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O Itaú Unibanco informou, na última segunda-feira (22), que ampliou seu portfólio de investimentos para clientes do varejo e do Uniclass, que agora passam a ter acesso a fundos de terceiros para aportes a partir de R$ 10. A expansão da plataforma de investimentos da instituição pode atingir em cheio as corretoras de valores brasileiras.

Em nota, o Itaú Unibanco disse que o objetivo da ampliação do portfólio de investimentos para clientes do varejo e do varejo de alta renda é “auxiliá-los na diversificação de seus investimentos” e “despertar o interesse [do cliente] em investir e fazer disso um hábito”. A contratação dos fundos de terceiros poderá ser feita pelos clientes do banco por meio do internet banking e do aplicativo da instituição.

Investimentos mais acessíveis

Segundo o diretor de Produtos de Investimentos do Itaú Unibanco, Claudio Sanches, a mudança faz parte da estratégia da instituição de tornar sua plataforma mais acessível a todos os tipos de clientes. “Muita gente acha que investir é arriscado, ou que é preciso ter muito dinheiro. Agora cada investidor pode optar por fundos alinhados às suas condições, necessidades e aos seus planos futuros”, disse.

De acordo com o Itau Unibanco, o novo formato permite aos clientes acessar fundos diferenciados ou com taxas de administração mais baixas sem a necessidade de realizar altos aportes já que, neste caso, a soma de valores já investidos em outros produtos – como CDBs, caderneta de poupança, previdência e outros fundos de investimento, por exemplo – será utilizada como referência para estas novas aplicações.

O volume global aplicado na instituição, portanto, garante ao cliente um ticket mais baixo para entrada em outros investimentos. Segundo o banco, existem fundos disponíveis para investimentos a partir de R$ 10.

Corretoras de valores

A nova estratégia do Itaú Unibanco – que visa atrair mais investidores para sua plataforma de investimento – poderá atingir em cheio as corretoras brasileiras, que até então se diferenciavam dos grandes bancos justamente por disponibilizarem aos seus clientes uma ampla diversidade de fundos de terceiros para investimento.

Com grandes instituições financeiras empenhadas em oferecer aos seus clientes um amplo portfólio de produtos de investimento, com custos operacionais semelhantes àqueles praticados em corretoras – acrescido de uma boa inteligência de administração e gestão de patrimônio dos seus clientes e um suporte satisfatório para os investidores, o papel de intermediadora desempenhado pelas corretoras de valores pode deixar de fazer sentido aos olhos dos investidores.

Além disso, com a oferta de novas opções de investimento, os bancos têm a seu favor o fator conveniência. Afinal de contas, se as instituições financeiras decidirem disponibilizar produtos, taxas e serviços idênticos àqueles oferecidos pelas corretoras aos seus clientes, qual seria o sentido de manter uma segunda conta aberta em corretora para investimentos?

A supremacia dos grandes bancos

A decisão do Itaú Unibanco de ampliar seu portfólio de investimentos e permitir aplicações em fundos de terceiros via aplicativo e internet banking mostra também a soberania das instituições financeiras no que se refere aos investimentos e produtos financeiros em geral e a fragilidade da estrutura e serviços oferecidos pelas corretoras e startups financeiras aos clientes.

Basta que os bancos tenham interesse em se equiparar a estas corretoras e fintechs – seja no quesito tecnologia ou oferta de produtos e serviços a taxas mais competitivas – que as mudanças são colocadas em prática, sem grandes dificuldades.

O anúncio do Itaú Unibanco, mais do que veicular as novidades envolvendo a oferta de novos investimentos aos seus clientes, chega para nos lembrar da imensa força destas instituições financeiras e do papel de protagonista que elas ainda exercem no mercado nacional.

 

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Sócia-fundadora e CEO da ABContent. Cursou Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, tem formação em Marketing e Pós-Graduação em Gestão de Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. Foi repórter, colunista e editora em diversos veículos de comunicação nas editorias de Economia, Negócios e Mercado de Capitais.

2 Comentários

  1. Este último trecho, referente à supremacia dos bancos, aliado à maior vantagem até então existente em aplicar o dinheiro na corretora não seriam razões suficientes para não optar por usar um banco como o Itaú para fazer investimentos? Tentando simplificar: será que não é do interesse coletivo não concentrar recursos numa instituição deste tamanho, por mais que ela ofereça meios de diversificação de investimentos?

    • Michael, a ideia do texto é justamente chamar atenção para a fragilidade dos modelos de negócio das corretoras – e, muitas vezes, das próprias fintechs – quando o banco decide equiparar seus serviços e produtos ao que está sendo oferecido no mercado. Podemos citar, por exemplo, a absorção de serviços de determinadas fintechs e corretoras por grandes instituições financeiras. O que chega ao mercado como uma cópia do que já existe é facilmente aprimorado e oferecido com benefícios e vantagens diversas; o que chega como inovação, em diversas situações, acaba sendo absorvido por estas instituições que possuem, de fato, uma estrutura muito maior para fazer todo o negócio girar.

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