Uma das maiores dúvidas da maioria das pessoas é sobre aluguel ou casa própria: como escolher o melhor caminho? Não é para menos, pois essa costuma ser uma das decisões mais importantes da vida de alguém. Afinal, trata-se de comprar um imóvel, um bem que não costuma ser adquirido ou vendido com a mesma facilidade de um carro, por exemplo.
Só que, quem busca além do óbvio, sabe que essa decisão não está apenas na questão básica: “pagar algo que não é seu”. Na verdade, na hora da decisão, são muitos fatores que você precisa levar em consideração para que a escolha seja a mais acertada para o seu momento de vida.
Se você veio aqui atrás de respostas, prepare-se, pois no artigo de hoje vamos mergulhar um pouco mais fundo para ajudar você a se decidir entre a compra ou a locação. Vamos lá?
Aluguel ou casa própria: o que levar em consideração
A primeira pergunta que você deve se fazer antes de tomar uma decisão é: qual o seu momento de vida? É preciso saber o que você está vivendo agora e quais as perspectivas. Uma decisão precisa levar em consideração, não apenas os aspectos financeiros, mas também fatores pessoais e profissionais que entram em jogo.
Se você está, por exemplo, buscando crescimento numa empresa com escritórios em diversos estados ou países, esse pode não ser o momento mais adequado para escolher onde quer fincar raízes. O momento, pelo contrário, pode ser de buscar perspectivas para onde você poderia ir (ou voltar).
No campo pessoal, você também precisa levar em consideração o que pretende para os próximos anos: casar, ter filhos, um animal de estimação… pode parecer bobeira, mas essa decisão pode se tornar uma enorme frustração se você escolhe comprar um apartamento de dois quartos e tem o sonho de ter três filhos.
Já o financeiro, quando bem calculado, pode ser o elemento-surpresa. Conforme veremos a seguir, quando existe um forte planejamento, o aluguel pode te dar muito mais liberdade e margem para investir e aumentar o seu patrimônio financeiro.
Vantagens do aluguel
Sim, elas existem. E não são poucas. Sabemos que o sonho da casa própria é compartilhado por uma grande (!) parcela da população, mas vamos desconstruir um pouco esse mito.
Na verdade, casa própria tem um sentido muito forte de fincar raízes, de ter “o seu pedaço de chão”. Esse apelo emocional (não necessariamente racional) tem sido muito valorizado para aumentar as vendas no setor imobiliário. E nada contra a compra, mas é preciso saber que existe um enorme universo lá fora.
Se você tem R$ 500 mil guardados, por exemplo, e tem a opção de investir em um investimento com rentabilidade de 0,5% ao mês, isso significa que você poderia obter uma rentabilidade média de R$ 2,5 mil mensais. Com essa rentabilidade, existe a possibilidade de alugar um imóvel similar ao que poderia ser comprado por R$ 500 mil pelo montante e, se sobrar algum dinheiro, ainda reinvestir o restante.
O aluguel ainda te permite corrigir erros com muito mais facilidade. Se você aluga uma casa e, depois de um tempo, percebe algum erro estrutural ou a necessidade de reparos constates (dores de cabeça de qualquer pessoa), pode terminar o contrato e encontrar algo melhor com muito mais facilidade.
É claro que existe o mantra: “pagar aluguel é jogar dinheiro fora”. Mas existem outros fatos que precisam ser considerados. Quem financia um imóvel deveria lembrar também que “pagar juros também é jogar dinheiro fora”. E no Brasil, alugar dinheiro (empréstimo) custa mais caro do que alugar imóvel. Bizarro! Mas é verdade. Também é jogar dinheiro não se atentar ao custo de oportunidade do dinheiro aplicado.
Vantagens da compra
A palavra de ordem aqui é a estabilidade. Ter o seu imóvel significa que você não precisa ter problemas com o proprietário solicitando o imóvel de volta (direito dele a qualquer tempo) ou de renegociação de contratos de locação a cada término da vigência.
Se você, por exemplo, já tem a sua família (companheiro, filhos), o imóvel é uma das melhores opções para se ter como bem para as futuras gerações. Dependendo do imóvel e da localização, a valorização através dos anos pode ser interessante. É preciso apenas cuidado e pesquisa para escolher bem a localização, o empreendimento ou o tipo de imóvel a ser construído.
Outro ponto a favor da compra da casa própria é que o imóvel é também um investimento, ou seja, pode se transformar em dinheiro caso seja necessário. Certamente existe uma grande desvantagem que é a menor liquidez, o que pode forçá-lo a vender abaixo do preço se você estiver numa urgência.
Em tempos de incerteza financeira, no entanto, seu imóvel pode entrar em cena para te tirar do aperto. Você pode colocá-lo à venda, alugar (e alugar outro imóvel para você com valor menor) ou ainda utilizá-lo como garantia em empréstimos com menores taxas. O ideal, no entanto, é sempre ter uma reserva financeira para estes momentos emergenciais.
E ainda em favor da casa própria, voltamos aqui com a questão emocional: ter o seu espaço é sim um fator que traz muito mais segurança, até para procurar outros investimentos que compensem as perdas com juros e afins.
Momento de vida: um fator decisivo
Agora que ambos os lados foram colocados, é preciso que você os coloque sob a sua perspectiva de vida. No caso de ter um cônjuge, filhos ou familiares morando com você, estenda a discussão também a eles. É apenas a partir desse consenso que será possível fazer uma tomada de decisão sadia.
Os sonhos também entram aqui como parte desse fator de decisão. Se você pretende ir para outro lugar para morar, alugue para concentrar os esforços em atingir essa meta e, quem sabe, comprar nesse novo lugar.
Mas, às vezes, adquirir um imóvel é o seu sonho. Nesse caso, o mais importante é se planejar para que esse seja o melhor investimento possível para o seu bolso e para os seus planos de vida. E ponto final.
Cada caminho acarreta em escolhas diferentes. O principal para você, seja aluguel ou casa própria, é ter metas e objetivos na sua vida, a curto, médio e longo prazo. A partir delas e de uma boa base de conhecimento, seja qual for a sua decisão, ela com certeza será muito melhor do que um tiro no escuro.
Por isso, leia, pesquise, pergunte e compare. Deixe de lado as noções pré-concebidas (que, como vimos por aqui, podem ser facilmente derrubadas) e tome a melhor decisão sobre aluguel ou casa própria com base nos seus sonhos, nos seus objetivos e no seu planejamento de vida!
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Artigo publicado em 06/10/2016. Atualizado em 17/04/2019.
5 Comentários
Parabéns Bona! Seus vídeos me abriram a cabeça em relação ao tema investimentos.
Em relação ao assunto levantado pelos colegas tenho alguns motivos para preferir o aluguel:
– Se o valor do aluguel do imóvel sobe a cada ano, o valor de entrada e os aportes mensais, quando aplicados, serão rentabilizados mensalmente (juros sobre juros). Se a aplicação for boa (uns 0,9 am (sem considerar IR), por exemplo, o aluguel pode valer mais a pena. Lembrando que para morar de aluguel o custo médio é cerca de 5% do valor do imóvel, já para comprar esse mesmo imóvel, financiado, o custo mensal deve ser bem maior. Mas isso só tem fundamento se a pessoa investir mensalmente a diferença entre o valor das mensalidades que pagaria em um financiamento e o valor do aluguel.
Georgina, estou na mesma situação. A parcela do financiamento é muito similar a do aluguel, isso sem considerar que ele irá cair. Acho que talvez seja uma boa opção para nós.
Bona,
Parabéns pelo excelente trabalho! Obrigada!
A minha dúvida é a seguinte: como inserir no cálculo comparativo (se opto pelo financiamento ou pelo aluguel + investimento) o reajuste anual do aluguel??
Nas simulações que fiz, a diferença entre o aluguel e a parcela de financiamento não foi muito grande, em torno de R$ 300. Assim, provavelmente, em 4 anos, o valor do aluguel ultrapassaria a própria mensalidade do financiamento (que é fixa).
Então, como considerar esse aspecto para avaliar se, de fato, é melhor financiar ou alugar + investir??
Muito obrigada, desde já!
Muito bacana!!
Oi, André!
O primeiro exemplo que você citou foi exatamente o que fiz: vendi minha casa e investi todo o dinheiro, usando o rendimento para o pagamento de aluguel.
Isso já me rendeu uma mudança para uma segunda casa, com mais espaço que a anteriormente alugada, e meu dinheirinho continua lá rendendo.
Essa liberdade de poder ir para aonde se quer é fascinante, além de ver seu patrimônio crescer.
Excelente matéria !
Um abraço