O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir, na última quarta-feira (6), a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,50 ponto percentual, partindo de 7,5% para 7% ao ano. Com o novo corte, a Selic cai para o menor patamar da história.
A redução da taxa básica de juros chega em linha com as projeções do mercado e com a situação atual da economia, que ainda caminha a passos lentos para se estabilizar após anos de forte recessão. Em comunicado divulgado na tarde de ontem, o Comitê informou que a “evolução do cenário básico, em linha com o esperado, e o estágio do ciclo de flexibilização tornaram adequada a redução da taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual”.
Com a redução da última quarta-feira – que foi unânime entre os técnicos do Banco Central, a Selic alcança o menor patamar desde o início da série histórica do Copom, que teve início em junho de 1996. O atual ciclo de reduções dos juros, no entanto, pode ainda não ter se encerrado.
Projeções para 2018 e 2019
Após o décimo corte consecutivo da Selic, que caiu de 14,25% ao ano em outubro de 2016 para 7% ao ano em dezembro de 2017, a expectativa do mercado é de um novo corte na taxa básica de juros no início de 2018.
De acordo com o último relatório Focus, divulgado na última segunda-feira (4) pelo Banco Central, os principais analistas do mercado projetam uma redução de 0,25 ponto percentual na reunião do Copom em fevereiro, o que levaria a Selic a 6,75%ao ano.
O ciclo de cortes da Selic, no entanto, pode ser finalizado ainda no começo de 2018. É o que esperam os economistas consultados pela pesquisa Focus, que preveem alta dos juros em algum momento no próximo ano – principalmente por conta das eleições presidenciais, e movimento ascendente para a Selic também em 2019.
O documento divulgado pelo Banco Central após a reunião do Copom também corrobora com as projeções de aumento progressivo, mas moderado, da Selic nos próximos anos. Na declaração, o Banco Central atualizou suas projeções para a inflação, alterando a projeção do IPCA para 2017, 2018 e 2019.
De acordo com o BC, o Índice de Preços ao Consumidor encerraria 2017 em 2,9% – ante uma expectativa anterior de 3,3%, ficaria em 4,2% em 2018 – ante projeções de 4,3%, e permaneceria no mesmo patamar de 4,2% em 2019. Neste cenário, é possível considerar a Selic no patamar de 7% em 2018 e em 8% no ano seguinte.
Onde investir em tempos de Selic em queda?
Os títulos públicos e privados prefixados, como o Tesouro Prefixado (LNT), Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), etc, podem ser boas opções para investimento em tempos de queda na taxa de juros. CDBs de bancos menores – que oferecem opção de alto retorno do investimento e que são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) – e ativos indexados à Selic também são interessantes para compor a carteira.
Já no mercado de ações, ativos ligados à infraestrutura em geral e de varejo, como ativos de construtoras e de empresas ligadas à concessão de rodovias, administradoras de shoppings centers, companhias de vestuário e bebidas, entre outras,podem valer a pena no médio e longo prazo. Apesar de mais arriscadas, as debêntures também podem se tornar opções de investimento interessantes para investidores com maior apetite ao risco.
1 comentário
@pergunteaobona Bona, apesar da taxa Selic estar em queda, os juros futuros têm apresentado um movimento contrário, com forte elevação nas últimas semanas, que não é compatível com o corte da Selic. Seria um desconforto do mercado em relação às notícias sobre a reforma da Previdência? Quais são os impactos para a economia caso essa alta dos juros futuros persista nos próximos meses? Quais são os impactos para os investimentos? Que cuidados devemos ter, já que os analistas se mostram bastante otimistas em relação à renda variável com a queda da Selic? Poucos analistas estão falando sobre essa alta dos juros futuros. Esse movimento não é relevante?