Infelizmente, a maioria das pessoas gasta mais do que deveria. Um dos motivos para isso é porque não tivemos educação financeira e passamos a nos preocupar com finanças somente quando crescemos.
Outras vezes, nossos sentimentos nos atraem para compras por impulso. Há ainda aquelas ocasiões em que queremos sempre mais. Se compramos uma TV, queremos um home theater. Então, queremos um sofá mais confortável para podermos assistir aos filmes e seriados mais relaxadamente. Com TV, home theater e sofá, por que não uma pipoqueira?
O exemplo pode parecer forçado, mas, acredite, ele faz todo o sentido nas vidas da maioria de nós. Somos, de modo geral, eternos insatisfeitos. E essa insatisfação acaba refletindo no nosso orçamento doméstico, que não consegue atender a todos os nossos caprichos.
A necessidade de querermos sempre mais, mesmo que não precisemos, tem um nome: Efeito Diderot.
O que é o Efeito Diderot?
O Efeito Diderot descreve o fato de que, quando compramos algo novo, às vezes acabamos substituindo nossos antigos pertences por itens que correspondem ao novo item. Por exemplo, se você comprar uma camisa nova, poderá sentir a necessidade de comprar novas calças para combinar. Talvez, queira comprar um novo par de sapatos e jaqueta.
O Efeito Diderot é frequentemente mencionado junto com as razões pelas quais as pessoas gastam demais. O motivo, de acordo com a teoria, é um só: um único item pode desencadear novas necessidades e, com isso, uma série de outras compras. Em última instância, além do rombo no orçamento, o efeito traz um sério endividamento.
Um pouco mais sobre a teoria
O pai da teoria é um filósofo francês chamado Denis Diderot. Ele era pobre, mas sua situação mudou no ano de 1765. Na época, ele tinha 52 anos e sua filha estava prestes a se casar. Como precisava pagar um dote, resolveu vender sua biblioteca.
Apesar de ser pobre, seu nome era muito conhecido, pois Denis Diderot foi o co-fundador e escritor da Encyclopédie, uma das enciclopédias mais famosas da época. Quando a imperatriz Russa, Catarina, soube dos problemas financeiros do francês, ofereceu-se para comprar sua biblioteca.
Diderot foi nomeado por Catarina como guardião da biblioteca. Para exercer tal função, a imperatriz teria pago 1.000 libras por ano com um adiantamento de 25 anos. Do dia para a noite, o filósofo francês viu-se seguro financeiramente.
Um belo dia, conta a história que Diderot comprou um roupão escarlate. Em êxtase com a beleza da vestimenta, ele achou que todos os outros pertences em seu apartamento eram sem graça em comparação. Para corrigir isso, o filósofo adquiriu novas tapeçarias, espelhos, cadeiras, escrivaninha etc.
Antes que percebesse, Diderot havia transformado completamente seus aposentos para combinar com seu roupão. Mas, mesmo tendo móveis elegantes, ele não se sentia satisfeito.
Efeito Diderot na prática
Trazendo o Efeito Diderot para nossas vidas, a teoria significa que, assim como Denis Diderot, temos uma tendência de comprarmos novas peças para combinar com nossas novas aquisições.
Ao cair no efeito, a pessoa, para satisfazer uma então necessidade, utiliza suas reservas financeiras e economias. Para evitar entrar na armadilha, preste atenção nos seus hábitos de consumo. Você sente que está em uma bola de neve?
Se você percebe que suas compras não têm sido inteligentes, e/ou começa com uma pintura na parede, parte para a compra de um novo tapete, nova mesa e novos móveis até que o ambiente esteja transformado, é preciso acender um alerta se tudo foi feito sem planejamento.
O Efeito Diderot pode também ser sentido quando você:
- Muda os lugares que frequenta e sente que suas roupas ou seu estilo de vida não correspondem ao novo ambiente, levando-o a uma transformação completa.
- Conhece pessoas novas que frequentam lugares diferentes, estão sempre com o último modelo de smartphone, vestem-se diferente e assim por diante. Nesse caso, a necessidade de pertencimento faz com que você mude para se encaixar.
Destacamos que o problema não está em comprar, afinal, finanças pessoais é sobre ter liberdade para fazer escolhas. O erro está em não encontrar o controle e gastar mais do que deveria (sendo que na maioria dos casos a pessoa gasta muito além do que ganha).
Como controlar o Efeito Diderot?
Se você sente que sofre desse problema, anote nossas dicas e reverta a situação:
- Reduza a exposição: o hábito da compra é iniciado por gatilhos. Veja o que está causando em você a insatisfação constante. É um perfil das redes sociais? E-mail de ofertas? Ir ao shopping? Encontre o gatilho e elimine-o ou reduza sua exposição a ele.
- Evite compras desnecessárias: só compre as coisas que você precisa e não apenas por causa do status. Quando for sair para fazer compras, crie uma lista e se atenha a ela.
- Entenda o motivo da nova compra: questione-se sempre se há realmente uma necessidade para a compra que você está fazendo. Será que não existe uma motivação por trás, como buscar status ou elevar sua autoestima? Algo novo foi introduzido em seu ambiente?
Além disso, entenda que ao controlar o Efeito Diderot o objetivo não é o de reduzir a vida ao menor número de coisas, mas preenchê-la com a quantidade ideal e com aquilo que você realmente precisa.
Como disse o próprio Diderot: “Deixe meu exemplo ensinar-lhe uma lição. A pobreza tem suas liberdades; a opulência tem seus obstáculos ”.
Concluindo
Os potenciais efeitos negativos do consumo excessivo não nos tornam apenas pessoas endividadas, mas também ansiosas. A maioria de nós, em um momento ou outro, já foi influenciado pelo Efeito Diderot. Muitos conseguimos parar antes que a bola de neve ficasse maior, mas outros continuam no ciclo vicioso.
Esperamos que depois de ler este artigo você consiga analisar as maneiras pelas quais o Efeito Diderot se desenrolou em sua vida e possa planejar futuras compras, sempre conhecendo sua motivação por trás delas. Se as compras por impulso são seu problema, confira nossas sete dicas para eliminá-las.
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