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Na hora de escolher ações para adicionar à sua carteira, é necessário realizar diversas análises, já que isso aumenta as chances de tomar uma boa decisão. Um dos instrumentos que auxilia nesse processo é o fair value.

Esse cálculo permite ao investidor identificar distorções no preço das ações, que podem representar oportunidades ou apontar papéis que não estão precificados de forma atrativa. Nesse sentido, é necessário observar que existe uma distinção entre a cotação de uma ação e o seu valor.

Deseja saber mais sobre o fair value, qual a sua importância e como utilizá-lo na análise das ações? Continue a leitura para conferir!

O que é fair value nos investimentos?

O termo “fair value” vem da língua inglesa e em tradução livre significa “valor justo”. Esse é um conceito da contabilidade e já foi definido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) no pronunciamento de número 46 (ou CPC 46).

Segundo essa definição, o fair value consiste na determinação do preço de um ativo em uma negociação, que tem como embasamento as condições do mercado. Nesse sentido, os critérios sugeridos pelos envolvidos não fazem parte da precificação.

No mercado financeiro, o fair value é utilizado para definir o preço justo para ações, mas ele também pode se aplicar a outros investimentos, como:

Qual a diferença entre valor justo e valor de mercado?

Depois de entender o conceito inicial, vale considerar que uma confusão frequente sobre esse tema é a distinção entre o valor justo e o valor de mercado de uma ação. É fundamental saber que o valor justo tem como fundamento as perspectivas futuras, riscos e outros estudos complexos sobre o ativo.

Já o valor de mercado é um dado mais objetivo, que consiste no preço de negociação do ativo no mercado aberto em determinado período. Ele é definido pela lei da oferta e da demanda e representa um resultado momentâneo.

No caso de ativos negociados na bolsa de valores, como é o caso das ações, o valor de mercado tende a oscilar com mais frequência. Afinal, ele é sensível a acontecimentos externos, como eventos políticos e econômicos, sentimento do mercado e outros fatores que afetam a dinâmica das negociações.

Isso significa que o valor de mercado pode flutuar com rapidez e não necessariamente refletirá o valor intrínseco da ação.

Por que é importante avaliar o fair value de uma ação?

Como você viu, o fair value tem como objetivo refletir o valor mais adequado de uma alternativa do mercado financeiro, incluindo as ações listadas na bolsa de valores. Desse modo, o cálculo analisa o mercado para encontrar a cotação justa para o papel, considerando suas características.

Esse instrumento é relevante porque ajuda a identificar se a precificação da ação está adequada, considerando a volatilidade. Note que as ações estão muito sujeitas ao comportamento do mercado, o que faz a sua cotação passar por diversas alterações conforme a lei da oferta e da demanda.

Nesse sentido, o fair value auxilia a identificar a assimetria entre o preço da alternativa e o valor que ela pode oferecer ao investidor. Portanto, essa é uma ferramenta que ajuda a encontrar oportunidades de papéis vendidos abaixo do seu valor justo.

Da mesma forma, a avaliação permite reconhecer alternativas que estão precificadas acima do que seria o preço justo. Como resultado, o investidor consegue elaborar uma estratégia mais embasada, aumentando as suas chances de obter o desempenho desejado para o portfólio.

Ainda, esse é um instrumento para fortalecer a análise dos ativos, tornando as decisões na bolsa de valores mais racionais. Como você terá critérios objetivos, é possível fazer uma avaliação mais criteriosa e que diminui os impactos das emoções.

Contudo, cabe destacar que o cálculo do fair value não oferece garantia de lucros. É necessário haver uma combinação de fatores para que os resultados almejados se concretizem, sendo essa apenas uma forma de auxiliar na tomada de decisão.

Afinal, como avaliar o valor justo de uma ação?

Agora que você já sabe o que é o fair value e qual a sua importância no mercado financeiro, é preciso entender como esse cálculo é realizado. O primeiro passo é analisar o segmento no qual a ação em questão está sendo negociada.

Um dos caminhos é pela comparação com papéis semelhantes do mesmo setor e o seu preço nas negociações mais recentes. No entanto, apesar de simples, essa não é uma técnica segura para chegar ao valor justo.

Na verdade, existem outros caminhos para chegar ao resultado do fair value. O CPC 46 tem um esquema de hierarquias distribuídas em três níveis para fazer o cálculo. São eles:

  • Nível 1 — informações diretamente observáveis: consistem nos preços que estão cotados em mercados ativos (ativos e passivos idênticos) sem ajustes;
  • Nível 2 — informações indiretamente observáveis: é a avaliação feita por comparação, utilizada quando não houver mercado ativo para o item analisado, fazendo a estimativa por ativos similares;
  • Nível 3 — estimativas de mercado: esse nível abrange as informações que não são observáveis, como quando não há mercado ativo ou de produtos similares. Nesses casos, deve-se utilizar critérios técnicos de mercado, como projeções, volatilidade e gráficos.

É pertinente observar que o estudo não deve considerar apenas esses níveis. A ação também deve ser analisada de forma global, verificando as diversas variáveis que afetam o valor da alternativa.

Um dos caminhos para se aplicar a ferramenta é pelo método do fluxo de caixa descontado. Ele encontra o valor justo de uma ação projetando os ganhos futuros e ajustando-os ao valor presente com uma taxa de desconto que reflete o risco.

Conclusão

Entender o que é fair value e como incluir esse cálculo na sua análise de ações? Essa é uma forma de aprofundar os seus estudos das alternativas e melhorar a tomada de decisão. Portanto, identificar o valor justo pode contribuir para a sua estratégia no mercado acionário.

Quer conhecer outro método para encontrar o valor intrínseco dos papéis de uma companhia? Veja também o que é valuation e como aplicar essa técnica!

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