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Você já se perguntou qual o melhor investimento: CDB ou poupança? Ao pensar em investir em uma aplicação de renda fixa e de baixo risco é comum ficar indeciso entre o certificado de depósito bancário (CDB) e a caderneta de poupança.

O mercado dos investimentos pode ser bastante complexo em relação às diversas alternativas disponíveis. Então é essencial que você tenha um conhecimento amplo sobre o assunto para conseguir fazer escolhas que façam sentido para suas características e necessidades.

Quer aprender as vantagens de cada aplicação e ver como escolher entre o CDB ou poupança? Então continue a leitura e conheça os principais pontos sobre o assunto!

O que é CDB?

O CDB é um título de renda fixa que os bancos emitem para captar dinheiro e financiar suas atividades. Logo, ele funciona como um empréstimo do investidor à instituição financeira emissora. Assim, há uma relação de crédito entre investidor e emissor.

Em troca, a instituição bancária remunera os detentores dos títulos com juros. Eles determinam a rentabilidade da aplicação, variando de acordo com cada aplicação e as regras estipuladas previamente.

Vale ressaltar que os títulos de renda fixa são investimentos previsíveis. Afinal, os investidores sabem qual será a rentabilidade ou, pelo menos, a sua lógica de cálculo no momento do aporte. Nesse sentido, existem três tipos de rentabilidade:

  • rentabilidade prefixada: é a mais previsível, pois é definida como um percentual anual sobre o valor investido. Por exemplo: 13% ao ano;
  • rentabilidade pós-fixada: segue um índice financeiro previamente definido. Por exemplo: 100% do CDI (Certificado de Depósitos Interbancários) — ele é utilizado para empréstimos de curto prazo entre instituições bancárias e seu valor é bem próximo ao da taxa Selic;
  • rentabilidade híbrida: apresenta características dos dois tipos anteriores. Assim, ela segue um índice (geralmente a inflação) acrescido de uma taxa prefixada.

O que é poupança?

A caderneta de poupança é o investimento mais popular entre os brasileiros. Isso se deve, especialmente, à praticidade que ela proporciona. Afinal, ela funciona como uma espécie de conta corrente remunerada, sendo simples fazer transferências, saques e até compras com cartão de débito.

O baixo risco é outra vantagem que os brasileiros observam na poupança. Contudo, ela vem perdendo espaço no mercado de maneira gradual. A queda no interesse se dá, principalmente, pela rentabilidade limitada — que é atrelada à taxa Selic e se dá apenas a cada 30 dias.

Por conta do aumento da oferta de novos produtos de renda fixa, é possível encontrar alternativas tão seguras quanto a caderneta, ao mesmo tempo em que são mais rentáveis. Assim, apesar de a poupança ser um tipo de investimento financeiro, muitas pessoas não a consideram uma aplicação interessante.

Com isso, a popularidade da caderneta tende a cair entre os brasileiros, enquanto outros investimentos ganham mais destaque. É o caso do próprio CDB e de outras opções acessíveis da renda fixa.

Entretanto, para conseguir tomar decisões mais acertadas, é fundamental conhecer os pontos importantes sobre o funcionamento dessas aplicações.

Quanto rende o CDB e a poupança?

Agora que você já sabe o que é o CDB e a poupança, pode conhecer mais sobre uma das características mais importantes para os investidores: a rentabilidade. Confira!

CDB

O rendimento do CDB varia de acordo com a taxa determinada pela instituição bancária que oferece o investimento. Assim, existem diferentes títulos — com prazos e formas de remuneração variadas. E a taxa de juros oferecida pode ter relação com muitos aspectos.

Por exemplo, normalmente, quanto maior a duração da aplicação, maior é a rentabilidade oferecida pela instituição financeira. Afinal, você precisará deixar os recursos aportados por mais tempo. Ademais, bancos menores também tendem a oferecer mais juros para atrair investidores.

Como você entendeu acerca das formas de rentabilidade, é possível escolher entre títulos prefixados, pós-fixados e híbridos. O primeiro tipo tem a vantagem de saber quanto exatamente a aplicação renderá até o vencimento, aumentando a previsibilidade.

No entanto, mudanças na economia podem fazer a taxa do título prefixado se tornar menos vantajosa com o tempo. Já os títulos pós-fixados oferecem a vantagem de acompanhar o mercado. Se a taxa Selic subir ou cair, a rentabilidade da aplicação também mudará.

Por fim, uma das vantagens dos títulos híbridos é proteger o dinheiro contra a inflação. Desse modo, para objetivos de médio ou longo prazo, CDBs com essa forma de rentabilidade podem ser úteis e trazer mais segurança diante de imprevisibilidades da economia.

Ao entender todos esses pontos, cabe a você escolher os títulos mais adequados à sua estratégia. Para ter uma ideia da rentabilidade final, é possível utilizar a Calculadora do Cidadão. Ela é uma ferramenta gratuita disponibilizada pelo Banco Central e permite fazer diversas simulações.

Poupança

Como você já viu, a rentabilidade da poupança está atrelada à taxa Selic. Desde 2012, existem duas formas de cálculo da renda da caderneta. Funciona dessa maneira:

  • se a taxa Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança terá uma rentabilidade de 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR);
  • se a taxa Selic estiver acima de 8,5%, a poupança terá uma rentabilidade de 0,5% ao mês mais a TR.

Vale ressaltar que a TR é uma taxa calculada pelo Banco Central e que apresenta resultados nulos desde o final do ano de 2017. Em janeiro de 2022 ela saiu do zero pela primeira vez em 4 anos, mas ainda ficou abaixo de 1%.

Portanto, na prática, até o momento a poupança pode ter uma rentabilidade máxima de cerca de 6% ao ano, considerando períodos de alta da Selic. Esse é um percentual bem pequeno comparado ao que se oferece de juros no CDB e outras aplicações disponíveis no mercado.

A Calculadora do Cidadão também pode ser utilizada para calcular o histórico de rendimento da poupança. Nela, você pode consultar rendimentos entre quaisquer períodos e ver que TR costuma não ter grandes impactos nos rendimentos obtidos.

Quais as vantagens de cada aplicação?

Conhecendo as características do CDB e da poupança, é possível entender melhor as vantagens de cada alternativa. Confira a seguir os principais benefícios de ambas as aplicações!

CDB

O CDB possui algumas vantagens quando o assunto é identificar o melhor investimento entre CDB ou poupança. Entre elas está a diversidade de títulos. Afinal, a poupança tem a mesma rentabilidade e condições em todos os bancos.

Já os CDBs podem ser muito diferentes em termos de prazo, rendimentos e liquidez, de acordo com cada emissor. Logo, é mais fácil avaliar as diversas opções e encontrar as que melhor se enquadram nos seus planos como investidor.

Outra vantagem importante do CDB é a sua rentabilidade. Em geral, os certificados de depósito bancários têm rendimentos acima da rentabilidade da poupança, principalmente em caso de investimentos de longo prazo.

Em relação à segurança, vale saber que tanto o CDB quanto a poupança têm a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Ele é uma associação não governamental cujo objetivo é proteger os investidores caso o emissor do título não honre suas obrigações do pagamento.

Desse modo, o FGC garante o ressarcimento de valores de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. Ainda, há um limite global de R$ 1 milhão por CPF, que se renova a cada 4 anos. Então é possível usar essa cobertura em títulos de emissores diferentes, caso necessário.

Poupança

A facilidade de investimento e a rapidez da aplicação e do resgate é uma das maiores vantagens da poupança. Apesar de outros títulos serem de fácil acesso, a caderneta ainda pode ser considerada a mais prática.

Você pode fazer um depósito hoje, por exemplo, e o dinheiro cairá imediatamente em sua conta do banco. Da mesma forma, em caso de necessidade de resgate, o dinheiro pode ser sacado ou transferido a qualquer momento — ou até usado em compras no débito.

A liquidez alta também pode destacar a poupança em relação a CDBs. Isso porque, embora existam títulos com liquidez diária, muitos certificados só permitem o resgate na data de vencimento. Nessas situações, é possível vender o título no mercado secundário, mas isso pode trazer perdas.

Outra vantagem é a abertura simples da conta poupança. Muitas vezes, ela é integrada à conta corrente e tem abertura automática quando você é cliente de um banco. Além disso, os rendimentos da caderneta são isentos de Imposto de Renda.

E quais são as desvantagens?

Depois de conhecer os principais benefícios do CDB e da poupança, vale a pena entender quais são as desvantagens de cada alternativa. Veja só:

CDB

Apesar de possuir vantagens em relação à poupança, existem algumas desvantagens relacionadas ao CDB. A primeira trata da cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre o investimento. A alíquota varia de acordo com uma tabela regressiva, conforme o tempo de aplicação.

Confira a tabela:

Prazo Alíquota
Até 180 dias 22,5%
De 181 a 365 dias 20%
De 365 a 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15%

 

O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) também pode ser uma desvantagem para quem quer investir em CDB. Quando o título é resgatado em um período inferior a 30 dias, há a aplicação das alíquotas sobre a rentabilidade. Depois desse prazo, o imposto zera.

Veja como funciona:

Prazo IOF Prazo IOF
1 96% 16 46%
2 93% 17 43%
3 90% 18 40%
4 86% 19 36%
5 83% 20 33%
6 80% 21 30%
7 76% 22 26%
8 73% 23 23%
9 70% 24 20%
10 66% 25 16%
11 63% 26 13%
12 60% 27 10%
13 56% 28 6%
14 53% 29 3%
15 50% 30 0%

Poupança

Existem muitas desvantagens associadas à poupança. A principal delas é o baixo rendimento — que faz a caderneta perder para a maioria dos investimentos em renda fixa. Dessa maneira, mesmo sendo uma forma prática de investir, ela pode não trazer um retorno satisfatório.

Por conta disso, sempre existe a possibilidade de que a valorização do seu investimento na poupança seja inferior à inflação oficial. Quando essa realidade ocorre, o dinheiro investido perde o poder de compra ao longo do tempo.

Além disso, mesmo com a alta liquidez, vale lembrar que a remuneração da poupança só ocorre mensalmente. Ou seja, caso resgate o dinheiro antes do período de aniversário, você não receberá o rendimento dos últimos dias.

Quais são os outros investimentos em renda fixa?

Você já deve ter percebido que, na batalha entre CDB ou poupança, geralmente valerá a pena buscar por investimentos em CDB. Mas também existem outras aplicações de renda fixa que podem ser interessantes para compor sua carteira.

As alternativas mais populares são os títulos públicos do Tesouro Direto. Existe também a LCI (letra de crédito imobiliário) e a LCA (letra de crédito do agronegócio) que, assim como a poupança, são isentas do Imposto de Renda.

Qual é a melhor opção entre as alternativas?

Como você percebeu, tanto a poupança quanto o CDB trazem vantagens e desvantagens para os investidores. Logo, a decisão de investimento deve se basear em seu perfil de investidor e em seus objetivos financeiros.

No entanto, de forma geral, o CDB será mais interessante em relação à poupança. Isso ocorre porque, mesmo com a cobrança de IR, a rentabilidade costuma ser superior à da caderneta. Além disso, ele é seguro e há alternativas com liquidez diária, trazendo facilidade de resgate se necessário.

Mas lembre-se de que existem diversos títulos no mercado. Logo, é essencial avaliar os CDBs e comparar rentabilidades, prazos e outras condições da aplicação. Assim, você pode identificar as alternativas que fazem sentido para suas necessidades.

Fique atento, ainda, às outras possibilidades — tanto de renda fixa quanto de renda variável. Afinal, você não precisa se limitar a escolher entre CDB ou poupança. É possível conhecer alternativas do mercado financeiro e compor uma carteira diversificada, de acordo com suas preferências.

Conclusão

Agora você conhece as características e principais vantagens do CDB ou da poupança! Assim fica mais fácil identificar qual é o melhor investimento entre eles de acordo com seu caso, não é mesmo? Então considere essas informações para tomar decisões alinhadas à sua estratégia.

Ademais, nunca se esqueça de se manter informado sobre o mercado financeiro. Pesquise, pergunte para quem conhece, estude e prepare-se para investir melhor e evitar erros na hora de cuidar do seu dinheiro.

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