As operações financeiras contam com diversas taxas e referências que afetam o seu bolso. Por esse motivo, é importante conhecer os principais conceitos desse ambiente, como o de spread bancário. Você sabe o que ele significa?
Entender o que ele representa ajuda a tomar decisões relacionadas ao crédito e aos investimentos. Assim, você tem condições de avaliar quais operações são mais vantajosas para as suas necessidades financeiras, além de ser uma forma de entender as movimentações da economia brasileira.
Continue a leitura para saber mais sobre o spread bancário e como ele impacta as suas finanças!
O que é spread bancário?
O termo spread vem da língua inglesa e pode ser traduzido como “aumentar a distância”. No mercado, ele representa a diferença entre o preço de compra e de venda de um item.
O spread é utilizado em diversos segmentos, funcionando como uma referência para avaliar a diferença entre os montantes pagos e recebidos posteriormente. Nesse sentido, o spread bancário consiste na diferença entre as taxas que os bancos cobram e aquelas que eles pagam ao captar recursos.
Considere que a renda fixa conta com alternativas emitidas por bancos, que têm como função arrecadar capital para as suas atividades. As instituições pagam uma taxa para essa operação, que é revertida para o investidor.
Do mesmo modo, esses bancos oferecem empréstimos, financiamentos e outras formas de crédito aos seus clientes, recebendo deles uma taxa de juros. Portanto, o spread é a diferença entre a taxa que a instituição pagou nas aplicações financeiras e os juros que ela cobrou dos seus clientes.
Como esse conceito funciona?
Agora que você já sabe o que é o spread bancário, é necessário entender como ele funciona no Brasil. Em um ranking de 2020, o país ficou em segundo lugar com o maior spread bancário do mundo — atrás apenas de Madagascar.
Isso significa que o crédito brasileiro é mais caro do que a média do mundo. No Brasil, os juros são de aproximadamente 26 pontos percentuais a mais do que a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia. A média dos países emergentes é de 6 pontos acima da taxa básica.
Um dos fatores que contribui para esse custo elevado é a inadimplência. O alto risco de crédito eleva os seus custos ao cliente para evitar que as instituições tenham prejuízo. Outro desafio desse mercado é a concentração bancária, que reduz a competição e afeta as condições oferecidas aos consumidores.
Assim, é relevante entender essa diferença de valores. Existe uma fórmula para calcular o spread bancário:
spread bancário = taxa de aplicação – taxa de captação
Para ficar mais fácil de entender, imagine que um banco emitiu um CDB (certificado de depósito bancário) oferecendo uma remuneração de 5% ao ano ao investidor. Essa mesma instituição oferece um crédito aos seus clientes com a taxa de 10% ao ano, utilizando o dinheiro obtido com o CDB.
Nesse caso, o cálculo ficaria assim:
- spread bancário = 10 – 5
- spread bancário = 5%
Portanto, o spread bancário é de 5%, consistindo na remuneração que o banco adquiriu com a operação. Vale destacar que esse percentual engloba os lucros, mas também outros custos da instituição.
Como o spread afeta seu bolso?
Como você viu, o spread bancário se relaciona com as operações de crédito e com alguns investimentos. Desse modo, ele pode impactar as suas finanças pessoais.
Esse custo afeta os juros para empréstimos pessoais e financiamentos. Um spread alto significa que os consumidores tenderão a pagar mais taxas sobre o valor obtido. Similarmente, ele pode restringir o acesso ao crédito, fazendo com que os bancos tenham requisitos mais rígidos para a concessão.
Como as taxas tendem a acompanhar a Selic, elas também podem se refletir na rentabilidade dos investimentos, especialmente na renda fixa. Assim, alternativas relacionadas à taxa básica de juros costumam ter variações semelhantes às do spread bancário, porém, em um patamar mais baixo.
Como foi possível aprender, o spread não se restringe às atividades bancárias, sendo uma referência para outras áreas, inclusive o mercado de investimentos Nesse contexto, ele representa a diferença de preço de compra e de venda de uma alternativa.
Esse tipo de avaliação é mais comum na renda variável, em que uma das estratégias é comprar um ativo por um preço baixo e vender por uma quantia mais elevada, lucrando na operação. Na renda fixa, o spread financeiro pode ser utilizado para comparar a taxa de rendimento entre as aplicações.
Como reduzir esse impacto na sua rotina?
Após saber como o spread bancário pode impactar as suas finanças, também é relevante conhecer formas de reduzir essa influência e preservar o seu dinheiro.
Acompanhe!
Compare as taxas de diferentes bancos
Apesar de haver uma média nas cobranças bancárias, as taxas podem variar entre as instituições. Assim, para evitar gastar mais do que precisa na hora de obter crédito, é fundamental comparar as taxas e as condições dos bancos.
Verifique diferentes modalidades de crédito
Além das variações entre os bancos, pode haver diferenças entre as alternativas de crédito que a mesma instituição oferece. As garantias oferecidas, a quantidade de parcelas e outros fatores afetam o custo da transação. Portanto, esses elementos devem fazer parte do seu estudo na hora de escolher um empréstimo ou financiamento.
Tenha um bom histórico financeiro
Dentre os critérios que impactam o custo do crédito está o seu histórico financeiro. Isso porque um dos elementos considerados na hora de conceder o dinheiro — e que compõe o spread bancário — é o risco de crédito.
Portanto, com um bom histórico, a tendência é que você consiga melhores taxas e condições na solicitação. Nesse sentido, vale evitar o endividamento excessivo e pagar as dívidas dentro do prazo para minimizar o impacto das altas taxas de juros.
Faça uma reserva de emergência
Por fim, fazer uma reserva de emergência contribui com a proteção das finanças e pode evitar a exposição ao spread bancário. Essa quantia atua como uma rede de segurança financeira, permitindo enfrentar imprevistos, como emergências médicas ou perda de emprego, sem recorrer a empréstimos.
Dessa forma, a reserva de emergência ajuda a manter a estabilidade financeira, prevenindo a acumulação de dívidas. Ela deve corresponder a, pelo menos, seis meses do seu custo de vida.
Neste artigo, você conheceu o spread bancário, como ele funciona e de que forma ele pode afetar as suas finanças. Para evitar ter o seu dinheiro consumido por esses custos, é importante adotar as estratégias que você aprendeu.
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