taxa que costuma ser prefixada.

Também há a operação compromissada migração Selic/bolsa, cuja venda é feita no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), enquanto a recompra acontece na bolsa de valores brasileira (B3). Por fim, a operação com migração bolsa/Selic envolve a compra no balcão da B3 e a venda no Selic.

Quais são os títulos disponíveis nessas operações?

Além de entender o funcionamento das operações compromissadas, é preciso saber que nem todos os títulos de renda fixa podem ser usados nesses acordos. Pela legislação, existem aplicações que estão elegíveis para servir como garantia ou lastro.

Entre elas, estão:

  • títulos públicos;
  • certificados de depósito bancário (CDB);
  • letras de crédito imobiliário (LCI);
  • certificados de recebíveis imobiliários (CRI);
  • letras hipotecárias (LHs);
  • debêntures.

Quais são as vantagens das operações compromissadas?

Para entender melhor as razões para fazer uma operação compromissada, vale conhecer as vantagens desse investimento. Elas tendem a ser interessantes para as instituições financeiras porque elas conseguem levantar capital rapidamente, sem a necessidade de emitir um título.

Ademais, os juros pagos nessas negociações costumam ser menores do que ao buscar linhas de crédito, como empréstimos com outras instituições. Já para o investidor, as operações compromissadas ajudam a diversificar a carteira de investimentos.

Como é possível encontrar oportunidades com diversas taxas de juros, prazos e contrapartes, você tem mais chances de potencializar os seus resultados. Ao mesmo tempo, é viável equilibrar os riscos e proteger o portfólio.

Há riscos e desvantagens nas operações compromissadas?

Como em todos os investimentos, você também deve analisar os riscos antes de investir em operações compromissadas. O primeiro deles é a ausência da proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), como acontece com determinados títulos de renda fixa.

Essa entidade assegura o ressarcimento do investimento em até R$ 250 mil por CPF e por instituição, até o limite global de R$ 1 milhão, em caso de falência. Apesar disso, as operações compromissadas possuem um título como garantia e trazem previsibilidade para o investidor.

Por esse motivo, elas apresentam certo nível de segurança. Dessa forma, as operações podem resultar em uma rentabilidade menor, principalmente se comparadas com os investimentos de renda variável.

Uma desvantagem está relacionada aos eventuais benefícios fiscais que os títulos que lastreiam essas operações podem ter. No caso das operações estruturadas, o investidor não é beneficiado com eventuais isenções. Por exemplo, mesmo que ela tenha lastro em uma LCI, haverá a incidência de Imposto de Renda sobre o lucro obtido, o que pode reduzir o seu retorno.

Como investir em operações compromissadas?

Se você ficou interessado em realizar operações compromissadas, é preciso compreender o processo. O primeiro passo é conhecer o seu perfil de investidor para verificar se a aplicação condiz com a sua tolerância ao risco, por exemplo.

Em geral, as operações compromissadas são buscadas por investidores de perfil conservador, pois elas possuem baixo risco. Contudo, nada impede que pessoas moderadas e arrojadas adquiram essas aplicações para aumentar a segurança da carteira e equilibrar riscos.

Você também precisa considerar os seus objetivos financeiros. Nesse caso, vale saber que as operações compromissadas podem atender a quem tem metas de curto, médio ou longo prazo. Basta escolher a alternativa que melhor se adéqua aos seus interesses e necessidades.

Depois, verifique quais são as operações compromissadas disponíveis na instituição financeira que você investe. Confira fatores como as condições oferecidas, o nível de risco e o tipo de lastro. Por último, faça uma transferência bancária para a plataforma de investimentos e escolha as operações que fazem mais sentido para a sua carteira.

Agora que você conhece as operações compromissadas, é possível analisar se essa alternativa está adequada aos seus objetivos. Em caso positivo, não deixe de avaliar os investimentos disponíveis no mercado antes de decidir.

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