Taxas de juros internas e externa, inflação, nível de desemprego, renda familiar, atratividade da economia nacional para investidores e políticas fiscal e monetária são apenas alguns dos fatores que interferem no mercado de câmbio.
Basta pegarmos como exemplo os efeitos da alta do dólar em nossa economia. O aumento do valor da moeda pode fazer com que a inflação cresça e o brasileiro perca seu poder de compra.
Para contornar situações como essa, o Banco Central (Bacen) precisa tomar algumas medidas. Entre elas, no que tange à valorização/desvalorização da moeda nacional, estão as políticas cambiais. Existem três: câmbio fixo, banda cambial e câmbio flutuante.
Cada uma delas refere-se a um regime cambial com características próprias. Para saber mais, confira este artigo.
O que é câmbio fixo?
No câmbio fixo o valor da moeda estrangeira é travado pelo governo. Como o nome sugere, trata-se de um regime cambial que define um valor fixo para a moeda. Ou seja, o governo estabelece que o câmbio estará ancorado a uma moeda estrangeira e que existirá uma paridade pré-estabelecida.
Foi o que fez, por exemplo, a Argentina no final da década de 1990, quando definiu que 1 peso argentino valeria 1 dólar, independentemente do que acontecesse. Além do país vizinho, aqui no Brasil também tivemos a adoção desse regime cambial entre 1994 e 1998.
O câmbio fixo é adotado como medida de controle inflacionário em países com economia subdesenvolvida. Perceba que, ao definir a paridade (por exemplo, 1 dólar é igual a 2 reais), a mesma é artificial, isto é, não reflete a real situação econômica do país.
Vantagens e desvantagens do câmbio fixo
Uma taxa de câmbio fixa fornece estabilidade cambial (por isso, é considerada como uma medida anti-inflacionária). Como os investidores estrangeiros sabem quanto vale a moeda, os negócios do país tendem a tornarem-se atraentes.
Dessa maneira, os investidores não precisam preocupar-se em proteger-se de oscilações violentas no valor da moeda, pois estão protegendo seu risco cambial.
No entanto, uma taxa de câmbio fixa pode ser cara de manter. Pense o seguinte: o que acontece no mundo exterior impacta na economia interna de um país.
Quando o câmbio fixo é definido, significa que, aconteça o que acontecer, o governo precisa manterá a paridade que estabeleceu. Para manter o valor, o governo precisará gastar dinheiro de suas reservas, tornando a economia do país mais sensível às ameaças externas.
O que é banda cambial?
A banda cambial é o regime cambial no qual a autoridade monetária do país (no Brasil é o Banco Central) define os limites de flutuação da moeda. Assim como no câmbio fixo, a banda cambial também é um instrumento artificial de câmbio.
Toda vez que as taxas de câmbio saírem dos limites de valor mínimo e máximo estabelecidos, o Banco Central precisa intervir. Nesse caso, sua atuação será a de comprar ou vender a moeda estrangeira.
Por exemplo, suponha que o Bacen tenha determinado que os limites mínimos e máximos de variação do dólar sejam, respectivamente, de R$ 3,70 e R$ 4,10. Sempre que o valor da moeda chegar a R$ 3,70, o Banco Central terá que comprar dólares para que o preço não caia. Por outro lado, quando a moeda atingir o valor máximo, o Bacen terá que vendê-la.
Isso significa que o governo terá que gastar ou aumentar a reserva internacional a fim de atender às oscilações mínima e máxima definidas.
A banda cambial foi a política adotada na década de 1970 pelo Sistema Monetário Europeu, quando a maioria dos países da Comunidade Econômica Europeia decidiram ligar suas moedas para evitar grandes flutuações de taxa de câmbio entre elas.
Vantagens e desvantagens da banda cambial
Como na banda cambial os limites de variação da moeda são previamente definidos, uma de suas vantagens é a previsibilidade da medida ao mercado financeiro. Além disso, as oscilações da moeda são periodicamente revistas conforme a situação econômica interna e externa.
Como ponto negativo deste aspecto cambial está o fato de que a medida é artificial, o que significa que pode prejudicar os agente econômicos nacionais.
O que é câmbio flutuante?
O câmbio flutuante é determinado através da relação entre oferta e demanda, isto é, o governo deixa as moedas oscilarem livremente – podendo fazer, quando necessário, pequenas intervenções pontuais (comprando ou vendendo papel/moeda). É o tipo de política cambial adotado atualmente pelo nosso país.
Perceba que diferentemente do câmbio fixo e da banda cambial, o câmbio flutuante é o regime cambial que mais reflete a realidade do valor de uma moeda, uma vez que ele não trata de um valor artificial.
Como o governo interfere muito pouco nas variações da moeda, toda vez que o câmbio dispara, ele toma outras medidas para controle inflacionário (como mudanças na taxa Selic), não havendo a necessidade de intervenção no câmbio artificialmente.
Vantagens e desvantagens do câmbio flutuante
Dentre os pontos positivos está o fato de que o governo não precisa gastar reservas para manter as cotações. Isto é, ele não precisa artificializar a diferença cambial.
Como neste tipo de regime cambial as moedas mudam de valor diariamente, o câmbio flutuante traz um certo elemento de incerteza no comércio, o que pode ser um aspecto negativo. Além disso, como desvantagem temos ainda que taxas de câmbio flutuantes são altamente voláteis.
Concluindo
Câmbio fixo, banda cambial e câmbio flutuante são os três tipos de regime cambial existentes, sendo que:
- No câmbio fixo o governo atua diretamente para garantir a paridade pré-estabelecida;
- Na banda cambial o governo faz intervenções nas pontas da banda (comprando ou vendendo moeda/papel para garantir a oscilação dentro dos limites mínimo e máximo);
- No câmbio flutuante o mercado atua livremente.
Conforme mostramos, nos dois primeiros o câmbio é artificial. Portanto, o país acaba ficando com uma realidade muito artificial, fator que pode trazer uma certa insegurança.
Por outro lado, às vezes é preciso controlar artificialmente o câmbio como medida anti-inflacionária e para aumentar a produção industrial no Brasil.
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