Oscilações econômicas, inflação e taxa de juros são fatores que podem impactar o comércio internacional e seus investimentos no mercado financeiro. No entanto, esses cenários também geram oportunidades para a sua carteira.
Para saber como aproveitá-las, é interessante entender quais são os efeitos dessas situações na economia para visualizar as possibilidades de investimento. Com isso, será possível diversificar seu portfólio e equilibrar os riscos.
Continue a leitura deste artigo para entender os efeitos da inflação e taxa de juros sobre a economia global e como você pode diversificar os investimentos diante desse cenário!
Quais os efeitos da inflação na economia global?
A inflação representa o processo de aumento constante e generalizado de preços de produtos, bens e serviços no mercado. Ela geralmente é mais elevada em momentos de aquecimento econômico e quando a demanda do comércio supera a oferta.
Apesar de ser constantemente tratada como negativa, a inflação controlada indica potencial de desenvolvimento da economia do país. No entanto, quando os aumentos são sucessivos, o impacto no poder de compra da população se torna mais significativo e se torna prejudicial.
No geral, cenários de alta da inflação acontecem diante das movimentações do mercado e de contextos de instabilidade internacional. Por exemplo, a crise sanitária iniciada em 2020 trouxe grandes incertezas para o comércio global.
Logo, muitos bancos centrais optaram por manter juros baixos no início da crise, como aconteceu nos Estados Unidos. A decisão contribuiu para um aumento dos dólares em circulação e, consequentemente, para um aumento na inflação norte-americana — que atingiu níveis históricos.
Nesse sentido, como o dólar é a principal moeda usada no comércio internacional, as suas flutuações de cotação podem impactar a economia global — encarecendo commodities, por exemplo. Dessa forma, a população de países em desenvolvimento, como o Brasil, também sente os impactos nos preços de produtos necessários no cotidiano.
Como funcionam as taxas de juros?
Além da inflação, as taxas de juros são outro elemento que têm efeitos na economia. Isso acontece porque, além de servirem como referência para a cobrança de juros no mercado, as taxas básicas são o principal mecanismo dos Governos Federais para controlar a inflação.
No Brasil, a taxa Selic é a responsável por essa função. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen) tem o papel de definir a taxa a cada 45 dias. Para isso, os membros do comitê usam os indicadores e as projeções nacionais e internacionais de inflação como base.
Como resultado, os cenários de alta da inflação costumam ser acompanhados por elevações nas taxas de juros nacionais. Essa medida tem como objetivo desacelerar o ritmo econômico do país e controlar o acumulado dos índices de preços.
Assim como acontece com a inflação, as taxas de juros em países desenvolvidos, como os EUA, exercem uma influência mais forte na economia global — como você viu. Inclusive, os juros do país também alcançaram patamares históricos após 2020.
Em relação ao mercado financeiro, a alta nos juros nos Estados Unidos tende a tirar o capital estrangeiro de países em desenvolvimento, como o Brasil. Afinal, os investidores podem se interessar em aproveitar as melhores condições em investimentos seguros nos EUA, devido à relação entre risco e retorno.
Como resultado, os ativos da bolsa de valores brasileira podem passar por movimentos de queda devido aos impactos da lei de oferta e demanda na cotação dos ativos.
Como investir diante desse cenário?
Agora que você entendeu os efeitos da inflação e dos juros na economia global, é interessante saber que os dois cenários podem afetar seus investimentos. Afinal, com o aumento nas incertezas, sua carteira pode lidar com mais oscilações devido à volatilidade.
No entanto, esse contexto global também gera oportunidades para seus investimentos. Primeiramente, é preciso considerar investimentos dolarizados para o seu portfólio.
Como eles estarão atrelados à moeda dos Estados Unidos, você pode equilibrar as oscilações da carteira. Isso acontece porque os impactos da volatilidade econômica global costumam ser mais intensos em países em desenvolvimento.
Além disso, é importante adotar a diversificação dos seus investimentos. Ao investir em alternativas descorrelacionadas, por exemplo, você terá investimentos com comportamentos independentes. Assim, você pode equilibrar a carteira e minimizar riscos diante dos cenários de instabilidade.
Quais as alternativas de investimento para diversificar a carteira?
Como você viu, diversificar os investimentos é uma prática vantajosa diante dos efeitos da inflação e da taxa de juros sobre o mercado financeiro. Então entenda quais são as principais alternativas que você pode avaliar!
ETFs
Os exchange traded funds (ETFs), ou fundos de índice, podem ser alternativas viáveis para diversificar sua carteira. Eles são uma modalidade de fundo de investimento cujas cotas são negociadas na B3, que é a bolsa de valores do Brasil.
A principal característica dos ETFs é que eles reproduzem os índices econômicos ao replicarem suas carteiras teóricas. Dessa forma, há alternativas na B3 que usam indicadores de outros países — como o S&P 500 dos Estados Unidos — como referência de performance.
Portanto, os ETFs podem ser uma maneira prática de dolarizar sua carteira e diversificar os seus investimentos. Afinal, você pode se expor ao mercado internacional sem precisar sair da bolsa brasileira.
BDRs
Outra oportunidade são os brazilian depositary receipts (BDRs). Também conhecidos como certificados de depósito de valores mobiliários, eles são ativos negociados na B3 e lastreados em investimentos internacionais.
Dessa maneira, eles servem como uma possibilidade para você se expor a ações de empresas globais, cotas de ETFs internacionais, títulos de renda fixa de outros países, entre outros ativos. O investimento é feito em reais, diretamente pela B3.
Títulos pós-fixados e híbridos
Por fim, vale a pena considerar investimentos de renda fixa para sua carteira diante do cenário de inflação e juros em alta. Especialmente as aplicações pós-fixadas e híbridas podem gerar oportunidades vantajosas para sua rentabilidade.
Os títulos de renda fixa pós-fixados são aqueles cujos retornos são indexados por taxas, como a própria Selic no Brasil. Além disso, é comum encontrar títulos com rentabilidade atrelada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) — com percentual próximo à taxa básica brasileira.
Já os títulos híbridos são aqueles que têm uma rentabilidade prefixada e outra pós-fixada. Nesses casos, é comum que sejam usados índices de inflação, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Dessa forma, quando os juros ou a inflação aumentam, o retorno dessas aplicações pode ser maior. Ademais, especialmente no caso dos títulos híbridos, você pode obter ganhos acima da inflação ao levar as aplicações até o vencimento, ajudando a proteger o poder de compra do seu patrimônio.
Como você acompanhou, inflação e taxa de juros são fatores com impactos na economia global e nos seus investimentos. Portanto, avalie o funcionamento das alternativas do mercado financeiro para conseguir diversificar sua carteira diante de cenários de instabilidade.
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