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Queimadas assolam o noroeste do Brasil. No entanto, essas não se limitam ao nosso país; também ocorrendo na Bolívia e no Paraguai. Não se trata, portanto, de algo meramente político. Afinal, estamos falando da Bolívia governada pelo Evo Morales. O problema é maior e mais complexo do que gostaríamos que fosse.

Há, sim, uma mudança de paradigma no Brasil; mas não se trata de “querer desmatar”, como um amigo meu acusou há pouco nas redes sociais. A preocupação ambiental permanece. Mudou o entendimento de como o fazer.

Atividade Econômica com Preocupação Ambiental

A minha segunda coluna neste espaço tratou do tema. Lá, concluí o seguinte:

“Precisamos estar cientes de que: um agricultor, se não trabalhar para melhorar o solo que usa, é um péssimo agricultor; um minerador, se não trabalhar para reutilização dos rejeitos da mineração que faz, é um péssimo minerador; um lenhador, se não trabalhar para preservar as florestas de onde extrai o seu sustento, é um péssimo lenhador; etc. Isso vale para pessoas físicas e jurídicas.

O homem tem na natureza uma aliada. É necessário que a natureza tenha no homem um aliado também. Inexiste qualquer problema com a ação do homem na natureza desde que seja feita com respeito e com a devida contrapartida. O homem faz parte do meio ambiente, e quanto melhor estiver o meio ambiente, melhor também estará o homem agindo dentro desse.”

Noutras palavras, as atividades extrativistas e agrícolas não são necessariamente inimigas do meio-ambiente. Cortar árvores, extrair minerais do solo, semear culturas voltadas à produção agrícola, tais atividades e outras correlatas não são necessariamente crimes lesa-humanidade – muito antes pelo contrário.

Essas atividades econômicas não apenas geram riquezas que, ultimamente, beneficiam a sociedade como um todo, como são diretamente responsáveis pela redução do preço de diversos produtos, principalmente alimentícios. Se o pobre pode comer mais e melhor é porque o campo produz mais e melhor.

Portanto, é preciso diminuir a intensidade do debate e parar para pensar um pouco.

Interferência do Clima: as queimadas

Houve um aumento nas queimadas no noroeste do Brasil e nos lestes boliviano e paraguaio. Essa região, a qual fica no centro da América do Sul, está passando por um período de seca e de calor acima das respectivas médias históricas para esta época do ano. Não se trata de nenhuma novidade. Afinal, para que uma média seja média é necessário haver períodos acima da média intercalados com períodos abaixo da média.

No entanto, quando acontece essa combinação de seca com calor, acaba-se estabelecendo condições mais propícias para a ocorrência de queimadas (inclusive, naturais; e sim, essas existem) tanto em maior quantidade quanto em maior extensão. É o que se está observando.

No ano passado, aconteceu fenômeno similar no sudoeste americano. Os incêndios florestais na Califórnia e no Óregão foram enormes e de difícil controle devido à seca. Ninguém pode acusar os governos desses estados, entre os mais progressistas dos Estados Unidos, de serem lenientes nas ações de proteção ambiental. Tampouco creio que tenham sido fruto de ações propositadas para fins políticos.

Em suma, por debaixo da retórica política de jogar responsabilidades para o outro lado, o que está ocorrendo hoje por aqui é similar ao que se passou na América do Norte no ano passado: um acidente ambiental causado pela soma de queimadas e incêndios naturais que atingiram grandes proporções devido a fatores climáticos.

Compete aos governos brasileiro, boliviano, e paraguaio a árdua tarefa de lidar com tal fato.

O que os governos podem fazer?

Houve negligência por parte desses países? É provável. Prevenção, infelizmente, não é uma característica histórica das sociedades sul-americanas. Porém, eu não saberia ao certo se esse é efetivamente o caso. Se houve descaso ou não, se houve crime ou não, isso é algo para ver-se depois. Agora, é preciso descobrir se há ações que possam ser tomadas para reduzir-se o estrago.

FINALIZANDO

De qualquer sorte, independentemente do tamanho do desastre, o Brasil seguirá trabalhando para preservação de suas riquezas naturais. A diferença é que, agora, a perspectiva é de entender o ser humano como parte integrante do meio-ambiente. Não somos algo alheio a esse.

Nós interagimos uns com os outros e com a natureza; buscando uma harmonia e um equilíbrio.

O meio-ambiente será sempre um mistério para nós. Não há fórmula mágica para resolver essa situação. Nós fazemos política com a Natureza. Trata-se de um diálogo pelo qual “falamos” por nossas ações, e a Natureza responde como bem entende, na linguagem dela – a qual nós não compreendemos que uma parte.

Aquilo que precisa ficar claro é que para falarmos precisamos agir, e tal ação é um ato concreto que realiza na Natureza. Nós não temos a opção de não fazer nada. Agimos por necessidade.

A questão é como devemos agir para que o resultado seja um ganho para nós – o que implica um ganho para a Natureza; ou, na pior das hipóteses, uma perda menor.

É a partir desta perspectiva que o Brasil agora entende sua relação com o Meio-Ambiente.

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Mestre em Direito (UFRGS) e em Política (CUA, EUA), tendo escrito e apresentado trabalhos, no Brasil e no exterior, sobre os pensamentos de Eric Voegelin, Russell Kirk, e Platão, sobre a história política americana, e sobre direito internacional. Fez movimento estudantil de Direita quando a Direita brasileira toda entrava numa kombi e sobrava, e quase apanhou do ator Danny Glover em ação promovida pelo IL/RS num Fórum Social Mundial. Hoje é casado, pai de dois filhos, mora no interior do Rio Grande do Sul, na fronteira entre a civilização e a Argentina, joga rúgbi, administra a estância da família (Santo Antônio da Askatasuna), e só cria confusão pela internet.

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