A Polícia Federal (PF) está apurando um possível elo entre o bunker dos R$ 51 milhões – atribuídos a Lúcio e Geddel Vieira Lima – e um esquema de corrupção e desvios na Caixa Econômica Federal. A investigação ocorre após documentos apreendidos pela PF apontarem para repasses bilionários pela Caixa a empresas investigadas na Operação Tesouro Perdido.
De acordo com um relatório da Polícia Federal, divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo nesta terça-feira (13), atas apreendidas na casa da mãe do ex-ministro Geddel Vieira lima citam uma liberação de R$ 5,8 bilhões em crédito a diversas empresas investigadas pela PF. Do total, cerca de R$ 4,4 bilhões teriam sido destinados a empresas da J&F – controladora da JBS.
Ligação com o Bunker
A suspeita da Policia Federal é de que parte dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento utilizado pela família Geddel – que ainda não teve sua origem confirmada – seja oriunda de desvios da Caixa Econômica Federal.
Uma outra parte do montante encontrado pela PF no ano passado teria sido recebida por meio do doleiro Lúcio Funaro, que revelou ter levado malas de dinheiro para Salvador (Bahia) com um total de R$ 20 milhões em espécie. Ainda no ano passado, Funaro afirmou à PF reconhecer parte do dinheiro apreendido em malas pela PF no apartamento usado por Geddel em Salvador, e afirmou ter operado propinas relativas a negócios da Caixa Econômica Federal.
Desvios na Caixa Econômica Federal
Para a Polícia Federal, Geddel – que ocupou o cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica na Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013– teria utilizado a instituição financeira para “beneficiar empresas com liberações de créditos dentro de sua área de alçada e fornecia informações privilegiadas para os outros membros da organização criminosa que integrava”.
Documentos encontrados pela PF na casa da mãe do ex-ministro indicam a realização de empréstimos, repactuações e substituições de garantias a empresas investigadas – como a J&F, em um montante que chega a R$ 28,7 bilhões. A quantia bilionária repassada a estas companhias, segundo a Polícia Federal, é referente somente ao período no qual Geddel ocupou o cargo de vice-presidente na Caixa Econômica.
Atas de reuniões realizadas por Geddel também corroboram com a suspeita da PF, já que diversos outros investigados por desvios na Caixa Econômica teriam também participado dos encontros, como é o caso do ex-diretor do Fundo de Pensão da Caixa Econômica Federal, Carlos Augusto Borges, e o ex-vice-presidente de Gestão de Ativos de Terceiros da Caixa Econômica Federal, Marcos Roberto Vasconcelos.
Envolvidos
Preso desde setembro do ano passado, o ex-ministro Geddel Vieira Lima é acusado de associação criminosa e lavagem de dinheiro, juntamente com seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima e o empresário Luiz Fernando Machado Costa Filho.
A mãe de Geddel , Marluce Quadros Vieira Lima, também é uma das denunciadas na investigação da PF que aponta para desvios na Caixa Econômica Federal.
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